segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Ruína económica venezuelana-argentina aponta mal rumo para América do Sul

Chávez durante a demagógica inauguração em 2005.
Chávez durante a demagógica inauguração em 2005.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Em 1º de fevereiro de 2005, centenas de agitadores de organizações sociais aplaudiam a inauguração do primeiro posto de atendimento PDVSA-Enarsa, produto do acordo energético entre a Argentina e Venezuela “bolivarianas”, rememorou longa reportagem do “La Nación”.

O falecido Hugo Chávez encheu o tanque do primeiro veículo e exultou: “aqui as barreiras do neoliberalismo selvagem, do capitalismo, estão sendo quebradas”.

“Vamos continuar abrindo estações e vamos começar a perfurar poços de petróleo para que no futuro a Argentina não precise importar petróleo.”

O ministro local do Planejamento Federal Julio De Vido – hoje em prisão preventiva por falcatruas – antecipou: “é o início da abertura de mais 600 previstas para o restante do ano”.

Mais do que uma realidade foi uma ficção esquerdista ou doentia.

Após 17 anos, a Pdvsa Argentina em ruinas
Após 17 anos, a Pdvsa-Argentina em ruínas aponta descaminho para o continente
A empresa hoje, a 17 anos do ato inaugural, só tem únicos quatro postos de atendimento em estado de abandono.

Esses acumulam penhoras judiciais, dívidas milionárias e pelo menos 80 ações judiciais de funcionários e fornecedores que reclamam salários atrasados.

Segundo ex-funcionários, a empresa abandonou seus escritórios devendo milhões em aluguéis e despesas não pagas.

A petroleira venezuelana quis comprar a Shell e a rede estatal uruguaia Sol Petróleo até que todas pararam de servir.

“A PDVSA implodiu na própria Venezuela, explicou o doutor em Economia e Direito Daniel Gustavo Montamat, ex presidente de YPF y ex secretário de Energia. “No início do chavismo, a empresa produzia 2.800.000 barris de petróleo e hoje só 600 mil”.

Néstor Kirchner e Chávez anunciaram um Grande Gasoduto do Sul, que ligaria a Venezuela à Argentina, atravessando o Brasil que nunca foi realizado. Muitos ficaram pasmos pela ousadia do projeto hoje esquecido.

Refinaria de PDVSA en El Palito, Venezuela. O gigante petrolífero acumula divida de 35 bilhões de dólares e quase não produz
Refinaria de PDVSA en El Palito, Venezuela. O gigante petrolífero
acumula divida de 35 bilhões de dólares e quase não produz
A empresa nunca gerou um centavo, embora todos os meses, entrava dinheiro dos governos”.

O jornal “La Nación” nem achou seu presidente, Carlos Corredor. “Tudo o que você pode imaginar foi levado embora. De computadores, mesas, dispensadores, pratos. Não sobrou nem janelas”, diz Juan Manuel Lasso, ex-administrador da estação San Francisco. 

No posto, os mais de 40 trabalhadores reclamam meses de salários à empresa fechada há mais de dois anos.

Em 2020 lhes foi cortada a energia elétrica. As bombas não funcionam. Os operários iam à estação em turnos para evitar roubos. Até que veio a pandemia e foram demitidos desrespeitando os requisitos legais.

O presidente Alberto Fernández prometeu resolver os problemas, mas ninguém acreditou e de fato tiveram razão .

Os direitos trabalhistas foram desrespeitados pelo 'goverrno dos trabalhadores argentinos'
Os direitos trabalhistas foram desrespeitados pelo 'governo dos trabalhadores argentinos'
A subsidiária argentina da petrolífera venezuelana ainda existe nos papeis. Em 2019, foi demitida a maioria dos funcionários administrativos.

Também fechou seus escritórios porque não pagava alugueis e despesas. Só ficam menos de seis funcionários num pequeno escritório.

A empresa entrou no tráfico ilegal de dinheiro da Bolívia até que uma “mula” foi presa com maços de dólares dizendo que eram para pagar os salários da PDVSA Argentina. Até essa fonte secou.

Ninguém entende como foi possível que o Estado argentino não reclamasse. Os processos de ex-trabalhadores concluíram com a declaração da falência.

Mas tudo continua como dantes no quartel do Abrantes bolivariano com os governos esquerdistas acobertando a falcatrua de fundo ideológico e tentando tomar o poder nos países vizinhos.



segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Cataratas que sugerem superior vocação histórica

Cataratas do Iguaçu em 360º
Veja vídeo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Clique na foto para Cataratas do Iguaçu em 360º
Girar com o mouse. Clicar no mapa à direita para mudar o ângulo

Quem, antes de descer no aeroporto da cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, observar do avião as famosas Cataratas do Iguaçu, fica extasiado com a grandiosidade da visão panorâmica das diversas quedas-d'água.

Saindo do aeroporto, o viajante precisa percorrer alguns quilômetros para começar a ouvir o ruído das águas. De início um tanto surdo, ele vai crescendo assustadoramente, tornando-se estrondoso junto às quedas. Uma imagem ­entre outras - é compreensível que ocorra ao espírito do viajante, eventualmente já predisposto por aquele flash anterior: a majestosa ira divina.

De fato, se Deus quisesse representar seu furor para os homens, mediante o som, seria apropriado Ele utilizar tal ruído - prestigioso e terrificante.

A visão das quedas que se tem a partir do território brasileiro é bastante panorâmica, embora do lado nacional haja apenas 600 metros de cataratas.

De longe, a maior parte destas encontra-se em território platino: 2.600 metros.

Compensa largamente, portanto, atravessar a fronteira com a Argentina e andar mais de um quilômetro sobre passarela no país vizinho até chegar bem junto à maior das gargantas, para admirar a espuma d'água que sobe para o céu, proveniente do jato líquido descomunal precipitando-se de uma das rochas!

Brasil, Argentina: duas nações vizinhas e irmãs. Irmãs antes de tudo na profissão da Fé católica, mas também na herança do precioso legado ibérico que as une.

Costuma haver certa correspondência entre o espírito, a mentalidade, bem como a história dos povos e os acidentes geográficos que lhes servem de moldura.

Se a Providência Divina concedeu a essas duas nações católicas da Ibe­ro-América tal maravilha natural, a decorrência se impõe: a gesta - feitos heroicos de seus habitantes - serem do porte dela.

Eis aí uma vocação histórica superior, que o próprio contexto providencial sugere aos dois grandes países da Cristandade ibérica formada no Continente americano! 



(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, sem data)