segunda-feira, 23 de maio de 2016

Relatório final da “CPI do CIMI” desvenda
estarrecedora subversão comuno-missionária
pintada de verde ambientalista

Fazenda Buriti invadida e incendiada por índios, em Sidrolândia (MS)
Fazenda Buriti invadida e incendiada por índios, em Sidrolândia (MS)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs



Post publicado no blog "Verde: a cor nova do comunismo"


O verde a nova cor do comunismo? Isso não é muito exagero? – comenta por vezes algum objetante – Pode ser que alguns tresloucados fale ou façam coisas amalucadas a propósito de ecologia e meio-ambiente, mas sempre será algo colateral e episódico!

Não! – pode acrescentar um leitor logrado – não se pode achar que por trás do ambientalismo radical possa haver uma ideologia de tipo comunista, um marxismo travestido após a debacle da URSS!

Tampouco pode se supor uma organização com milionário financiamento internacional, uma articulação que usa a fraude e a malícia para introduzir uma nova religião afim com o marxismo, e que para isso manipula as causas da natureza e das tribos indígenas para subverter o Brasil e o mundo!



Ainda mais irreal, continua o imaginário objetante, é supor que essa crença, ou religião, de fundo comunista pretenda acabar com o progresso, extinguir a civilização e a cultura como nós a conhecemos, e reduzir a humanidade a uns míseros bandos que vagueiam pelas florestas ou pelos desertos desnutridos, adoentados, como se esse fosse o ideal dos filhos de Deus!

Também soa absurda e inexequível a compensação que seria oferecida pelos arautos dessa utopia malsã.

Quer dizer, a promessa ébria de um homem integrado na natureza que é cultuada como se fosse um deus, panteísta e ecumênico. Um novo relacionamento com o planeta pautado por gurus-profetas que auscultariam as mensagens que vêm das entranhas mais profundas e quentes da Mãe Terra enviados por um espírito que os habitaria!

Ah!, não, não, não! Isso é muito exagero, positivamente há muito engano no blog “Verde: a nova cor do comunismo”!

Em numerosos posts, anos a fio, temos procurando atender a essa compreensível dificuldade. Compreensível, pois quem iria imaginar que bandeiras de defesa da ordem natural, em si mesmas tão simpáticas, iriam ser manipuladas para conduzir ao polo oposto daquele a que deveriam levar.

CPI do CIMI aprovou relatório final.
CPI do CIMI aprovou relatório final.
Entrementes, das centenas de documentos que temos reproduzido, citado ou comentado em nosso blog, nunca tivemos em mãos um de uma tal gravidade, autoridade e com um tal volume de informações como o Relatório Final da “CPI do CIMI”, do qual apresentamos as conclusões a continuação, dentro do espaço limitado de um blog.

A “CPI do CIMI”


A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (“CPI do CIMI”) sobre as atividades naquele estado do Conselho Missionário Indigenista (CIMI) órgão ligado à Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O texto completo pode ser lido ou descarregado no site da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul neste endereço.

O Relatório final teve como Relator o deputado estadual Paulo Correa – (PR/MS). Integraram a Comissão os deputados Mara Caseiro (presidente, PSDB-MS), Marquinhos Trad (vice-presidente, PSD-MS), Onevan de Matos (PSDB-MS) e Pedro Kemp (PT-MS), com a assessoria jurídica dos advogados Gustavo Passarelli da Silva (OAB/MS 7602) e Pedro de Castilho Garcia (OAB/MS 20.236).

O inquérito foi aberto em setembro de 2015. O colegiado realizou 25 reuniões de trabalho e 36 depoentes passaram pelo plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS).

O Relatório final foi aprovado pelo plenário do Legislativo sul-mato-grossense na terça-feira 10 de maio de 2016.

Reproduzimos a continuação as CONCLUSÕES FINAIS.


CONCLUSÕES FINAIS E ENCAMINHAMENTOS


Como fiz questão de ressaltar no início do relatório, as provas inicialmente encaminhadas e que serviram para a constituição do fato determinante, já eram [página 205] indícios fortíssimos da participação do CIMI na incitação à violência e a invasão de propriedades privadas

A análise de todas as demais provas do processo, notadamente os depoimentos prestados em audiências realizadas nesta Casa de Leis, foi importantíssima na formação do convencimento deste relator da efetiva participação do CIMI nos atos mencionados na denúncia.

Mais do que isso, foram importantes para desvendar um nefasto plano de desestabilização do agronegócio, das instituições, dos poderes constituídos, por parte do CIMI.

Um plano muito bem arquitetado, que teve início em 1972 com a Convenção de Barbados, em que foram definidas as molas mestras da atuação do CIMI no Brasil, e por conseguinte, no Mato Grosso do Sul.

Em consulta ao site do CIMI é possível verificar sua forma de atuação:

Dom Leonardo Ulrich, secretário geral da CNBB, antropóloga Lúcia Helena Rangel e Tito Vilhalva, da etnia Guarani Kaiowá, no lançamento do Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil. Foto: Antonio Cruz /Agência Brasil
Dom Leonardo Ulrich, secretário geral da CNBB, antropóloga Lúcia Helena Rangel
e Tito Vilhalva, da etnia Guarani Kaiowá, no lançamento do Relatório de
Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil. Foto: Antonio Cruz /Agência Brasil
O CIMI é um organismo vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que, em sua atuação missionária, [página 206] conferiu um novo sentido ao trabalho da igreja católica junto aos povos indígenas.

Criado em 1972, quando o Estado brasileiro assumia abertamente a integração dos povos indígenas à sociedade majoritária como única perspectiva, o CIMI procurou favorecer a articulação entre aldeias e povos, promovendo as grandes assembleias indígenas, onde se desenharam os primeiros contornos da luta pela garantia do direito à diversidade cultural.

O objetivo da atuação do CIMI foi assim definido pela Assembleia Nacional de 1995:

“Impulsionados(as) por nossa fé no Evangelho da vida, justiça e solidariedade e frente às agressões do modelo neoliberal, decidimos intensificar a presença e apoio junto às comunidades, povos e organizações indígenas e intervir na sociedade brasileira como aliados (as) dos povos indígenas, fortalecendo o processo de autonomia desses povos na construção de um projeto alternativos, pluriétnico, popular e democrático.”

Os princípios que fundamentam a ação do CIMI são:

– o respeito à alteridade indígena em sua pluralidade étnico-cultural e histórica e a valorização dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas;

– o protagonismo dos povos indígenas sendo o CIMI um aliado nas lutas pela garantia dos direitos históricos;

– a opção e o compromisso com a causa indígena dentro de uma [página 207] perspectiva mais ampla de uma sociedade democrática, justa, solidária, pluriétnica e pluricultural.

E para esta nova sociedade, forjada na própria luta, o CIMI acredita que os povos indígenas são fontes de inspiração para a revisão dos sentidos, da história, das orientações e práticas sociais, políticas e econômicas construídas até hoje.

Verifica-se que dentre os princípios fundamentais do CIMI não está o respeito à ordem estabelecida, aos poderes constituídos, à legislação e à Constituição Federal da República.

O desrespeito à soberania, aos poderes constituídos, às instituições, a utopia, a teimosia e a ousadia, condutas assumidamente adotadas pelo CIMI, são a marca indelével de sua atuação.

No caso do Mato Grosso do Sul verifica-se que o plano de atuação começa com a chegada dos membros Nereu Schneider, Olivio Mangolin e Maucir Pauletti.

Dom Roque Paloschi, atual presidente do CIMI, durante a 54ª Assembleia Geral da CNBB, Aparecida. Foto: Augusta Eulália Ferreira
Dom Roque Paloschi, atual presidente do CIMI,
durante a 54ª Assembleia Geral da CNBB, Aparecida.
Foto: Augusta Eulália Ferreira
Através da solicitação de vultosos recursos para a invasão de propriedades [página 208], passaram a frequentar as comunidades indígenas para causar a cizânia, a descrença, a desesperança.

Ao mesmo tempo, cuidam de fomentar publicações, como a de Antônio Brant, a respeito da Nação Guarani, um texto pouco ou quase nada ufanista, mas extremamente perigoso, porque serviu de base para vários antropólogos elaborarem seus laudos em processos demarcatórios.

O mesmo se pode dizer para a publicação realizada por Maucir Pauletti, membro do CIMI, em que tenta atribuir a causa dos suicídios pelos indígenas à falta de terras, como que a profetizar que a salvação estava no aumento de suas territorialidades para, posteriormente, apresentar a solução: isso se dá através da luta, da desconsideração das legislações nacionais, enfim, da desobediência.

Foi através de atos como esses que na década de 90 iniciam-se esse conjunto de ações concatenadas cujo nefasto efeito agora é notado.

O Estado Brasileiro não pode se quedar inerte, impávido, diante de tamanha agressão a sua soberania.

As condutas constatadas e provadas no presente procedimento [página 209] são da mais alta gravidade.

Trata-se de incitação ao crime, à desobediência, ao ódio, ao sectarismo, enfim, todos os ingredientes necessários para que uma nação democrática sucumba, como em muitos outros exemplos na história já foi possível notar.

E não se esmoreçam os que ouvirem os gritos, lamúrias e ironias em sentido contrário, de que não se passam, conclusões como as alcançadas neste relatório, de um cenário fantasioso, excessivo e conspiratório, pois é justamente esse o argumento sempre utilizado em todas as ditaduras, sistemas autoritários, para dissipar a resistência da sociedade.

Faço aqui uma consideração em relação às comunidades indígenas, que também julgo, como os produtores rurais, os grandes prejudicados pelas condutas praticadas pelo CIMI.

Os produtores rurais, de quem cuidarei mais a seguir, foram e estão sendo prejudicados de forma irreversível pelo CIMI. [página 210]

continua no próximo post: Produtores e indígenas vitimados pela conduta subversiva do CIMI


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