segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

94,5% dos venezuelanos na mais crua pobreza

Populares comem lixo na rua
Populares comem lixo na rua
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Nova Pesquisa das Condições de Vida, apresentada em Caracas pela Universidade Católica Andrés Bello revelou que 94,5% dos venezuelanos caíram abaixo do nível de pobreza, sendo que 76,6% deles estão abaixo da linha de pobreza extrema, informou “El País”, edição para o Brasil.

Nem os envios de petróleo de Teerã (Irã) para Caracas impediram a paralisação quase total do país provocada pela escassez de combustível se agravando a recessão.

As medidas do Governo contra a Covid-19 catapultaram a crise. As crianças ficaram um ano e meio sem aulas, e ficou paralisado o setor produtivo.

O desemprego afeta 8,1 milhões de venezuelanos. Os que ainda têm trabalham são 7,6 milhões, mas grande parte com uma jornada de quatro horas.

Entre os inativos há 3,6 milhões que deixaram de procurar emprego.

1,5 milhão de mulheres com filhos está sem recursos. Apenas um terço das venezuelanas tem ocupação regular.

Entre 2014 e 2021, o emprego formal perdeu 4,4 milhões de postos de trabalho, 70% dos quais no setor público, e o restante na iniciativa privada.

Temos fome diz cartaz
Temos fome diz cartaz
No setor privado, 58% estão em condição de pobreza extrema, enquanto no setor público são 75%.

A precariedade do emprego no setor público foi mencionada até pela Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos dirigida pela esquerdista Michelle Bachelet em seu último relatório sobre a Venezuela.

Um funcionário pode ganhar apenas 12 dólares por mês, ao passo que um empregado do setor privado recebe em média 38 dólares por mês, e os autônomos têm renda média de 32 dólares.

Segundo um dos autores do relatório, o sociólogo Luis Pedro España, o maior problema é a abissal redução na entrada de divisas, de 90 bilhões de dólares em 2012 para 5 bilhões em 2020, a maior parte procedente das exportações não petroleiras privadas.

“Se distribuíssemos toda a renda equitativamente entre as famílias, a média per capita seria de 30 dólares por venezuelano por mês, ou seja, um dólar por pessoa por dia, um cenário em que todos estaríamos na pobreza extrema”, acrescentou.

O “socialismo do século XXI” de Nicolás Maduro multiplicou as “Bolsas” e “Auxílios” para as famílias miseráveis que chegam no máximo a 36 dólares por mês, e torna esse contingente miserável totalmente depende totalmente do Estado.

Migrantes venezuelanos na Rodoviária de Anápolis
Migrantes venezuelanos na Rodoviária de Anápolis
A pesquisa foi feita com mais de 17.000 entrevistas domiciliares de mais de 800 perguntas durante os últimos sete anos.

Ainda segundo ela, pelo menos 340.000 crianças deixaram de nascer em cinco anos e o aumento da mortalidade infantil, chegou a 25,7 por cada 1.000 nascidos vivos alterando a pirâmide populacional do país.

As gerações nascidas entre 2015 e 2020 terão três anos menos de vida que as que precederam à crise, apontou Anitza Freites, coordenadora do estudo.

A população diminuiu 1,1% na última meia década, caindo para 28,7 milhões.

Mais de quatro milhões, sendo 90% deles na faixa dos 15 a 49 anos, emigraram nos últimos cinco anos ganhando as dimensões de um êxodo.

O comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para a crise migratória venezuelana, David Smolansky, considera que logo haverá mais migrantes e refugiados venezuelanos que de qualquer outro país, incluídos países em guerra como a Síria, reportou “Clarin”.

Em 2022 poderá ser a maior do mundo por causa da crise econômica e da repressão. 

A oposição venezuelana fala de por volta de sete milhões, enquanto fontes da ONU e outras organizações especulam em volta de seis milhões, segundo a mesma fonte.

A educação remota ficou quase inviável e em 78% dos lares as mães assumiram as tarefas educacionais.


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