segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Chile: “mapuches” disparam fuzis em proclama revolucionária

Mapuches disparam armas na leitura de um manifesto (Twitter)
Mapuches disparam armas na leitura de um manifesto (Twitter)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Violentos conflitos têm epicentro na Araucânia chilena e na Patagônia argentina provocados por “indígenas” mapuches.

Num vídeo viralizado no Chile, a organização mapuche Weichan Auka Mapu exibe armas e ameaça usá-las caso o exército seja enviado a restaurar a ordem e cessar com os ataques predatórios desses “indígenas”, segundo documentou “La Nación”.

O vídeo parece uma mera repetição de exibição de forca dos guerrilheiros das FARCs.

O líder fala com o rosto coberto e ameaça ao presidente Piñera que está entregando o cargo. E numa outra mensagem recrudesce as ameaças de violência caso seja eleito presidente o candidato das direitas.

O porta-voz guerrilheiro afirma: “diante do fortalecimento de uma direita golpista, (...) nossos ancestrais apoiaram a guerra contra os invasores espanhóis e do Estado chileno, instamos estes cães de guarda dos ricos a abandonar nosso território, porque serão derrotados pela força dos Mapuches gente em armas”, ameaçou.

E justifica o uso de armas, mas ali sem o folclore forjado, mas em termos de luta de classe marxista-leninista com pinceladas ecologistas:

Atentado mapuche descarrila e incendeia trem no sul do Chile
Atentado mapuche descarrila e incendeia trem no sul do Chile
“Reafirmamos nosso compromisso revolucionário em ações de sabotagem dos interesses capitalistas que destroem e assolam a Mãe Terra, bem como em ações armadas contra nossas comunidades, verdadeiras proprietárias da legitimidade territorial”.


No final da gravação, várias dezenas de membros da organização, com os rostos cobertos, erguem as armas, gritam “vamos vencer” disparam para o céu seus fuzis automáticos.

Numa suposta retomada de “terras ancestrais” baderneiros encapuzados invadiram a turística cidade de El Bolsón, perto de Bariloche, na Argentina e iniciaram a depredação de moradias e lojas.

Seus porta-vozes diziam pertencer a uma Comissão de Direitos Humanos da periferia de Buenos Aires, afiliada ao movimento de Cristina Kirchner e, reforçados por “mapuches” chilenos destruíam com total omissão das autoridades e da polícia local.

Ignaros das realidades agrícolas atacaram e feriram um cavalo de um gaucho argentino que estava celebrando o rodeio do Dia da Tradição com um bom churrasco popular regado a vinho.

Os gauchos presentes não suportaram

Montaram seus cavalos e puseram em fuga às chicotadas o grupo de manifestantes encapuzados que destruíam o centro da cidade.

Gauchos correram depredadores 'mapuches' na Argentina
Gauchos correram depredadores 'mapuches' na Argentina
“É preciso dar uma boa surra nessas pessoas”, explicou Victor, um dos gauchos que participou do rodeio em entrevista a uma rádio local citada por “La Nación”.

Víctor vive em El Bolsón há mais de 15 anos e explicou a briga:

“Estávamos em uma festa depois de muito tempo trancados [pelo coronavírus], e essas pessoas vêm se apropriar de tudo. Você cansa porque as pessoas não sabem o que fazer, ninguém nos defende”, disse.

“Não são gente daqui, também não são mapuches. Eles quebram a praça, os negócios. Saímos do nada porque estamos cansados deles cortando a estrada e muitas outras coisas”, acrescentou.

Quando o jornalista lhe perguntou se a luta contra os manifestantes pró-mapuche se faz com “os rebencazos”, Víctor respondeu: “Sim, sim, venha o que vier, porque você tem que dar uma boa surra nessa gente, eles não merecem reclamar de quebrando tudo. Se quiser reivindicar, mas reivindique bem, sem quebrar nada ”.

O jornalista perguntou se assim não “piorava as coisas”, o entrevistado respondeu que “essas pessoas andam carregando facas. Ninguém faz nada, e quem nos ouve? As crianças não podem sair à rua, quem eles pensam que são?

“Clarín”, os gauchos enquanto dispersavam os desordeiros gritavam “Viva la Patria”. O rodeio continuou numa área contigua.

A porta-voz Soraya Maicoño, de um grupo mapuche que promove um conflito territorial que já resultou em mortes, disse que ante o acontecido levantaram o assentamento e foram embora.

Mas acusou os gauchos de “gente a cavalo muito bêbada batendo em todo mundo”.

“Vocês estavam bêbados?”, perguntou o jornalista ao gaucho Victor. “Estávamos em uma festa, não vamos contar que estávamos bebendo refrigerante, mas eles também não estavam lúcidos. Nós estávamos com a família”, respondeu.

“Saímos para defender o que é nosso. Estamos cansados deles cortando a estrada e ninguém fazer nada”.

No final do diálogo, Víctor encerrou: “quando eles voltarem, nós também iremos dar-lhes umas ‘correadas’”.

A reação popular na Argentina toda foi de entusiasmado aplauso aos genuínos homens do campo.



Manifesto terrorista mapuche




segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

94,5% dos venezuelanos na mais crua pobreza

Populares comem lixo na rua
Populares comem lixo na rua
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Nova Pesquisa das Condições de Vida, apresentada em Caracas pela Universidade Católica Andrés Bello revelou que 94,5% dos venezuelanos caíram abaixo do nível de pobreza, sendo que 76,6% deles estão abaixo da linha de pobreza extrema, informou “El País”, edição para o Brasil.

Nem os envios de petróleo de Teerã (Irã) para Caracas impediram a paralisação quase total do país provocada pela escassez de combustível se agravando a recessão.

As medidas do Governo contra a Covid-19 catapultaram a crise. As crianças ficaram um ano e meio sem aulas, e ficou paralisado o setor produtivo.

O desemprego afeta 8,1 milhões de venezuelanos. Os que ainda têm trabalham são 7,6 milhões, mas grande parte com uma jornada de quatro horas.

Entre os inativos há 3,6 milhões que deixaram de procurar emprego.

1,5 milhão de mulheres com filhos está sem recursos. Apenas um terço das venezuelanas tem ocupação regular.

Entre 2014 e 2021, o emprego formal perdeu 4,4 milhões de postos de trabalho, 70% dos quais no setor público, e o restante na iniciativa privada.

Temos fome diz cartaz
Temos fome diz cartaz
No setor privado, 58% estão em condição de pobreza extrema, enquanto no setor público são 75%.

A precariedade do emprego no setor público foi mencionada até pela Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos dirigida pela esquerdista Michelle Bachelet em seu último relatório sobre a Venezuela.

Um funcionário pode ganhar apenas 12 dólares por mês, ao passo que um empregado do setor privado recebe em média 38 dólares por mês, e os autônomos têm renda média de 32 dólares.

Segundo um dos autores do relatório, o sociólogo Luis Pedro España, o maior problema é a abissal redução na entrada de divisas, de 90 bilhões de dólares em 2012 para 5 bilhões em 2020, a maior parte procedente das exportações não petroleiras privadas.

“Se distribuíssemos toda a renda equitativamente entre as famílias, a média per capita seria de 30 dólares por venezuelano por mês, ou seja, um dólar por pessoa por dia, um cenário em que todos estaríamos na pobreza extrema”, acrescentou.

O “socialismo do século XXI” de Nicolás Maduro multiplicou as “Bolsas” e “Auxílios” para as famílias miseráveis que chegam no máximo a 36 dólares por mês, e torna esse contingente miserável totalmente depende totalmente do Estado.

Migrantes venezuelanos na Rodoviária de Anápolis
Migrantes venezuelanos na Rodoviária de Anápolis
A pesquisa foi feita com mais de 17.000 entrevistas domiciliares de mais de 800 perguntas durante os últimos sete anos.

Ainda segundo ela, pelo menos 340.000 crianças deixaram de nascer em cinco anos e o aumento da mortalidade infantil, chegou a 25,7 por cada 1.000 nascidos vivos alterando a pirâmide populacional do país.

As gerações nascidas entre 2015 e 2020 terão três anos menos de vida que as que precederam à crise, apontou Anitza Freites, coordenadora do estudo.

A população diminuiu 1,1% na última meia década, caindo para 28,7 milhões.

Mais de quatro milhões, sendo 90% deles na faixa dos 15 a 49 anos, emigraram nos últimos cinco anos ganhando as dimensões de um êxodo.

O comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para a crise migratória venezuelana, David Smolansky, considera que logo haverá mais migrantes e refugiados venezuelanos que de qualquer outro país, incluídos países em guerra como a Síria, reportou “Clarin”.

Em 2022 poderá ser a maior do mundo por causa da crise econômica e da repressão. 

A oposição venezuelana fala de por volta de sete milhões, enquanto fontes da ONU e outras organizações especulam em volta de seis milhões, segundo a mesma fonte.

A educação remota ficou quase inviável e em 78% dos lares as mães assumiram as tarefas educacionais.