Cenas de guerra na luta contra o narcotráfico no Amazonas |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Piratas, milícias e facções disputam o controle de um “labirinto de rios” nos dois maiores estados da Amazônia para vender drogas e armas, em uma rota do rio Solimões (AM) ao Porto de Barcarena (PA), documentou reportagem da UOL.
O rio Solimões é a principal rota para o escoamento das drogas até o porto de Barcarena, no Pará. As condições geográficas do Amazonas facilitam a ação do narcotráfico pelas águas.
Nos 1.700 km de extensão do Solimões, Comando Vermelho, PCC, piratas e milícias promovem uma disputa em um “labirinto de rios” por drogas e armas. É o equivalente à distância por estrada entre São Paulo e a fronteira entre Brasil e Uruguai.
Os rios Javari, Japurá, Içá, Negro e Envira também têm sido usados para transportar drogas e armamentos até o porto de Barcarena.
De lá, as toneladas de drogas seguem para países europeus, africanos e asiáticos, indicam fontes no Ministério Público e na Polícia Civil.
As rotas do Javari e Japurá já são consideradas as mais importantes depois do trajeto pelo Solimões. Grupos brasileiros, peruanos, colombianos atuam nesses rios, indicam fontes na Polícia Civil e no Ministério Público.
Polícia captura 170 quilos de droga. E é apenas mais um carregamento... |
“O Porto de Barcarena virou alvo de interesse do tráfico de drogas porque corta pela metade a distância para os países da Europa”, acrescentou Roberto Magno, pesquisador na área de Segurança Pública
A UOL obteve vídeos da rotina de tiros e perseguição de quem combate ao crime organizado na Amazônia.
Numa delas num tiroteio à noite entre policiais e uma embarcação de piratas do crime no Amazonas acaba com os agentes apreendendo drogas e armas no rio.
Em outra ação, a Polícia Civil do Pará apreendeu um submarino de cerca de 20 metros de comprimento que seria usado em uma rota do tráfico internacional de drogas. A embarcação estava sendo construída em um estaleiro no rio Guajará-Mirim em dezembro de 2015.
Submarino que estava sendo construido pelo narcotráfico na Amazônia |
Os demorados deslocamentos de barco por locais geograficamente isolados facilitam as ações de piratas. Antes, os grupos criminosos roubavam cargas com eletrônicos, passageiros e até alimentos, segundo a Polícia Civil paraense.
Mas agora o crime organizado trafica a droga. Em setembro 2023, foi apreendida no rio Tajapuru, uma tonelada de skunk, como é chamada a supermaconha.
O deslocamento fluvial entre Belém e Manaus é “estratégico” para o tráfico de drogas, muitas vezes
escondidas em cargas de peixe, açaí ou equipamentos eletrônicos para despistar.
“Em algumas apreensões, havia bandeiras do Peru ou Colômbia em pacotes com drogas, identificando a origem do material entorpecente.
“O material era escoltado por piratas com fuzis em lanchas rápidas que percorrem labirintos de rios com várias ramificações”, narrou Arthur Braga, delegado da Polícia Civil do Pará
Os piratas da Amazônia usam motos aquáticas potentes escoltando drogas para facções, e “normalmente ficam à espreita abastecidas com armas”, diz o promotor Igor Starling.
Amazonas está na rota do tráfico internacional de drogas |
Muitas vezes, os grupos enterram as drogas sob as águas e as armazenam em espaços soldados. Em outras, levam os sacos de drogas para a floresta.
Os maiores confrontos ocorrem entre PCC e Comando Vermelho. Manaus é o principal terreno da disputa, mas também há lutas em Coari, Tefé e Itacoatiara.
Há milícias formadas por policiais militares e ex-policiais militares suspeitos de formar grupos paramilitares que comerciam drogas e armas.
Assim informava a UOL |
os grupos criminosos no Brasil passaram a participar no tráfico internacional de drogas.
Também houve exploração de madeira e garimpo ilegal que ampliou a atuação criminosa na região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário. Este blog se reserva o direito de moderação dos comentários de acordo com sua idoneidade e teor. Este blog não faz seus necessariamente os comentários e opiniões dos comentaristas. Não serão publicados comentários que contenham linguagem vulgar ou desrespeitosa.