terça-feira, 31 de agosto de 2021

Município elimina 109 taxas e enche as arcas

Capitán Sarmiento: o município que encheu o erário eliminando 109 taxas
Capitán Sarmiento: o município argentino que encheu o erário eliminando 109 taxas
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O pequeno município de Capitán Sarmiento, na Argentina, com quase 20.000 habitantes a 145 quilômetros de Buenos Aires, gemia sob o peso do dirigismo estatista que flagela até países inteiros.

A Prefeitura colhia 48 “direitos de escritório” que deviam ser pagos, pelo menos em tese, até pelos falidos e mais de 25 tributos vinculados a “serviços sanitários” mal conhecidos.

Havia taxas para toda espécie de habilitações incluso “licenças não especificadas”.

Os moradores tinham que pagar o Diário Oficial, que não liam, para conhecer a legislação municipal. Outro “serviço municipal” cobrava para remover galhos podados de árvores, mas o lixo acabava em terrenos baldios.

Soa ridículo, mas a mesma Prefeitura cobrava um imposto criado há 200 anos para a defesa contra bandidos, índios e quatreiros.

Por outro imposto, se uma dona de casa oferecia à venda aos vizinhos um macarrão que estava preparando, tinha que ir até a janela da Prefeitura e depositar uma quantia em dinheiro, segundo reportagem de “La Nación”.

Os cidadãos inadimplentes deviam US $ 80 milhões à Prefeitura que estava falida.

O novo prefeito eleito, Javier Iguacel, encontrou 130 impostos obrigatórios gerando diversos problemas para a população e que a Prefeitura não cumpria com o serviço a que se destinavam, às vezes porque impossível de cumprir como a de perseguir índios ladrões de séculos passados.

Decidiu então eliminar 109 impostos municipais de uma canetada só. Em dois anos o vermelho fiscal da Prefeitura foi revertido.

A arrecadação aumentou quase 75% “e foram viabilizados 100 novos empreendimentos, o que é muito”, para a cidadinha. Descontada a inflação o aumento real da arrecadação foi de 40%.

O novo prefeito também exonerou o pagamento das contas da luz, varrido e limpeza até o fim do ano como estímulo.

Como foi isso possível e em tempo de pandemia?

Abolindo pirâmide de tributos o município interiorano adquiriu um dinamismo inesperado em plena pandêmia
Abolindo pirâmide de tributos o município interiorano
adquiriu dinamismo inesperado em plena pandemia
Suprimido o enforcamento tributário, 300 famílias se estabeleceram no município durante a quarentena. Muitos jovens vieram das cidades grandes para montar suas iniciativas, rejuvenescendo a cidade, trabalhando por via virtual.

Novas lojas e pequenas indústrias surgiram em 2020 tão novas que ainda não tiveram tempo de fixar seus cartazes em portas e vitrines.

Com preços acessíveis, o turismo explodiu em Capitán Sarmiento como o caso da canoagem que obrigou a Raúl Sosa Silva a comprar uma frota própria de 25 caiaques, sem ter que aluga-los em cidades vizinhas.

Natalia Ferrara abriu uma casa de chá, bolo, pudim e muffin em uma das principais avenidas e montou cinco ou seis mesas na calçada aliviada por não ter que pagar taxas múltiplas.

Os inspetores não acham infrações e tributos de difícil cumprimento para multar, em troca dos quais recebiam subornos. Tudo dependia da assinatura do prefeito que era o centro da corrupção, e isso acabou.

Iguacel eliminou cabides de emprego: das 28 secretarias e diretorias ficaram 16, com diminuição da massa salarial. Rescindiu contratos com serviços terceirizados. Os antigos beneficiários foram montar lojas ou fontes de sustento e apareceram iniciativas de toda espécie.

O pagamento dos impostos restantes foi simplificado embora deixando zangados aos contadores que resolviam a Babel de declarações e papelada de impostos, taxas e contribuições para seus clientes.

Vendo a prefeitura cumprir suas obrigações os munícipes passaram a pagar bem as taxas e diretamente!

Os cofres municipais encheram, a população cresce a ritmo veloz, lojas e empresas abrem todo dia.


segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Escalada do comunismo no mundo e na Igreja:
o grande alerta não ouvido

Retorno do comunismo Putin na Rússia, Pedro Castillo no Peru
Retorno do comunismo: Putin na Rússia, Pedro Castillo no Peru
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








O Peru apresenta um novo governo composto de marxistas de diversas tonalidades que desafiam a estabilidade da América do Sul.

O novo presidente extremista se apoia nos regimes de esquerda que retornaram na Argentina e na Bolívia, que perduram na Venezuela e na Nicarágua, nas arruaças que incendeiam o Chile e a Colômbia.

Anos antes, o Papa Francisco I aceitando de presente uma grande foice e martelo com um Crucificado das mãos de Evo Morales que cairia em pouco tempo mas acabaria retornando, pareceu realizar um gesto simbólico "profético" dessa ida e volta.

Notícias surpreendentes como as do Peru caem como raio em céu sereno com crescente frequência, e não só em nosso continente. Dir-se-ia que múmias ressuscitam dos mausoléus do comunismo e se instalam nos centros de poder que ditam o rumo da civilização do III Milênio.

“As lições não ouvidas da História”.


O retorno do comunismo que se julgava morto, espanta a muitos. Mas não a todos, observou no início do processo, o influente e perspicaz jornal milanês “Il Corriere della Sera” em editorial intitulado “As lições não ouvidas da História”.

Segundo ele, tal espanto testemunha o fato de que muitíssimas pessoas, talvez a grande maioria, preferem não prestar ouvidos às lições da História.

Nesse fechamento voluntário, pesa muito o anseio de conservar a qualquer preço vida gostosa de todos os dias. E, sobretudo, de não fazer previsões lógicas para o futuro que soem "pessimistas" e peçam alguma iniciativa cauta. 

Atitudes preconcebidas como essa fez Albert Einstein dizer que é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito, lembra o jornal italiano.

Quando em novembro de 1989 caiu o Muro de Berlim, e dois anos depois a União Soviética implodiu, parecia ter-se fechado a sinistra era inaugurada pela Revolução bolchevista de 1917.

Com uniformes históricos soviéticos, soldados russos encenam a tomada do Reichstad em 1945 enquanto Putin promete restaurar as 'glórias da URSS'
Com uniformes soviéticos, soldados russos encenam a tomada do Reichstad em 1945
enquanto Putin promete restaurar as 'glórias da URSS'

Milhões de pessoas comemoraram, e com justas razões. Porém, segundo o jornal milanês, quase ninguém, excetuados pouquíssimos, que ele qualifica de os “melhores”, quiseram refletir seriamente sobre o acontecido em mais de sete décadas de regime soviético.

Muitos poucos eclesiásticos ou leigos contagiados pela perversa utopia igualitária marxista decidiram tratar abertamente do problema e corrigir os erros do passado. Eles ficaram entocados, declarando arbitrariamente que tudo tinha acabado e entrávamos num "mundo de Alice e das mil maravilhas conservadoras" .

Havia ficado evidente a ideia sumamente falsa de que a fonte de todos os males era a propriedade privada e seus corolários, a livre iniciativa e a liberdade de mercado, que produzem naturalmente o capital. 

A propriedade privada, segundo o conceito marxista, é uma espécie de “mal supremo” gerador das odiadas desigualdades entre os homens.

Na queda da URSS também ficou evidente que a invasão do Estado e o dirigismo burocrático nivelador estavam na base de seu estrondoso fracasso.

Não foram tiradas as lições dos erros


Porém, quase ninguém quis refletir seriamente sobre isso, e até mesmo os atos criminosos de massa como os praticados por Stalin e seus comparsas da Internacional Comunista foram declarados esquecidos. 

Não foi feita a indispensável reflexão, o balanço, não foram tiradas as lições dos erros cometidos para nunca mais cair neles.

A falsa premissa contra a propriedade privada continuou latejando. Na América Latina, por exemplo, continuaram crepitando nos 'movimentos sociais' neocomunistas, tribalistas e ecologistas. O coletivismo continuou sendo pregado em cenáculos ativistas, contradizendo os resultados catastróficos dos fatos.

Um dia, quando muitíssimos achavam que o comunismo e seus erros tinham desaparecido, eles voltaram. E a reação foi em muitos o do avestruz diante do perigo.

A foice e o martelo aliadas à Teologia da Libertação ficaram entocadas e hoje voltam para surpresa geral dos que foram mantidos no engano.
A foice e o martelo aliadas à Teologia da Libertação ficaram entocadas
e hoje voltam para surpresa geral dos que foram mantidos no engano.
A foice e o martelo do “crucifixo” presenteado a Francisco I na Bolívia – prossegue o jornal italiano – não são símbolos de justiça, mas de opressão, o sinal distintivo de uma utopia que gerou monstros e que agora volta.

O gesto do pontífice argentino foi um insulto à memória dos milhões de homens que viveram como escravos durante décadas sob bandeiras com a foice e o martelo. E centenas de milhões ainda vivem assim em vastas regiões da Terra como na China cada vez mais agressiva.

Quando a URSS caiu, numa passeata em Moscou os manifestantes levavam faixas com os dizeres: “Proletários de todo o mundo, perdoai-nos”.

E no Ocidente? Os que propagaram e executaram essas mesmas ideias criminosas pediram análogas e proporcionadas escusas?

Nos ambientes católicos, teólogos, bispos, e até conferências episcopais inteiras favoreceram esses erros disfarçados sob enganosas teologias. Eles corrigiram o rumo, repararam o mal feito e trabalharam para construir o bem oposto?

Não. Espantosamente, não.

Agora esses erros aí estão, empurrando o mundo para os velhos e satânicos abismos do crime e da impiedade.

A exceção que lava a honra

Uma exceção não pode ser omitida. Foi a de um grande brasileiro.

Plinio Corrêa de Oliveira advertiu a necessidade de uma correção para os erros comunistas não voltarem. Não foi ouvido, e o comunismo voltou.
Plinio Corrêa de Oliveira advertiu a necessidade de uma correção
para os erros comunistas não voltarem.
Não foi ouvido, e o comunismo voltou.
Em fevereiro de 1990, aplicando um esforço excepcional, Plinio Corrêa de Oliveira publicou na “Folha de S. Paulo” (14-2-1990), no “Wall Street Journal” (27-2-1990), no “Corriere della Sera” (7-3-1990), bem como em 50 outros jornais e revistas do Ocidente, o manifesto intitulado “Comunismo e anticomunismo na orla da última década deste milênio – A TFP apresenta uma análise da situação no mundo - no Brasil”.

No documento, ele denunciava a parte que incontáveis “inocentes úteis” de Ocidente tiveram na desgraça comunista, e os exortava a uma emenda.

Ao mesmo tempo, apontava a assustadora colaboração de largos e categorizados setores eclesiásticos do Brasil, do Vaticano e do mundo com o Leviatã de horrores morais, filosóficos e humanos do regime comunista.

Plinio Corrêa de Oliveira exortou fraterna e filialmente esses eclesiásticos a se emendarem, a repararem o mal feito e recomeçarem a levar o rebanho de Cristo pela senda gloriosa da Igreja e da Civilização Cristã.

Mas não foi ouvido. Seu nome foi até denegrido em cochichos nos meios políticos, nas sacristias ou nos bispados.

Agora, a Humanidade contempla com espanto o ressurgimento daquele mal satânico do qual Plinio Corrêa de Oliveira quis poupar os homens.