segunda-feira, 5 de outubro de 2009

FORA ZELAYA: Honduras: batalha pela alma cristã da América Latina

Sábado, 3 de Outubro de 2009

Honduras: batalha pela alma cristã da América Latina

A leitura e análise dos jornais das últimas semanas torna claro o crescimento das tensões na América Latina, onde se trava uma batalha político-ideológica de grandes dimensões e de importante relevância para o destino de todos os países da região, de modo muito particular do Brasil.

Por um desses paradoxos da História, é na pequena Honduras que esse embate tem, no presente momento, seu cenário mais encarniçado.

A iniciativa – capitaneada pelo venezuelano Hugo Chávez – do retorno clandestino a Honduras do presidente deposto, Manuel Zelaya, e a subseqüente transformação da embaixada brasileira em quartel-general deste último e de seu grupo de seguidores mais próximos, elevaram as tensões a um grau inimaginável e fizeram nosso País transpor, nas relações internacionais, um umbral extremamente perigoso.

A diplomacia brasileira, num gesto inaudito e na contramão de suas tradições, decidiu intervir diretamente na situação de Honduras, numa agressão à soberania do país, em desrespeito às suas instituições, bem como às leis internacionais e numa inequívoca subserviência ao expansionismo chavista na região.

Ante a gravidade da atual conjuntura, animada de cristão patriotismo, a Associação dos Fundadores (discípulos de Plinio Corrêa de Oliveira) vem a público manifestar sua opinião a respeito dos rumos de nossa política externa, os quais vêm ocasionando perplexidade e angústia crescentes, em incontáveis brasileiros. Ao fazê-lo, inspira-se ela na linha de atuação ininterrupta e nos princípios que animaram o eminente e intrépido líder e pensador católico, Plinio Corrêa de Oliveira.

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I – A fabricação de um fantasma: o “golpismo”

Há certos momentos em que a cena internacional é perpassada por um frenesi, a respeito de algum fato político ou religioso, que à maneira de um vendaval repentino tudo atinge e derruba.
A opinião pública é envolta por um clima emotivo, em que a reflexão ponderada e o equilíbrio dos julgamentos se vêem prejudicados e são transmitidas, como realidades incontestes, impressões pouco razoáveis.

Honduras, pequeno país da América Central para o qual a atenção do público não está habitualmente voltada, tornou-se o epicentro de um desses fenômenos. O pretexto foram os acontecimentos políticos que, em 28 de junho, p.p., levaram à deposição do então presidente Manuel Zelaya.

Um caudaloso noticiário, inúmeras análises e abundantes reações políticas – aos quais faltavam isenção e objetividade – insistiam na idéia de se estar diante de um ato arbitrário e de barbárie política perpetrado contra um presidente que legítima e tranquilamente exercia o cargo para o qual fora eleito; falavam até alguns de um retorno à “época negra” dos golpes militares.

Tendo à testa os membros da ALBA (Aliança Bolivariana para as Américas), certos atores políticos latino-americanos, falando em nome da democracia que boa parte deles viola de muitas maneiras, apontavam como imperiosa uma condenação veemente do “golpe” em Honduras. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva se somou ao coro dos que condenaram o dito “golpe”.

Entretanto, mundo afora, vozes de considerável peso começaram a apontar a verdadeira natureza dos acontecimentos ocorridos naquele país. Em Honduras estivera de fato em marcha um golpe contra a Constituição e as instituições do país, conduzido pelo próprio Manuel Zelaya, com a íntima colaboração do presidente venezuelano, Hugo Chávez.

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II – A verdade sobre Honduras: Zelaya investe contra a Constituição e desafia as instituições do país

Em janeiro de 2006, Manuel Zelaya assumia a presidência de Honduras, após vencer as eleições como membro do Partido Liberal, de tendência conservadora.

Condicionado por uma acentuada crise nas finanças públicas, fruto da corrupção e dos altos preços do barril de petróleo, iniciou ele uma aproximação com o líder venezuelano.

Cooptado de início pelas tentadoras condições para aquisição de petróleo, e depois pelo convite para o país ingressar na ALBA - o que aconteceu em agosto de 2008, após acirrada disputa no Congresso Nacional - Zelaya renunciou a seu programa eleitoral, declarou-se de esquerda e anti-imperialista, manifestando crescente anuência às manobras com que Hugo Chávez vem desestabilizando diversos países da América Latina.

Desgastado politicamente, alvo de denúncias graves de corrupção e de ligação ao narcotráfico, Zelaya lançou, em março de 2009, a idéia de um plebiscito para promover reformas na Constituição e perpetuar-se no poder, nos moldes da cartilha chavista já vitoriosa na Bolívia e no Equador.

A Constituição hondurenha possui cláusulas pétreas, entre elas a obrigatoriedade da alternância no exercício da Presidência, cuja infração constitui “delito de traição à Pátria”. Dispõe igualmente que cessará de imediato o desempenho de seu cargo público (inclusive de presidente) todo aquele que propuser ou apoiar a reforma do dispositivo constitucional que impede ser novamente presidente da república.

Indiferente a tais impedimentos constitucionais, o presidente Zelaya emitiu decreto convocando uma consulta popular para estabelecer uma Assembléia Constituinte.

No final do mês de maio, o Tribunal de Letras do Contencioso Administrativo, em processo movido pelo Ministério Público e pela Procuradoria Geral do Estado, suspendia todos os efeitos de tal decreto, por considerá-lo inconstitucional.

O próprio governo, admitindo a ilegalidade de dito Decreto, decidiu apresentar um novo, levemente modificado, mas eivado dos mesmos vícios legais.

O Tribunal Superior Eleitoral declarou ilegal a consulta popular que o Poder Executivo planejava e cujos preparativos levava a cabo, principalmente por usurpar prerrogativas de outros poderes, o que constitui delito grave, segundo a Constituição hondurenha.

Anunciou então o presidente Manuel Zelaya sua intenção de não respeitar as decisões do Poder Judiciário e recorreu a Hugo Chávez para auxiliá-lo na organização da consulta popular, tendo sido trazido da Venezuela o material destinado à mesma.


Zelaya tentou uma derradeira manobra ordenando às Forças Armadas apoiar a consulta popular, declarada ilegal. Ao receber a negativa de colaboração com suas ilícitas pretensões, demitiu sumariamente o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas.

No dia 26 de junho, o Fiscal Geral da República solicitou à Corte Suprema de Justiça uma ordem de captura contra Manuel Zelaya, sob a acusação de traição à pátria, de conspiração contra a forma de governo, abuso de autoridade e usurpação de função. A referida Corte ordenou às Forças Armadas a captura de Zelaya por tais delitos.

No dia 28 de junho, Zelaya foi preso e retirado do país. O Congresso Nacional de Honduras, em sua maioria (apenas cinco votos contrários), empossou Roberto Micheletti, como novo presidente constitucional de Honduras (*).

* (*) A designação seguiu a ordem estabelecida pela Constituição de Honduras, uma vez que o vice-presidente havia renunciado meses antes para ser candidato nas eleições de novembro.

A exposição, ainda que sumária, da crise institucional em Honduras não convinha a Zelaya, a Chávez e a seus “companheiros de viagem”, razão pela qual era preciso alimentar a idéia simplista e facciosa de um “golpe” de Estado perpetrado por militares. Papel ao qual se prestou de bom grado, entre nós, considerável parte do capitalismo macro-publicitário.

Na verdade, a manobra de qualificar de “golpe” a destituição de Manuel Zelaya e a exigência de condenação do mesmo encerravam um ardil ideológico. Ao omitir astutamente todos os atentados de Manuel Zelaya à ordem constitucional de Honduras, pretendia-se convalidar os mesmos e, mais amplamente, a estratégia geopolítica de Hugo Chávez e de seu “socialismo do século XXI”.

À medida que a realidade foi emergindo, passou a tornar-se claro que em Honduras se dera uma série de atos institucionais em defesa do Estado de Direito, e começou a ruir a versão de um ato de arbítrio perpetrado por militares.

É de ressaltar que, apesar de censurar o fato político, o Departamento de Estado norte-americano jamais qualificou o ocorrido em Honduras como golpe de Estado.

Nestes dias um estudo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos – um órgão consultivo sem caráter político – considerou constitucional a destituição do presidente Manuel Zelaya. O estudo objeta apenas a legalidade de sua expulsão do país.

Talvez o documento de maior relevância nesse ponto tenha sido o publicado pela Conferência Episcopal de Honduras.

Em nota lida pelo Cardeal Oscar Andrés Rodríguez, os Bispos hondurenhos afirmavam ter procurado informações em todas as instâncias competentes do Estado e em organizações da sociedade civil, devendo concluir que as determinações que levaram à deposição de Manuel Zelaya foram legais e que as instituições do Estado democrático estão em plena vigência. Os Bispos acrescentavam aguardar uma explicação em relação à expulsão do país do ex-presidente.

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III – Pressões diplomáticas e eleições

A partir da deposição de Manuel Zelaya, iniciaram-se inúmeras gestões e pressões diplomáticas sobre o governo de Roberto Micheletti, cujo histórico não seria o momento de mencionar.
Cabe, entretanto, salientar a orquestração pró-Zelaya encabeçada pela Organização dos Estados Americanos (OEA), sob a direção do socialista José Miguel Insulza.

Honduras foi sumariamente expulsa da OEA, poucas semanas depois de ter sido aprovado o retorno incondicional da ditadura castrista aquela organização. Sem falar do seu clamoroso silêncio ante as manobras golpistas de Zelaya e as ameaças militares de Chávez ao país, o que valeu à OEA uma advertência da própria Conferência dos Bispos de Honduras, para que desse mais atenção a tudo o que vinha acontecendo, fora da legalidade, antes de 28 de junho.

Com sua parcialidade despudorada, a OEA se desacreditou para qualquer papel mediador, o que levou as partes a um diálogo direto, iniciado sob os auspícios do presidente da Costa Rica, Oscar Arias.

Manuel Zelaya, fazendo abstração de suas afrontas às instituições de Honduras e das violações à lei fundamental do país, mantinha-se inflexível em sua postura de uma volta ao poder sem quaisquer condições, o que colaborou de modo possante para o fracasso de todas as tentativas de negociação.

Enquanto decorriam as tratativas diplomáticas, grandes manifestações tomavam as ruas de Honduras, muito especialmente de Tegucigalpa, nas quais hondurenhos de todas as classes sociais exibiam ao mundo seu repúdio à intervenção de Hugo Chávez nos assuntos de Honduras e sua recusa ideológica ao “socialismo do século XXI”.

Diante do fracasso das negociações e da ampla oposição do povo hondurenho às manobras de Zelaya, restava como solução pacífica a realização das eleições de novembro. Diversos países viam com bons olhos esta solução e o próprio Departamento de Estado norte-americano não descartava aceitá-la.

Com a realização do pleito eleitoral, marcado antes da deposição de Manuel Zelaya e mantido pelo governo de Roberto Micheletti, acabariam por ruir as alegações de golpismo. Para a estratégia política do chavismo seria a consumação da derrota em Honduras.

Foi então que a diplomacia brasileira passou a tomar a dianteira e a defesa aberta dos interesses do bloco bolivariano, decidindo inviabilizar qualquer solução que não atendesse aos interesses chavistas.

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IV - Cartada radical: a volta clandestina de Zelaya

Reinava a paz social e política em Honduras. Urgia, pois, convulsionar o quadro político e impedir a realização das eleições.

Para reviver a crise tornava-se necessária uma cartada radical. Nada mais conveniente do que a volta clandestina de Zelaya ao país.

Tudo indica que a logística da operação que permitiu o retorno do ex-presidente ao país teve a participação ativa de Hugo Chávez. Ele próprio admitiu ter conhecimento de tudo e revelou ter-se tratado de “uma operação secreta, uma grande operação de dissimulação”.

As confissões de Chávez só reforçam a certeza de que Zelaya é uma marionete política nas mãos do caudilho venezuelano, a cujos interesses serve.

A partir do momento em que Manuel Zelaya se “abrigou” na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, o nosso País passou, pois, a participar visivelmente da empreitada chavista.

Torna-se cada vez mais árduo acreditar que a “materialização” de Zelaya à porta da embaixada brasileira tenha sido fruto do acaso, de tal maneira sua permanência ali e a colaboração ativa do governo serviram a seus interesses. Inclusive pela coincidência com o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembléia Geral da ONU, durante o qual exigiu a imediata restituição de Manuel Zelaya ao cargo, condenando “golpes de Estado” como o de Honduras, ao mesmo tempo em que tomava a defesa do regime castrista.

Em entrevista a uma rádio hondurenha, Zelaya afirmou que seu plano de retorno a Honduras foi elaborado em consultas a Lula e a Celso Amorim. Mas ainda que estivesse mentindo, a confiança demonstrada por Hugo Chávez em relação ao Brasil, indica bem quanto o líder bolivariano conta com a diplomacia brasileira para a realização de suas aventuras e como esta é conivente com seus interesses geo-políticos. É compreensível, pois, que Manuel Zelaya tenha reafirmado como indispensável o apoio do Brasil e reiterado seus agradecimentos ao presidente Lula.


O fato é que a diplomacia brasileira, em vez de exigir a discrição e ausência de qualquer manifestação política, permitiu que Manuel Zelaya transformasse a embaixada do País num verdadeiro quartel-general, de onde passou a conclamar a uma insurreição em Honduras e à derrubada de Micheletti. Aventou-se até a possibilidade de que Zelaya instalasse ali um governo paralelo. A gravidade da situação criada se acentua ao se considerar que, juntamente com Zelaya, se instalaram na embaixada dezenas e dezenas de seguidores seus, muitos dos quais usam panos para esconder o rosto, enquanto vigiam a entrada do local, não havendo sequer a certeza de que todos sejam hondurenhos.

Logo após os primeiros apelos de Zelaya, dirigidos a seus seguidores da varanda da embaixada e em entrevistas concedidas no interior da mesma, os zelaystas saquearam estabelecimentos comerciais, destruíram propriedades, queimaram pneus e bloqueram estradas, causando esses distúrbios a perda de duas vidas.

É compreensível que, em comunicado divulgado pela chancelaria de Honduras, o governo do presidente Lula tenha sido acusado de intromissão em assuntos internos de Honduras; e que o próprio chanceler hondurenho, Carlos López Contreras, tenha declarado em entrevista que “há uma grave responsabilidade internacional do governo do presidente Lula não só com o governo de Honduras, mas também com a população e o comércio que foi saqueado pelas turbas instigadas de dentro da missão do Brasil em Tegucigalpa” (Chanceler de regime de facto acusa Brasil, “O Estado de S. Paulo”, 26/9/2009).

De fato, o Brasil, numa agressão à soberania de Honduras, passou a interferir de forma explícita nos assuntos internos do país, violando as normas do direito internacional, como destacaram vários especialistas. Atitude que foi reforçada pelas declarações do presidente Lula de que Zelaya não tem prazo para ir embora da embaixada e que “o Brasil não tem o que conversar com esses senhores que usurparam o poder”.

A vontade de fazer fracassar qualquer solução negociada que não atenda aos interesses de Hugo Chávez, se consolidou na reunião de emergência da OEA, em que o Brasil se alinhou com a Venezuela rejeitando as propostas da diplomacia norte-americana.

A gravidade da situação permanece. Na verdade, o plano de retorno de Manuel Zelaya contava com a adesão nas ruas de dezenas ou talvez centenas de milhares de seguidores, como destacou o jornal “ABC” de Madrid. Mas, uma vez mais, patenteou-se o fracasso do apoio popular às manobras da esquerda.

Só resta a Zelaya convocar, sempre a partir da embaixada brasileira, uma ofensiva final dos movimentos sociais e pregar atos de desobediência civil, como o fez nestes dias. Isso no preciso momento em que o deputado que preside a Comissão de Segurança e Narcotráfico denunciou no Congresso de Honduras, baseado em relatórios de inteligência militar e policial de países centro-americanos, um tráfico maciço de armas, procedente de El Salvador, para a execução de atos terroristas no país (cfr. “El Heraldo”, 29/9/2009, Denuncian masivo tráfico de armas hacia Honduras).

Estará o chavismo - com a eventual colaboração de Cuba, Nicarágua e outros aliados - preparando um banho de sangue para Honduras? E, nessa eventualidade, estará nossa desvairada diplomacia decidida a ir adiante na aventura que pode degenerar em violência e num desfecho trágico?

É compreensível que o embaixador americano na OEA, Lewis Amselem, tenha classificado o retorno clandestino de Zelaya como “irresponsável”, além de não servir “aos interesses do seu povo e daqueles que defendem uma solução pacífica para o restabelecimento da ordem democrática”.


Toda a situação gerada com o “abrigo” dado ao ex-presidente Manuel Zelaya na embaixada brasileira deixa entrever que a diplomacia do governo Lula decidiu transpor um umbral muito perigoso e assumir a liderança da estratégia geopolítica e ideológica do assim chamado eixo bolivariano. Como bem ressaltou em seu editorial a revista “Veja”, “apoiar Zelaya não significa defender a democracia, significa apoiar a ditadura de Chávez” (30/9/2009).

Presidentes Lula da Silva e Zelaya Rosales, Ricardo Stuckert-PR. 7.8.2007

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V – Dois mitos que se esboroam

No firmamento diplomático latino-americano duas máximas foram se fixando e se tornando aceitas quase como evidências.

A primeira apresentava o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, como um líder histriônico e excêntrico, conduzindo uma revolução confusa em seus conceitos e de práticas inócuas. Segundo tal versão, as ameaças de Chávez, de um radicalismo desvairado, não passariam de mera retórica.

A segunda máxima apresentava o presidente Lula como um contraponto à radicalidade de Chávez, disposto a conter os arroubos do venezuelano, um esquerdista moderado e pragmático, ator confiável na região e líder imprescindível para a resolução das disputas regionais.

A esquerda na América Latina estaria, pois, dividida em dois blocos, um da esquerda radical (liderado por Hugo Chávez) e outro da esquerda moderada (liderado por Lula).

A verdade é que, tanto uma quanto outra máxima, eram de molde a desmobilizar e enfraquecer qualquer resistência ao avanço das esquerdas na América Latina.

Enquanto isso, os dois líderes obtinham avanços substanciais em suas estratégias, cujas diferenças não passavam de duas faces de uma mesma moeda.

Quem se debruçasse com mais acuidade sobre a realidade diplomática da região perceberia que, nos momentos de desgaste e nos lances mais ousados do assim chamado bolivarianismo, o presidente Lula e sua diplomacia, acorriam sistematicamente em auxílio de Chávez ou dos integrantes de seu bloco.

Apesar disso, misteriosamente, muitos veículos de comunicação e analistas políticos continuavam a repetir as duas máximas, quase como um mantra.

Transcorridos vários anos, os acontecimentos se encarregaram de dar um desmentido a essas versões e, a bem dizer, os dois mitos se esboroaram.

Lula, na verdade, jamais moderou seriamente as atitudes de Chávez. E a prova está em que o caudilho venezuelano conseguiu levar adiante seu programa radical na Venezuela, onde vai implantando a olhos vistos um regime ditatorial e socialista (que Lula classifica como “excesso de democracia”); estendendo sua influência ou ingerência a diversos países; dando cobertura aberta às FARC; e tecendo alianças, inclusive militares, com a Rússia, a China, a Líbia, a Argélia e o Irã, num eixo anti-americano.

Em recente análise, a conceituada revista “The Economist”, alertou que existe método na aparente loucura de Chávez: “Seu cálculo confessado é que ajudando a provocar dificuldades para os Estados Unidos, simultaneamente em muitos lugares, pode provocar o colapso do ‘império’. Os regimes com que ele busca assiduamente uma aliança são, neste cálculo, o núcleo de uma nova ordem mundial”. E a revista alerta que o mundo deve levar mais a sério os desígnios do venezuelano (Friends in low places, 15/9/2009).

É no contexto apontado pela “Economist” que se insere a manobra do retorno clandestino de Manuel Zelaya a Honduras e sua acolhida na embaixada brasileira.

Em um arroubo, a diplomacia lulo-petista acabou por revelar sua verdadeira face, demonstrando estar disposta a jogar pesado, acolitando ativamente o chavismo e seu “socialismo do século XXI”, colaborando com a desestabilização da América Latina e minando, cada vez mais, a influência dos Estados Unidos na região.

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Conclusão

A crise hondurenha é altamente reveladora e constitui um grave sinal de alerta. O governo do Presidente Lula, apesar de certas aparências, não está interessado em solucioná-la pela via institucional. Está desejoso, isso sim, de impor ao pequeno país centro-americano uma rendição ao chavismo.

Em sua subserviência aos desígnios de uma ideologia de esquerda, a diplomacia nacional não reflete o pulsar de coração do Brasil como um todo, pois as políticas oficiais de há muito deixaram de levar em conta a fibra conservadora e cristã, uma das mais prestigiosas e incontestáveis componentes da mentalidade nacional.

A agressividade e a radicalização que, de modo crescente, marcam nossa política diplomática, além de poderem afetar nossa Nação, arrastando-a a uma indesejável posição de beligerância, são avessas à mentalidade do brasileiro médio.

O que pensarão nossos compatriotas quando se virem envolvidos em conflitos que eles nunca buscaram, apenas porque o fanatismo ideológico de alguns os levou a aventuras como a presente?

Que estranheza, que desconcerto, que sensação alucinante de estarem desidentificados da missão histórica da Terra de Santa Cruz, sentirão os brasileiros quando notarem que os recursos táticos da configuração geográfica do País, as infindáveis riquezas de seu subsolo, de sua pujante agricultura e de sua dinâmica indústria, estarão sendo úteis à implantação de uma ideologia estranha a seus anseios e contrária a seus princípios cristãos?

Torna-se urgente que Manuel Zelaya abandone a legação brasileira e deixe de fazer dela o quartel-general de onde lança seus apelos a uma insurreição que pode conduzir a uma luta fratricida entre hondurenhos. Luta da qual será responsável, em grande medida, nosso governo, se continuar a ser o patrocinador da aventura chavista de Manuel Zelaya.

Honduras necessita de paz e de respeito à sua soberania e não de gritos de guerra partidos da embaixada brasileira em Tegucigalpa.

Mais do que tudo importa que a pequena Honduras, o Brasil e toda a América Latina fiquem a salvo das intrigas, das ameaças, das incursões e, de futuro, de uma possível hegemonia do “socialismo do século XXI”.

Presidentes Lula e Chavez na Ilha Margarita, 27/09/2009. Foto Ricardo Stuckert-PR

A nosso ver, é necessário que se forme uma frente ampla no País – fundada não tanto em filiações partidárias mas nos autênticos interesses do Brasil – a qual se oponha de modo efetivo aos desmandos de uma política diplomática que há muito deixou para trás os legítimos interesses nacionais e os trocou por uma ideologia imperialista. Ideologia esta que tenta ressuscitar em nosso continente, habitualmente pacífico, a esteira de humilhações, de confrontos, de misérias e de dores que as idéias marxistas impuseram à Rússia, aos países do Leste Europeu, à China, à Coréia do Norte e a Cuba, para mencionar apenas alguns deles.

Encerramos este pronunciamento elevando nossas preces a Nossa Senhora Aparecida, Rainha do Brasil, suplicando-Lhe que não permita que ideologias alienígenas perturbem a paz da América Latina e transformem a Terra de Santa Cruz em foco de insegurança e de desagregação.


São Paulo, 3 de outubro de 2009



Adolpho Lindenberg
Caio Xavier da Silveira
Celso da Costa Carvalho Vidigal
Eduardo de Barros Brotero
Paulo Corrêa de Brito Filho
Plinio Vidigal Xavier da Silveira

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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Brasil aflito e chocado pergunta-se: Honduras hoje, amanhã nós?

Preocupado e contundido, o Brasil acompanha o surpreendente engajamento presidencial na crise de Honduras.

Sem dúvida Honduras inspira compaixão se tratando de um país sem forças proporcionadas para se defender em face de uma investida internacional massacrante.

Porém, o que angustia, e em profundidade, é o que pode advir ao Brasil em decorrência da virada na linha de conduta oficial patenteada no caso do país centroamericano.

Com efeito, nos últimos anos, o presidente Lula tentou passar uma imagem de moderação. Ele passou a evitar o populismo agressivo e o mal velado comunismo do coronel venezuelano. E até fugiu de se fotografar perto dele nos encontros internacionais.

Desta maneira, o look “Lula-2009” ficou quase nas antípodas do “Lula-1979”, para citarmos uma data. A imagem de Lenine nacional foi sendo substituída pela de um político de esquerda instalado no poder, pouco ávido de renunciar aos benesses que ele traz.

Sem dúvida, o Lula “versão 2009” não rompera interiormente com a “versão Lula-Lenine” de 1979.

Ele próprio deixava-o transparecer com clareza em gestos de amizade e apoio àqueles que outrora deveriam ter engrossado sua “vanguarda do proletariado”, e que hoje se agitam, ou vegetam, em movimentos sociais e CEBs. Estes, entretanto, hoje se dizem zangados e desanimados.

A decepção veio porque eles acharam que as reformas radicais prometidas pela “versão Lula-Lenine” se concretizariam com a entrada do líder no Planalto.

Porém, no fim de dois mandatos ditas reformas não se realizaram, ao menos com a radicalidade sonhada.

Acresce que o líder tampouco fez a demolição do vituperado capitalismo privado representado por instituições econômicas particulares e - ponto mais sensível ainda - pelas poupanças das classes médias.

Antes bem, a “versão Lula-2009” presidiu um equilíbrio ‒ é o que parece para os não-especialistas em economia ‒ de contas, inflação e juros que favoreceu ‒ ou pelo menos não depredou ‒ as economias particulares. Estas continuaram, mal que mal, trabalhando e até prosperando.

Assim o “Lula-2009”, encarnando o mal menor, caminhava para seu ultimo ano de mandato sem apoios entusiásticos e sem oposições dinâmicas.

A eleição de 2010 seria outros quinhentos...

Mas, eis que irrompe o caso de Honduras. E subitamente o “Lula-2009” como que volta no tempo e mostra seu lado “Lula-Lenine”.

Escreveu-se muito sobre a constitucionalidade da ação de Zelaya; sobre o intervencionismo arrogante de Hugo Chávez; falseamento das posições num sentido ou num outro. Não acrescentaremos nada ao já conhecido.
Afinal de muitas mexidas parecia que a encrenca de Honduras caminhava para uma superação pacífica. Essencialmente haveria eleições gerais e o povo escolheria democraticamente um novo presidente. Este seria o “jeito” de encerrar a briga. Nesse caso, a cordura e o bom senso teria prevalecido e o pesadelo teria sido afastado.

Mas, o bom senso era o que no poderia prevalecer na ótica do coronel venezuelano, sucessor de Fidel Castro na promoção do socialo-comunismo nas Américas.

Chávez tentou tudo o que seu engenho perturbador conseguiu aprontar. Mas a pequenina Honduras reagiu dignamente às injunções do tiranete socialista estrangeiro.

Além do mais, em diversos episódios ficou claro que Zelaya não tem base suficiente na população que o leve de volta e o sustente na presidência.

Chávez precisava de alguém.

O presidente Obama, a União Européia, a OEA, a ONU, os vizinhos sul-americanos que condenaram o “golpe” tiveram suficiente esperteza para deixar correr as coisas até a solução eleitoral pacífica.

Mas, essa solução não era desejada por Chávez. Ele e Zelaya percebiam que não iriam convencer a opinião pública da pobre, mas corajosa Honduras.

Era preciso dar um pontapé na mesa, violentar a situação, quebrar o país que cometia a heresia de querer ser ele próprio na ordem e na paz sem ingerências subversivas.

Foi nessas circunstâncias que o presidente destituído pela Corte Constitucional “se materializou” na embaixada brasileira em Tegucigalpa junto com algumas centenas de militantes.

Expressiva matéria da revista "Veja", de 30/09/2009

Apenas instalado na embaixada, Zelaya pregou a “desobediência civil”.
Seus seguidores vestidos com camisetas e gorrinhos vermelhos chavistas sabiam o que isso significava. E começaram os saques, depredações e atentados à propriedade de cidadãos inocentes.

Afinal a tentativa não deu certo e as diminutas forças da ordem hondurenhas restabeleceram o império da lei. Mas Zelaya desde a embaixada brasileira continua incitando à confusão e à derrocada do governo.

Ninguém hesita em manifestar pelo menos estranheza diante das facilidades concedidas pelo Brasil a Zelaya e seus capangas.

Ainda menos se duvida da intervenção ilegal de Hugo Chávez.


Presidentes Lula e Chávez na Ilha Margarita, 26/09/2009. Foto Ricardo Stuckert-PR


De início o verborrágico líder socialista, desde Caracas, atribui-se a si próprio o comando na embaixada brasileira e dos fatos revolucionários em Honduras. Depois de urgentes telefonemas, dobrou a língua e ficou em silêncio.

Com o microfone ficou só o presidente Lula.

A embaixada brasileira virou comitê político articulando uma revolução ao serviço da arrogância de Chávez. “Na contramão da tradição diplomática nacional, o Brasil se intromete na política interna de outro país e o faz da pior maneira possível como coadjuvante de Hugo Chávez”, escreveu “Veja” (30/09/2009).

“Não cabe ao Brasil se imiscuir nos meios e modos internos de outro país” comentou Dora Kramer (“O Estado de S.Paulo”, 23/09/2009).


Presidentes Lula e Chavez na Ilha Margarita, 27/09/2009. Foto Ricardo Stuckert-PR

“Estamos reféns das ambições eleitorais de Zelaya” observou o embaixador Marcos Azambuja, vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

“Isto provavelmente vai se arrastar e pode se tornar violento. É difícil ver uma situação de vitória”, observou Rubens Barbosa, ex-embaixador brasileiro em Washington.

“Compramos uma briga que não é nossa e agora o risco é ser pego no fogo cruzado. É uma batata quente” e “se é difícil ver algum ganho para o Brasil, é fácil esperar um sério arranhão em nossa credibilidade”, acrescentou ele (“O Estado de S.Paulo”, 24/09/2009)

Com danoso efeito para a respeitabilidade do País, na mídia internacional, os comentários se afastavam do Brasil e da sua ingerência no caso, vendo na ocorrência um tropeço que lanha a reputação de Itamaraty e destrói anos de progresso diplomático.

A manobra avessa de Zelaya “é muito singular, não tem precedentes”, disse Francisco Rezek, ex-ministro das Relações Exteriores e juiz da Corte Internacional de Haia (“O Estado de S.Paulo”, 23/09/2009).

Celso Lafer, também ex-ministro das Relações Exteriores, lembrou que Convenção Interamericana de Caracas, de 1954, exige que o Estado que conceder asilo não permita ao asilado “praticar atos contrários à tranquilidade pública nem intervir na política interna” (“O Estado de S.Paulo”, 24/09/2009).

Mas, perturbar a tranquilidade pública e impedir as eleições parece ser o objetivo da manobra de Zelaya com o apoio rumoroso da “versão Lula-Lenine” e com grande regozijo do líder do “socialismo do século XXI”.

Zelaya deveria “ser impedido de servir-se do espaço brasileiro como um palanque”, comentou editorial da “Folha de S.Paulo” (24/09/2009). Mas ele não está sendo impedido senão acobertado. Por isso, procede se dizer que “o Brasil está no meio do furacão” (Folha de S.Paulo, 22/09/2009).

“Zelaya está fazendo um comício dentro da embaixada brasileira” disse o senador Heráclito Fortes e, segundo comentou a agência Reuters, o “papel do Brasil em Honduras pode ser tiro pela culatra”.

Nos mesmos dias, a “versão Lula-Lenine” deu outros sinais inquietantes. Ele convidou o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad para visitar o País em novembro, e anunciou que retribuiria a visita.

O anúncio ocorreu em Nova Iorque, onde o iraniano tempesteou contra Israel diante de um plenário abandonado pelos representantes de grande parte das nações e onde a legação brasileira constituiu um dos poucos presentes.

Presidente Lula com presidente iraniano Ahmadinejad na ONU, 23/09/2009. Foto Ricardo Stuckert-PR

Ahmadinejad aumentou a tensão pondo em andamento nova usina de enriquecimento de urânio para uso militar.

A tensão está crescendo tanto que o dialogante presidente Obama retomou a hipótese de utilizar a força contra o plano nuclear iraniano.

Nesse contexto, a “versão Lula-Lenine” que parecia adormecida pôs em pé de igualdade os direitos do Brasil e do Irã a desenvolverem seus planos nucleares.


Com esse artifício verbal posicionou o País de modo perigoso caso saia atrito militar no Meio Oriente.

Após a reunião da ONU, onde não obteve a condena de Honduras nos termos que desejava, a “versão Lula-Lenine” fez frente comum com Chávez e Gadaffi contra a própria ONU, por ocasião da segunda Cúpula de América do Sul-África, na Venezuela (”La Jornada”).


Presidente Lula com ditador islâmico da Líbia Muhamad Gadaffi, Ilha Margarita, Venezuela, 27/09/2009. Foto Ricardo Stuckert-PR


“O Conselho de Segurança da ONU perdeu importância” disse ele, perto do líder líbio cujos destemperos o respeito pela razão humana impede reproduzir (id. ibid., cfr. também “O Estado de S.Paulo” 24/09/2009).

Dom Tomás Balduíno passa revista no acampamento Chico Mendes


É, portanto, compreensível que o Brasil, e os países que olham com simpatia o País, se sintam profundamente preocupados.

Pois, se a “versão Lula-Lenine” estender sua projeção para a política nacional, para quais abismos o País não poderá ser empurrado?


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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Índios pedem independência na Argentina e içam “bandeira do Império Inca”

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Como que seguindo a surrada cartilha do CIMI e da FUNAI, grupos indígenas da Argentina exigem 15 milhões de hectares em todo o país.

É o equivalente a metade da província de Buenos Aires, centro da riqueza agrícola do pais vizinho, noticiou o diário portenho “La Nación”.

Bandeira Tawantinsuyu 'importada' da Bolivia, ou da Sorbonne de Paris?

Em locais onde as culturas indígenas nunca tiveram contato entre si como em Jujuy (fronteira com a Bolívia) ou na Patagônia vê-se a mesma bandeira do Tawantinsuyu (Império Inca), invenção moderna que lembra a bandeira arco-íris dos homossexuais.

Ressurgidas dos manuais comuno-missionários estruturalistas comunidades diaguitas, collas e mapuches declaram pertencer a uma “nação” distinta da Argentina.

Elas invadem fazendas amparadas numa cerebrina interpretação da Constituição e em declarações da ONU sobre os povos indígenas e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Na Argentina, as reivindicações são ouvidas com hilaridade, mas as “comunidades” estão apoiadas por ONGs do exterior bem treinadas, ricas e ideologicamente radicalizadas.

Em Villa Pehuenia, proximidades de Bariloche, uma comunidade mapuche invadiu o hotel de luxo Piedra Pintada (foto). O proprietário teve que abandonar o local.

A Justiça emitiu reintegração de posse em seu favor, mas não se efetiva porque os índios são bem protegidos pelo governo populista dos Kirchner e pela esquerda católica.

Proprietários pedem segurança jurídica, em Aluminé, província de Neuquén, Patagonia.

Por sua parte, a Confederação Mapuche Neuquina, anunciou planos para fundar uma “universidade intercultural” em convênio com as “Madres de Plaza de Mayo”.
Só falta estas octogenárias ativistas aparecerem com seu mentor Fidel Castro usando cocares e outros apetrechos “indígenas”.

É o velho comunismo guerrilheiro agora trocando de bandeira: deixam a vermelha de Lenine e carregam a verde de Cohn-Bendit, Marina Silva e do (ex-frei) Boff.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sindicatos alugam manifestantes para qualquer causa em Brasília

Segundo o site Consultor Jurídico, sindicalistas de Brasília montam manifestações com “ativistas profissionais”.

Caricatura de Consultor Jurídico

Pagando por volta de R$ 40 por cabeça pode-se reunir até duas mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, para defender ou atacar qualquer coisa ou qualquer pessoa.

O site jurídico menciona entre as “empresas” especializadas nos atos postiços, a Nova Central Sindical ‒ que diz representar 7 confederações, 136 federações, 3.000 sindicatos e quase 12 milhões de trabalhadores ‒ e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh).

Desempregado, sem-teto, sem-terra, índio, quilombola, “fora Sarney” ou “fica Sarney” é uma questão de preço.

É um lamentável subproduto da inautenticidade da vida política que deixa aberto o terreno para qualquer abusador ou aventureiro.

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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Impostos brasileiros pesam o dobro para pobres e não-proprietários


No Brasil, quem ganha até 2 salários mínimos deve sacrificar 197 dias de seu trabalho, cada ano, para pagar tributos e contribuições.

Entre os que recebem mais de 30 salários mínimos, são 106 dias. O que equivale a dizer que os mais pobres trabalham o dobro para pagar impostos.

Os dados foram apresentados pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e resulta de um trabalho conjunto com a Receita Federal.

Segundo o estudo, esses 197 dias de trabalho equivalem a 53,9% da renda dos mais pobres.

Desta maneira, quem ganha menos no Brasil sofre maior peso tributário. “Os não-proprietários têm uma carga tributária bruta 78,1% superior à dos proprietários”, explicou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

O estudo concluiu também que a injustiça tributária no País aumentou no governo Lula.

O socialismo não dá o que promete, e tira o que a gente tem, ainda quando é muito pouco.

Comunicado do IPEA na integra

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Helicópteros russos caem em série na Venezuela


“El Universal”, diário de Caracas, apresentou catastrófico balanço do armamento comprado na Rússia pelo presidente Hugo Chávez.

Em apenas 11 meses caíram quatro helicópteros russos: três Mi-17 adquiridos em 2005 e um Mi-26.

Chávez revista helicóptero russo, Yaracuy, Venezuela

Num dos acidentes pereceram 17 pessoas, no estado de Táchira. Numa outra dessas ocorrências, quase morreram o chefe do exército Carlos Mata Figueroa e nove militares.

No momento da compra, os aparelhos foram muito elogiados pela imprensa internacional.

O exército alegou más condições climáticas, mas admite que houve acidentes demais, e que é preciso esclarecer o que anda mal nos perigosos helicópteros do “camarada” Putin.

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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Máquina chavista tenta afogar últimas vozes livres na Venezuela

A perseguição contra as últimas vozes da imprensa que podem veicular opiniões livres está fechando o cerco.

Chávez anunciou o eventual fechamento de 240 emissoras de rádio e TV, e efetivou o silenciamento de 34 delas.

Lina Ron, líder dos invasores da TV. Na foto, em ato junto com o vice-presidente da Venezuela, Jorge Rodríguez Gómez.

A única rede importante de TV independente, a Globovisión, está sob inúmeros processos movidos pelo regime visando extinguí-la.

No dia 3 de agosto, uma banda armada de militantes chavistas invadiu a sede de Globovisión a mão armada e jogando granadas lacrimogêneas contra jornalistas e funcionários.

O grupo agressor é uma célula de agitação análoga aos “movimentos sociais” que operam no Brasil, ou aos “piqueteros” argentinos.

É dirigido pela ativista Lina Ron que é comparada ao “piquetero” preferido do casal Kirchner. No Brasil vários emessetistas disputariam um lugar na comparação.

Lina Ron, com seus militantes subversivos já tinha invadido o Palácio Arcebispal de Caracas de modo “pacífico”, isto é, no sentir geral ,de maneira violenta, intimidante e agressiva. Ela exortou os bispos a não apresentarem mais obstáculos – aliás, muitíssimo tíbios – à Revolução Bolivariana do coronel golpista, seu patrão.

O movimento de Lina Ron obedece à consigna “Con Chávez todo, sin Chávez plomo”: Com Chávez tudo, sem Chávez chumbo.

O presidente finge não poder controlá-lo e até estar contra ele, mas muito poucos ‒ e muito ilusos ‒ acreditam na comédia. O grupo tem todas as garantias de impunidade e estímulo oficial por baixo do pano. Aliás, um pano muito transparente e pouco limpo...

Agora invadiu a sede de Globovisión com armas e granadas como pode se ver nas imagens do clip embaixo, difundido por “La Nación” de Buenos Aires.

Obviamente o presidente Lula, a presidente da Argentina, Obama, a OEA, a ONU e outros “campeões da democracia” estão muito preocupados com Honduras que resiste constitucionalmente à tentativa de Chávez de se apossar do governo por meio de um de seus figurinos, Zelaya. E, por isso, não sabem de nada.

Sorrateiramente, esses presidentes esquerdistas, cada um com seus jeitos, prepara o estrangulamento das liberdades no seu respectivo país.



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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Miséria socialista agrava-se em Cuba

Cuba: mais miséria no campo e nas cidades
A crise econômica internacional foi mais uma ocasião para evidenciar o abismo de miséria em que o socialismo afundou Cuba.

Segundo o diário oficial “Juventud Rebelde”, da União de Jovens Comunistas a Unidade Empresarial Base de la Goma de Havana, que fornece pneus aos ministérios, paralisou as atividades há quatro meses.

O pretexto foi o aumento das commodities no mercado internacional. Em nenhum país do mundo em crise ouviu-se falar de tão drástica medida. Em verdade, o regime está sofrendo pela diminuição da entrada de divisas trazidas pelo turismo.

A razão é que os odiados capitalistas americanos e europeus estão gastando menos nas férias.

Cuba sem energiaO governo implementou um “rigoroso plano de arroxo energético”: as empresas que não o cumpram ficarão sem energia.

O problema é que o socialismo há décadas deixou a ilha sem fontes de energia.

Por sua vez, o presidente-ditador Chávez, que vinha salvando a situação, agora não têm recursos nem para alimentar a Venezuela que sofre crescentes carências de produtos básicos.

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Populismo esquerdista sofre derrota eleitoral na Argentina e tenta agora distrair a opinião pública


O populismo esquerdista do casal Kirchner sofreu esmagadora derrota nas eleições que renovaram a metade dos deputados e um terço dos senadores, observou “The Washington Times”.

Do "The Economist" (traduzido)

O casal adiantou o pleito para evitar um resultado pior [foto]. Tres quartas partes do eleitorado votou pela oposição, infringido ao regime a pior derrota de sua história, noticiou o diário portenho “La Nación”.

“O Globo”, em sua edição de 30 de junho, registrou que o regime populista “condenou-se à derrota no dia em que declarou guerra perpétua aos ruralistas” com suas tentativas sorrateiras de Reforma Agrária por via tributária.

O casal nacionalista foi derrotado em todos os grandes distritos eleitorais ‒ e até na sua própria província ‒ e perdeu o controle do Legislativo.

Desânimo tomou conta logo do quartel general Kirchner durante a apuração dos votosO presidente Cristina Kirchner anunciou ter recebido 31% dos votos, mas as cifras oficiais finais apontaram só 26,5%.

Desânimo tomou conta logo do quartel general dos Kirchner durante a apuração dos votos

Na realidade, as esquerdas progridem no nosso continente por falta de articulação de suas vítimas.

Bastou que estas reagissem, ainda que em parca medida, na Argentina para que o regime esquerdista sofresse espantoso revés.

Agora, o governo veicula mais estatísticas distorcidas, desde vez sobre a gripe A. A manobra visa que os argentinos tirem menos conseqüências da mudança formidável acontecida na eleição e fiquem absorvidos pela crise sanitária.

Porém, a operação distrativa está tendo mal resultado. A Argentina não compreende o fabuloso desleixo oficial face à doença. Por toda, parte apalpa-se um clima de fim de reinado... ou de ditadura disfarçada.

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quarta-feira, 8 de julho de 2009

O tridente Obama-Lula-Chávez ameaça a pequena e corajosa Honduras


Se acotovelando com o ditador da Líbia, Muhammad Khadafi, o presidente Lula exortou os países africanos a condenarem o “golpe” anti-democrático em Honduras.

Lula com Khadafi na cúpula da União Africana, Foto Ricardo Stuckert/PR

Falando na abertura da Cúpula da União Africana, em Sirte, Líbia, Lula começou seu discurso tratando o mentor de múltiplos atentados terroristas Khadafi de “Meu amigo, meu irmão e líder”, informou O Estado de S.Paulo.

Os líderes internacionais de países livres cancelaram suas participações. Também diversos líderes africanos manifestaram seu incomodo com a reunião continental. A causa? A presença de ditadores denunciados por genocídio e crimes atrozes, como os ditadores do Sudão e do Zimbábue.

Na coleção de ditadores não esteve o presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad, embora convidado. Tal vez estivesse muito atarefado reprimindo os protestos pela fraudulenta eleição que lhe deu mais um mandato.

Lula negou se sentir mal à vontade em meio a esse séquito de tiranos.

Os seus temores e mal-estares todos estavam voltados contra a decisão constitucional da Suprema Corte de Honduras declarando que o presidente “chavista” Manuel Zelaya tinha perdido seu posto de acordo com o estipulado em cláusula pétrea da Lei Fundamental do país.

Lula não foi o único presidente que se sentiu como que atingido pelos fatos na pequena Honduras.

O presidente-ditador Hugo Chávez foi o primeiro a trombetear seu espírito “democrático” contrário a todo golpe que não é dado por ele. Afinal, o prejudicado era sua “longa manus” que se aprontava para desrespeitar a Constituição hondurenha e aplicar o esquema para se apoderar do poder já utilizado na Bolívia e no Equador.

Também entrou no coro “democrático” o casal Kirchner que vinha de receber formidável surra eleitoral após inúmeros abusos contra as leis, instituições, Igreja, Forças Armadas e classes produtoras da Argentina.

Conta-se na mesma Argentina que um delegado entrando num “pulpero” (boteco) foi surpreso por um cliente que pulou gritando “yo no robé el chancho!”. Problemas de consciência...

Problemas de consciência desses parecem ter animado a formidável orquestração de protestos “democráticos” de líderes latino-americanos, da OEA e até da ONU. Sem falar do berreiro da mídia...

Como se um medo secreto de que fenômenos análogos aconteçam nos povos cada vez mais descontentes com os regimes populistas de esquerda.

O que aconteceu em Honduras?

O berreiro parecia feito para desconcertar o simples cidadão e impedir-lhe de formar um juízo sereno.

Porém, um advogado e ex-assessor do governo hondurenho, Octavio Sánchez, publicou luzidia matéria no Christian Science Monitor explicando o caso jurídico constitucional. O artigo leva o título “Golpe em Honduras. Um absurdo”. Ele foi reproduzido pelo O Estado de S.Paulo sob o desbotado título “Golpe em Honduras? Que golpe?”

No referido artigo diz:
“Às vezes, o mundo todo prefere uma mentira à verdade. A Casa Branca, a ONU, a Organização dos Estados Americanos (OEA), e grande parte da mídia condenaram a deposição do presidente hondurenho Manuel Zelaya, no domingo, como um golpe de Estado.

“Isso é um absurdo. Na realidade, o que aconteceu aqui é simplesmente o triunfo da lei. (...)

“Segundo nossa Constituição, o que aconteceu em Honduras no domingo? Os soldados prenderam e mandaram para fora do país um cidadão hondurenho que, no dia anterior, por seus próprios atos perdera a presidência. (...)

“Segundo o Artigo 239: “Nenhum cidadão que já tenha ocupado o cargo de chefe do Executivo poderá ser presidente ou vice-presidente. Quem violar esta lei ou propuser sua reforma, bem como quem apoiar direta ou indiretamente tal violação, cessará imediatamente de desempenhar suas funções e estará impossibilitado de ocupar qualquer cargo público por um período de dez anos.

“Observe-se que o artigo fala em intento e também diz “imediatamente” — ou “no mesmo instante”, ou “sem necessidade de abertura de processo”, ou de “impeachment”.

“A Suprema Corte e o ministro da Justiça ordenaram a prisão de Zelaya, pois ele desobedeceu a várias ordens do tribunal, obrigando-o a obedecer à Constituição. (...) A decisão foi tomada por 123 (dos 128) membros do Congresso presentes naquele dia.

Não acreditem no mito do golpe. Os militares hondurenhos agiram inteiramente dentro da Constituição. Eles nada ganharam, senão o respeito da nação por seus atos.

“Estou extremamente orgulhoso de meus compatriotas. Finalmente, decidimos nos levantar e nos tornar um país de leis, e não de homens. A partir deste momento, aqui em Honduras, ninguém estará acima da lei.”




Se ainda dúvida houvesse eis a declaração conjunta da Conferência Episcopal de Honduras:
“Ante la situación de los últimos días, nos remitimos a la información que hemos buscado en las instancias competentes del Estado y muchas organizaciones de la sociedad civil. Todos y cada uno de los documentos que han llegado a nuestras manos, demuestran que las instituciones del Estado democrático hondureño, están en vigencia y que sus ejecutorias en materia jurídico-legal han sido apegadas a derecho. Los tres poderes del Estado, Ejecutivo, Legislativo y Judicial, están en vigor legal y democrático de acuerdo a la Constitución de la República de Honduras”.



Constituição, lei, democracia, soberania? Nada disso parece ser respeitável quando o povo soberano vai em sentido oposto do que querem as esquerdas.

O futuro da América Latina ‒ liberdade ou ditadura ‒ : eis o que está em jogo em Honduras.

Sentem as esquerdas latino-americanas que é preciso esmagar a vontade popular hondurenha, como a ex-URSS sentia urgência em silenciar as vozes dos dissidentes.

Formidável pressão foi montada com a ativa participação do presidente Obama.

Apareceu assim um singular tridente. Tem uma ponta radical e espalhafatosa: o coronel golpista venezuelano. Na outra ponta o democrata Obama. E, bem no meio o “moderado” presidente Lula.

No velho estilo das revoluções planejadas outrora em Moscou e Havana repetiu-se em Tegucigalpa a manobra que tantas vezes deu certo ao comunismo: o “povo” ‒ e na ponta mais exaltada ativistas chavistas e nicaragüenses ‒ marcharam sobre o aeroporto para receber o constitucionalmente destituído Zelaya.

No aeroporto ‒ sempre segundo a velha cartilha da revolução soviética ‒ deveria sair algum “mártir”, isto é, um manifestante cuja morte seria atribuída à repressão. A populaça agitada partiria por cima dos soldados. Algum oficial ou tropa “confraternizaria” com os piquetes revoltosos.

Zelaya desceria do avião venezuelano em meio a ovação da chusma socialista e marcharia para ocupar o palácio presidencial. No vizinho El Salvador, os presidentes de Argentina, Equador e Paraguai, aguardavam para aparecer e coonestar o “golpe” democrático. O seu mentor chegaria de Caracas posando como herói.

O bom senso prevaleceu. A opinião pública hondurenha mostrou-se corajosa na resistência à imposição brutal de um ditador disfarçado de democrata. Os magotes de desordeiros foram pífios e a manobra fracassou.

Cristina Kirchner voltou às pressas a Argentina, onde sondagem do “La Nación” mostrava que 90% da opinião argentina desaprovava suas andanças revolucionárias pela América Central.

O estridente presidente venezuelano nessas alturas guardava profundo silêncio. Antes ameaçou guerra a Honduras, depois empurrou os outros para a aventura e na hora decisiva escondeu-se em casa, onde não está nada seguro.

Por sua vez, após silêncio passageiro o “moderado” presidente Lula voltou à carga contra Honduras em favor do agente fiel de Chávez.

O principal da iniciativa, entretanto, ficou com o presidente Obama, a terceira ponta do tridente. Batalhas diplomáticas vão se travar em Washington.

A Costa-Rica aceitou fazer uma mediação. Sobre ela concentrar-se-ão as pressões do tridente.


Honduras merece nosso apoio pela coragem com que está resistindo à prepotência esquerdista sul e norte-americana, com fé e patriotismo.

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Cuba, Venezuela e agora Irã: política externa lulista causa apreensões no mundo livre

Lula cumprimenta líder do Irã, Seyed Mohammed Khatami, Caracas, Ricardo Stuckert-PR
“O Brasil está sob fogo, de modo crescente, por seu vergonhoso apoio a ditaduras ao redor do mundo”, avaliou o colunista Andrés Oppenheimer, do Miami Herald.

Lula cumprimenta líder do Irã, Seyed Mohammed Khatami, Caracas, Ricardo Stuckert-PR

O artigo do renomeado articulista merece a maior atenção. Eis alguns tópicos principais do artigo “O Brasil merece críticas por sua horrível política externa”:

“É difícil existir um ditador — ou um governo repressor — de que o Brasil não goste, afirmam os grupos de defesa dos direitos humanos.

“Na semana passada, quando o Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva se dirigiu ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, foi saudado com um coro de reclamações sobre sua política externa pela Anistia Internacional, pela Human Rights Watch e outros dos principais grupos de defesa dos direitos humanos.

“O apoio do Brasil a governos autoritários está minando o desempenho do Conselho de Direitos Humanos,” declarou a 15 de junho Julie de Rivero, diretora de advocacia do Human Rights Watch.

“O presidente Lula está levando sua política de não se envolver em contendas com outros países muito longe, dizem os críticos.

Lula com Chávez no eeroporto Simón Bolívar, Caracas. Ana Nascimento-ABR“No ano passado, depois que o Presidente venezuelano Hugo Chávez fechou a maior estação de televisão independente de seu país, a RCTV, Lula declarou à revista alemã Der Spiegel que “Chávez é sem dúvida o melhor presidente da Venezuela nos últimos 100 anos.

Lula com Chávez no eeroporto Simón Bolívar, Caracas. Ana Nascimento-ABR

“De modo semelhante, após se encontrar com o semi-aposentado ditador Fidel Castro durante uma visita a Cuba em janeiro de 2008, Lula afirmou esperar que Castro logo retornasse para assumir seu “papel histórico,” e louvou sua “incrível lucidez”.

Registro de votações

“Mais recentemente, os votos do Brasil no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas têm se alinhado mais freqüentemente com países totalitários do que com as democracias de centro-esquerda da América Latina, como Argentina, Uruguai e o Chile. Alguns exemplos recentes:

■ Em maio, o Brasil se absteve em uma votação de resolução patrocinada por Cuba que visava fazer com que o Conselho parasse de monitorar as violações de direitos humanos no Sri Lanka, onde o mais alto comissário de direitos humanos das Nações Unidas, denunciou a generalização de crimes de guerra. Em comparação, Argentina, Chile, México e a Comunidade Européia votaram pela manutenção do inquérito.

Lula e Putin no Itamaraty, Ricardo Stuckert-ABrLula e Putin no Itamaraty, Ricardo Stuckert-PR

■ Em março, o Brasil se absteve em uma votação similar sobre as Nações Unidas continuarem ou não a monitorar os direitos humanos na Coréia do Norte, onde os supervisores da ONU estavam examinando relatórios sobre execuções e campos de concentração. Em comparação, países europeus, Argentina, Chile e Uruguai votaram a favor do prosseguimento da missão.

■ Também em março, o Brasil se absteve em uma votação proposta pela União Européia para barrar uma proposta africana destinada a debilitar a obtenção de provas pelas Nações Unidas de abusos cometidos na República do Congo. Em comparação, Argentina, Chile, Uruguai e até a esquerdista linha-dura Nicarágua votaram a favor de continuar as sindicâncias.

■ Em fevereiro, durante a revisão da situação de direitos humanos em Cuba, promovida pelo conselho, o Brasil afirmou “dar as boas-vindas”‘ à “posição construtiva” de Cuba no sistema dos direitos humanos das Nações Unidas e não mencionou os prisioneiros políticos do país, ou a ausência de liberdade de imprensa e de outros direitos fundamentais.

Lula, Kirchner, Morales e Chávez, Puerto Iguazú, Ricardo Stuckert-PRLula, Kirchner, Morales e Chávez, Puerto Iguazú, Ricardo Stuckert-PR

“O Brasil considera os direitos humanos como um obstáculo para as suas metas estratégicas”, disse-me em uma entrevista telefônica José Miguel Vivanco, Diretor para as Américas do Human Rights Watch.

“O Brasil devia ser fiel a seus compromissos assumidos em tratados internacionais para defender universalmente os direitos humanos e os princípios democráticos, e parar de aplaudir ditadores. Se Lula continuar a fazer vista grossa para abusos de direitos humanos ao redor do mundo, estará abrindo um precedente para que futuros governos suprimam direitos humanos em seu próprio país”.

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Soberania brasileira ameaçada com beneplácito das esquerdas petistas e “católicas”

O príncipe Charles, herdeiro da coroa inglesa, propôs no Itamaraty que os países desenvolvidos assumam a conservação das florestas tropicais brasileiras emitindo títulos a serem comprados por investidores privados, fundos de pensão e seguradoras.

Os proprietários desses títulos garantiriam recursos e impediriam que as matas sejam aproveitadas para cultivo por parte da população brasileira.

Na prática virariam “padrinhos” particulares de enormes extensões do solo nacional com a intenção de impedir os brasileiros que explorem seus recursos. Com essa proposta, a soberania nacional sobre as florestas ficaria condicionada, isto é, seria atingida a fundo. Porque a soberania tem de característico que é plena ou não é soberania.

O príncipe de Gales soltou este despropósito ante empresários nacionais e estrangeiros. Entre eles estava o próprio presidente do BNDES, Luciano Coutinho que engoliu o despautério, a julgar pelo silêncio da imprensa.

2008-09-23, Índios frente ao STF, ato pela anulação de títulos de propriedade de fazendeiros de Caramuru-Paraguaçu, Bahia, ©Wilson Dias-ABrUma equipe britânica voltará ao Brasil para combinar com o governo petista a implementação do plano.

Charles admitiu que, pelo Direito, a Amazônia faz parte do “território soberano” do Brasil. Porém, insistiu na idéia de que o Banco Mundial, ONGs e governos estrangeiros se imiscuírem na gestão das florestas brasileiras a título de financiamento ecológico. Ele mencionou um projeto de sua organização: o The Prince’s Rainforests Project.

Na favela Nova Holanda, no Rio, o príncipe assistiu a uma encenação “para inglês ver”, incluindo o cacique Raoni, mais lembrado no exterior do que no País. A ofensiva comuno-missonária para tirar os brasileiros “brancos” de imensas áreas do território nacional converge objetivamente com planos ecologistas do gênero concebidos no exterior.

A manobra parece se beneficiar do pleno beneplácito do PT e da CNBB e dos planos mais radicais do comuno-progressismo...

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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Videojogos incitando a crimes hediondos circulam impunes em São Paulo

Vende-se em bancas de camelôs nas ruas de São Paulo, DVDs piratas com o videojogo Rapelay. Ele incita com simulações a praticar estupros, pedofilia e aborto, entre outros crimes.

Os jogadores, jovens ou adolescentes em geral, são estimulados a molestar mulheres no metrô, estuprá-las num trem ou na praça da cidade, obrigá-las a abortar, e outras perversidades que horrorizam o senso da humanidade e a moral católica.

Esse e outros jogos igualmente corruptores podem facilmente ser baixados pela Internet. O Rapelay foi ideado pela empresa japonesa Ilusion mas foi banido na maioria dos países. Pasma a paralisia das autoridades judiciárias e do MPF devidamente informadas desta iniciação da juventude em crimes hediondos.

Logo da empresa japonesa fabricante do jogo perversoO procurador da República Sérgio Suiama alega que é difícil abrir uma investigação criminal porque a legislação brasileira não tipifica o abuso sexual simulado de crianças, adolescentes e adultos.

Também aduz que a venda ocorre ilegalmente e que só agiria com certeza se os DVDs fossem vendidos em lojas regulares.

É um argumento análogo ao usado para deixar impune o MST: como esse movimento não existe legalmente, logo seus crimes ficam sem repressão ou pena.

Se se aguarda que o crime seja cometido em ambientes “legais” para reprimi-lo, seria preciso dizer que cessou a luta contra os malfeitores que agem na ilegalidade.

Isto é, o crime mais genúnino ficará livre.

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