Chávez durante a demagógica inauguração em 2005. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Em 1º de fevereiro de 2005, centenas de agitadores de organizações sociais aplaudiam a inauguração do primeiro posto de atendimento PDVSA-Enarsa, produto do acordo energético entre a Argentina e Venezuela “bolivarianas”, rememorou longa reportagem do “La Nación”.
O falecido Hugo Chávez encheu o tanque do primeiro veículo e exultou: “aqui as barreiras do neoliberalismo selvagem, do capitalismo, estão sendo quebradas”.
“Vamos continuar abrindo estações e vamos começar a perfurar poços de petróleo para que no futuro a Argentina não precise importar petróleo.”
O ministro local do Planejamento Federal Julio De Vido – hoje em prisão preventiva por falcatruas – antecipou: “é o início da abertura de mais 600 previstas para o restante do ano”.
Mais do que uma realidade foi uma ficção esquerdista ou doentia.
Após 17 anos, a Pdvsa-Argentina em ruínas aponta descaminho para o continente |
Esses acumulam penhoras judiciais, dívidas milionárias e pelo menos 80 ações judiciais de funcionários e fornecedores que reclamam salários atrasados.
Segundo ex-funcionários, a empresa abandonou seus escritórios devendo milhões em aluguéis e despesas não pagas.
A petroleira venezuelana quis comprar a Shell e a rede estatal uruguaia Sol Petróleo até que todas pararam de servir.
“A PDVSA implodiu na própria Venezuela, explicou o doutor em Economia e Direito Daniel Gustavo Montamat, ex presidente de YPF y ex secretário de Energia. “No início do chavismo, a empresa produzia 2.800.000 barris de petróleo e hoje só 600 mil”.
Néstor Kirchner e Chávez anunciaram um Grande Gasoduto do Sul, que ligaria a Venezuela à Argentina, atravessando o Brasil que nunca foi realizado. Muitos ficaram pasmos pela ousadia do projeto hoje esquecido.
Refinaria de PDVSA en El Palito, Venezuela. O gigante petrolífero acumula divida de 35 bilhões de dólares e quase não produz |
O jornal “La Nación” nem achou seu presidente, Carlos Corredor. “Tudo o que você pode imaginar foi levado embora. De computadores, mesas, dispensadores, pratos. Não sobrou nem janelas”, diz Juan Manuel Lasso, ex-administrador da estação San Francisco.
No posto, os mais de 40 trabalhadores reclamam meses de salários à empresa fechada há mais de dois anos.
Em 2020 lhes foi cortada a energia elétrica. As bombas não funcionam. Os operários iam à estação em turnos para evitar roubos. Até que veio a pandemia e foram demitidos desrespeitando os requisitos legais.
O presidente Alberto Fernández prometeu resolver os problemas, mas ninguém acreditou e de fato tiveram razão .
Os direitos trabalhistas foram desrespeitados pelo 'governo dos trabalhadores argentinos' |
Também fechou seus escritórios porque não pagava alugueis e despesas. Só ficam menos de seis funcionários num pequeno escritório.
A empresa entrou no tráfico ilegal de dinheiro da Bolívia até que uma “mula” foi presa com maços de dólares dizendo que eram para pagar os salários da PDVSA Argentina. Até essa fonte secou.
Ninguém entende como foi possível que o Estado argentino não reclamasse. Os processos de ex-trabalhadores concluíram com a declaração da falência.
Mas tudo continua como dantes no quartel do Abrantes bolivariano com os governos esquerdistas acobertando a falcatrua de fundo ideológico e tentando tomar o poder nos países vizinhos.
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