segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Nicarágua: calvário de um povo entregue ao comunismo

Ex-guerrilheiro sempre marxista e mulher entregue à bruxaria causaram milhares de mortes durante o COVID
Ex-guerrilheiro sempre marxista e mulher entregue à bruxaria
causaram milhares de mortes durante o COVID
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





continuação do post anterior: Nicarágua ‘chinesa’ revela planos de Pequim


Repressão a médicos


Entre o primeiro projeto falido e a atual tentativa de construir o Canal da Nicarágua, a ditadura radicalizou a repressão exercendo um comando de terror sobre os médicos que lutavam contra o coronavírus, citou “La Nación” de Buenos Aires.

O sandinismo encheu os hospitais públicos com fotos dos “heróis e mártires” guerrilheiros, de Ortega e de sua mulher Rosario Murillo, consagrada à bruxaria.

O regime proibiu medidas anti-epidêmicas e contou apenas 83 mortes, quando o Observatório Cidadão, de médicos independentes, registrava 2.087 óbitos.

Em “enterros express”, a polícia sumia com os corpos. Os médicos não podiam usar equipamentos de proteção pessoal “para não alarmar'' os doentes.

Dezenas de especialistas foram demitidos por criticar esses erros.

As expulsões obedeciam a “ordens de cima”, ditadas pelo sindicalista presidente do Parlamento cognominado “doutor morteiro”, pelo uso de bombas artesanais.

Os jornalistas que iam aos centros de saúde eram presos, e os opositores feridos pela polícia não eram atendidos.

A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) contabilizou 328 mortos e mais de 2000 feridos a esse título.

De 800 funcionários do hospital Bertha Calderón, por volta de 250 foram mandados de volta para suas casas com sintomas de coronavírus, como repressão e vingança.

Nenhum deles foi julgado doente e as mortes foram atribuídas à “pneumonia atípica, infarto ou parada respiratória”.

A Nicarágua virou um portal de entrada na América Latina do terrorismo internacional.

Mohsen Rezai, iraniano procurado pela Interpol e envolvido no atentado terrorista contra a associação de saúde judaica AMIA em Buenos Aires, assistiu a mais de uma posse presidencial de Ortega.

Em Manágua, ele se confraternizou com o presidente argentino e os ditadores de Cuba e Venezuela, noticiou La Nación.

Até o clero sandinista ficou horrorizado


Dom Rolando José Álvarez Lagos foi preso em 2022
Dom Rolando José Álvarez Lagos foi preso em 2022
Infelizmente, a hierarquia eclesiástica e o clero local cooperaram com a revolução comuno-sandinista.

No Brasil, houve no Instituto Paulo VI, da Arquidiocese de São Paulo, uma “Noite Sandinista”, na qual o bispo de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, vestiu o uniforme de guerrilheiro sandinista como “sacramento de libertação”, dizendo: “Eu me sinto, vestido de guerrilheiro, como me poderia sentir paramentado de padre”.

A hierarquia eclesiástica foi o motor da Teologia da Libertação e das revoluções que esta promoveu na América Latina e, como é bem conhecido, está na raiz do PT brasileiro (Catolicismo, jul-ago/1980).

Leigos católicos integraram o primeiro gabinete guerrilheiro nicaraguense juntamente com quatro sacerdotes: o ex-ministro das Relações Exteriores Miguel D'Escoto (1979-1990), o ministro da Previdência Social, Pe. Edgard Parrales (1980-1982), o Pe. Ernesto Cardenal (1979-1982), ministro da Cultura (1987), e seu irmão, Pe. Fernando Cardenal, ministro da Educação (1984-1990).

Porém, quando o governo de Ortega foi desvendando seu cruel rosto comunista, a posição dos bispos nicaraguenses mudou parcialmente.

O arcebispo de Manágua, Cardeal Miguel Obando y Bravo (1926-2018), criticado por sua inércia cúmplice, passou a comparar o regime a uma “cobra venenosa e traiçoeira”.

Perseguição declarada à Igreja


Dezenas de religiosas foram expulsas da Nicarágua
Dezenas de religiosas foram expulsas da Nicarágua
Em agosto de 2022, após duas semanas de cerco à sede episcopal, por ordem do governo Ortega, os sandinistas invadiram a cúria de Matagalpa e sequestraram o bispo Dom Rolando José Álvarez e mais sete dos seus oito colaboradores, conforme publicado por La Nación.

Em março de 2021, Ortega expulsou o núncio apostólico Waldemar Sommertag, pondo fim a um vínculo diplomático de 115 anos.

E em 21 de setembro do mesmo ano, o país desistiu de ter embaixador ante a Santa Sé.

Duas universidades ligadas à Igreja foram fechadas e terão que entregar ao governo todas as informações sobre alunos, professores, planos de estudos, matrículas e habilitações, informou O Estado de S. Paulo (12-3-2023).

Logo depois da Semana Santa a tirania mandou para o exílio as religiosas dominicanas que cuidavam de um asilo de anciãos, além de confiscar o mosteiro das irmãs trapistas de São Pedro de Lóvago.

Em julho foi a vez das Missionárias da Caridade, acusadas de atividades “terroristas”, noticiou Infocatólica.

Em julho a polícia da ditadura sequestrou quatro freiras brasileiras da congregação Irmãs dos Pobres de Jesus Cristo, na cidade de León. Elas foram expulsas da Nicarágua.

A congregação estava no país há sete anos, atuando junto aos pobres mediante a distribuição de alimentos e rezando com eles.

Oficialmente 40 freiras e 44 religiosos foram expulsos pelo governo Ortega nos últimos cinco anos, mas o número real é muito maior, informou o site Aleteia.

Padre enfrenta policiais que impediam celebração de missa
Padre enfrenta policiais que impediam celebração de missa

Dezenas de estações de rádio e televisão católicas e mais de mil organizações não-governamentais foram fechadas, igrejas profanadas com bombas incendiárias, padres presos e os paroquianos proibidos de entrar na igreja de Ciudad Darío, também no município de Matagalpa.

Cabe mencionar que o regime comunista de Ortega — misturado com bruxaria praticada por sua mulher, Rosario Murillo, elevada a “copresidente” — ainda tem bispos identificados com eles, como o diocesano de León, Dom René Sandino, que instalou a insígnia da Frente Sandinista na catedral.

A diocese de Matagalpa foi indiciada sem nenhuma prova por “organizar grupos violentos” e incitar o “ódio” para “desestabilizar o Estado”.

O ditador acusou os bispos de “conspiradores golpistas” por apoiarem os protestos da oposição que pediram sua renúncia em 2018, e em cerimônia pública em 28-9-2022, deblaterou: “Tudo se impõe na Igreja Católica, é uma ditadura perfeita”.

Cenas evocaram os tempos dos sovietes
Cenas evocaram os tempos dos sovietes
Em Matagalpa, Monsenhor Oscar Escoto, depois de 14 dias sequestrado e preso juntamente com os padres que o acompanhavam na prisão, não recebiam comida, remédios, roupas ou material de higiene, noticiou Infocatólica.

O cardeal nicaraguense Leopoldo Brenes abençoou nove imagens de Nossa Senhora de Fátima para todas as dioceses do país.

Mas o governo proibiu a diocese de Matagalpa de recebê-la, e centenas de fiéis que se dirigiam à catedral para venerá-la foram enviados de volta para suas casas.

Ortega mandou tratar a Igreja Católica como inimiga do Estado, conforme informa o site da Unisinos,13 que apesar de ser a central da Teologia da Libertação no Brasil, viu-se obrigado a informar sobre os crimes anticatólicos de seus ex-companheiros de viagem.




segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Nicarágua ‘chinesa’ revela planos de Pequim

Há duas décadas, Lula estendeu o abraço a Pequim, que prometeu muito dinheiro
Há duas décadas, Lula estendeu o abraço a Pequim, que prometeu muito dinheiro
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Ao cobiçar a América Latina para seu comércio, a China seduz os governos esquerdistas para manter o velho sistema comunista. No momento, a Nicarágua é um paradigma.

Pelo menos desde o ano 2000 a China tenta sujeitar a América Latina multiplicando mais de 20 vezes o seu comércio com a vasta e estratégica região.

Simultaneamente forja um vínculo estratégico com os governos que adotam o “comunismo rosa”, uma mera reciclagem do velho comunismo.

Lula e Chávez criaram em 2011 a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) para afastar os EUA e o Canadá do convívio com os países latino-americanos.

E no 1º Fórum China-CELAC, realizado em Pequim, o ditador maoísta Xi Jinping prometeu investir 250 bilhões de dólares ao longo de uma década.

Em troca, os países presentes omitiriam qualquer menção às violações dos direitos humanos e da democracia, observou El País, falando do nascimento de uma ‘chino-américa’.

Neste ano de 2023, o ministro da economia da Argentina, Sergio Massa, comemorou em Pequim os suspeitos empréstimos recebidos dos chineses, dizendo: “Nós deveríamos nos chamar Argenchina”.2

Pequim comprou parte da dívida externa da Costa Rica e instalou o Instituto Confúcio, fechado nos EUA por espionagem e proselitismo marxista.

Fez um estádio de mais de 100 milhões de dólares — jamais sonhado pela Costa Rica —, mas só depois de o país romper seus laços diplomáticos com Taiwan...

‘Chino-américa’


'Nós deveriamos llamar nos chamar', dsse o  ministro de Economia argentino e candidato presidencial, Sergio Massa
'Nós deveríamos nos chamar Argenchina', disse o  ministro de Economia argentino
e candidato presidencial, Sergio Massa, vendendo seu país
Em novembro de 2014, o Brasil e o Peru puseram-se de acordo para fazer uma conexão entre o Atlântico e o Pacífico com financiamento chinês.

Nesse mesmo ano, Pequim fechou 20 acordos com a Argentina em troca da cessão, durante 50 anos, de um território alheio à soberania argentina onde funciona hoje uma estação espacial que segundo o consenso tem uso militar e na qual os argentinos não podem entrar.

A China promete colossais investimentos enriquecedores mas na realidade submete e afunda as economias que “beneficia”.

Exemplo típico é o Brasil que, segundo recente estudo da FIESP, numa década perdeu o 11% de suas exportações à América do Sul (R$ 52 bilhões), arrebatadas por produtos chineses, aliás baratinhos e de má qualidade como sempre.

A Universidade Cornell mostrou que a América Latina fornece apoio à política exterior chinesa nas Nações Unidas.

Acontece que, para Pequim, Colombo não descobriu a América em 1492, mas sim Zheng He, um almirante chinês muçulmano eunuco, em 1421. Agora a China procura reparação por essa “ignorância” histórica (cfr. El Mundo).

Canal chinês para superar o do Panamá?


A China tenta realizar o projeto faraônico de um canal transoceânico através da Nicarágua que supere o canal do Panamá.

O Grande Canal da Nicarágua, ou Lago Cocibolca, prenuncia um outro canal que cortaria pelo meio a região amazônica e tornaria a China uma virtual dominadora da região a pretexto de estender a Nova Rota da Seda (em inglês: Belt and Road Initiative), projeto trilionário que realiza o sonho de Mao Tsé-tung da hegemonia mundial chinesa.

O projeto do Canal da Nicarágua é elucidativo. O lago homônimo contém a maior massa de água doce da América Central e ficaria nas mãos de um consórcio chinês que o transformaria em um canal para cargueiros de grande calado.

Plano chinês do Canal de Nicaragua revoltou a população que viu entrada do comunismo
Plano chinês do Canal de Nicarágua revoltou a população que viu entrada do comunismo
O acordo original assinado pela ditadura sandinista de Daniel Ortega com o Grupo HKND foi anunciado em 2013, no aniversário do nascimento do líder guerrilheiro Sandino.

Segundo Ortega, passariam navios tão grandes “que não poderão fazê-lo pelo canal de Panamá”.

O chinês Wang Jing — que a imprensa nicaraguense, quando havia liberdade, chamava de “o fantasma” — recebeu a concessão da obra durante 100 anos.

A largura do canal seria de 230-520 metros e a profundidade variaria entre 27,6 e 30 metros ao longo de 105 quilômetros do lago.

A profundidade média de 14 metros exigiria remover 310 milhões de metros cúbicos de rocha e outros 65 de lodo, quando o Canal do Panamá movimentou apenas 41 milhões.

Jaime Incer Barquero, presidente da Fundação Nicaraguense para o Desenvolvimento Sustentável, estimou que requereria uma dragagem gigantesca, sendo “difícil pensar em qualquer tipo de vida de água doce que possa sobreviver nessas condições”.

A grande maioria dos camponeses e pescadores vizinhos do futuro canal foi contra o projeto.

“Quando os chineses vierem, vamos recebê-los com facões. Eles estão começando a expropriar propriedades. Eles oferecem um preço catastrófico. Não sai nada na imprensa porque está comprada”.

Até o ex-padre, ex-guerrilheiro e ex-ministro da Cultura sandinista Ernesto Cardenal criticou: “Querem roubar o país”.

Os protestos foram reprimidos com violência inaudita, matando entre 325 e 560 populares, deixando centenas de desaparecidos, milhares de feridos e dezenas de milhares de exilados.

A pena máxima na Nicarágua é de 30 anos, mas os líderes camponeses foram condenados a mais de 200 anos de prisão, segundo a BBC News.

Em 2018, o projeto inicial foi declarado oficialmente cancelado. Mas a atual onda do “comunismo rosa” está fazendo uma nova tentativa.




segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Conluio entre bolivarianos e narcotráfico mata no Equador

Velorio candidato anti-esquerdista Fernando Villavicencio
Velório candidato anti-esquerdista Fernando Villavicencio
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A violência sanguinária desatada no Equador pela convergência dos políticos bolivarianos e do narcotráfico deu, aliás entre outras mortes, no assassinato estarrecedor do candidato Fernando Villavicencio que tinha chances de vencer a candidata Luisa González das esquerdas latinoamericanas no Equador chefiadas pelo ex-presidente Rafael Correa, fugitivo da Justiça, segundo noticiário do “La Nación”.

O ex-presidente Rafael Correa, antes do crime se mostrou nas redes extremamente violento, usando linguagem carregada de ódio contra Villavicencio, segundo disse a “La Nación” o analista político equatoriano Farith Simón.

Em novembro passado, Correa ameaçou de modo insultante ao candidato morto: “Você é um covarde desavergonhado. Pronto acabar-se-á a tua festa”, advertiu.

Agora Correa que parecia encaminhado à vitória escudado em sua representante parece haver sofrido “um golpe duríssimo” com uma perspectiva de inversão dos resultados.

Correa procurado pela Justiça, ameaça de vingança à hoje vítima tendo a seu lado a candidata presidencial que o representa
Correa procurado pela Justiça, ameaça de vingança à hoje vítima
tendo a seu lado a candidata presidencial que o representa Luisa González
Villavicencio concentrava suas promessas numa repressão severa do crime rampante ligado ao narcotráfico. E foi esse, pagando sicários colombianos já capturados que o executou cruelmente.

Ficou assim patenteada a colusão entre os populismos bolivarianos e as redes criminais da droga.

Segundo Laura Lizarazo, analista da consultora Control Risks, a rápida intervenção policial não será suficiente, por causa da “natureza transnacional” do crime organizado que possui sócios internacionais chave.

Matador de Villavicencio em foto tendo atrás o ex-presidente Correa
Matador de Villavicencio em foto tendo atrás o ex-presidente Correa
A referida cooperação do esquerdismo “bolivariano” com o narcotráfico vinha dando alarmantes sinais.

A procuradora-geral do Equador Diana Salazar que solicitou a captura do ex-presidente ‘bolivariano’ Rafael Correa fugitivo na Bélgica condenado por corrupção, recebeu como resposta no Whatsapp do ditador deposto um vídeo de sete encapuzados armados de fuzis e uma voz que diz: “antes de te matar, te faço chorar e sofrer. Você não vai se salvar. Tenho todas as suas localizações. no quero estragar sua festa matando sua filha. Você será meu próximo objetivo militar”, conclui a mensagem, noticiou “Clarín”.

A promotora Salazar denunciou as tentativas desesperadas de destituí-la do cargo por parte de dois órgãos estatais que procuram represálias pelos casos de corrupção que leva a cabo contra Correa e outras altas autoridades da ditadura “bolivariana” fracassada.

Rede da candidata bolivariana Luisa González veicula Rafael Correa ameaçando 'nossa vingança pessoal será contundente'
Rede da candidata bolivariana Luisa González veicula
Rafael Correa ameaçando 'nossa vingança pessoal será contundente'
O Conselho Judicial, órgão de controle dos juízes, pretendeu abrir um processo disciplinar contra a procuradora mas nem a Constituição nem as leis do Equador permitem que o Judiciário sancione o procurador-geral.

Além do mais procurado que é o ex-presidente Correa (2007-2017), estão foragidos da justiça vários membros do seu governo condenados à prisão por casos de corrupção e abuso sexual.

Mas, vendo que seus ex-colegas da revolução bolivariana saem até de cárceres e assumem governos em outros países, Correa passou a achar que chegou sua vez. Atacou pelo Twitter a Salazar acusando-as de “corrupta, perversa e tola” e lhe anunciou que “lhe ficava pouco tempo”.

Jovens ecuatorianos protestam em Quito contra as mortes que fazem o comunismo e o socialismo
Jovens equatorianos protestam em Quito contra as mortes que fazem o comunismo e o socialismo
Mas a corajosa procuradora-geral respondeu que pretende “agir com toda a força da lei” e pediu a prisão de Correa.

A violência do contragolpe feito com ameaças de morte cruel por parte dos seguidores de Correa é reveladora do espírito da onda esquerdista que após parecer engolir nosso continente. E o assassinato do candidato Villavicencio está ali para confirma-lo.