Narcoguerrilheiros apelidados 'Comandos' perto de seu acampamento |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O acordo de paz da Colômbia, assinado em 2016 pelo governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, ou FARC, com a bencao da Santa Sé e a cobertura do governo cubano deveria inaugurar uma era de tranquilidade após mais de cinco décadas de guerra.
Os rebeldes deporiam as armas, o governo inundaria as zonas de conflito com oportunidades de trabalho, aliviando os fatores que alimentaram a guerra.
Mas em muitas áreas rurais voltaram os assassinatos, deslocamentos e violência que são tão ruins ou piores do que antes do acordo, escreveu “The New York Times”.
Desde 2016, dispararam as massacres e assassinatos, segundo a ONU. 147.000 pessoas foram forçadas a fugir de suas casas só no ano passado, segundo o governo.
Novos grupos criaram um pântano criminoso em luta pelas emergentes economias ilícitas.
Armas no acampamento dos 'Comandos' |
Os grupos combatentes novos enfrentam os antigos pelo controle do comércio de drogas.
Comandos de la Frontera é uma milícia entre os mais de 30 grupos armados que surgiram desde 2016.
As FARC foram fundadas na década de 1960 por líderes comunistas em rebelião contra o Estado e visando um regime de camponeses e pobres como pregava a Teologia da Libertação.
Após décadas de luta alimentada pela cocaína saiu um acordo de paz propiciado pelo Vaticano e pela Cuba de Fidel Castro.
O povo colombiano recusou esse acordo no qual via a obra da traição.
De fato, malgrado assustadoras concessões não adiantou e a coca continuou alimentado a luta e o crime.
Os camponeses locais ficaram entre um fogo mortal.
As FARC alegavam uma causa ideológica – a marxista-leninista – para justificar seu reinado de terror. Hoje o sofisma é lutar pelo “desenvolvimento, progresso e justiça social” dos pobres.
O negócio da droga é seu motor |
Em toda a Colômbia, os confrontos atingiram o nível mais alto desde que foi assinado falaz o acordo de paz.
No ano passado, mais de 13.000 pessoas morreram, o número mais alto desde 2014.
“Parece difícil encontrar um cenário pior” do que o atual, disse Kyle Johnson, analista da Conflict Responses, uma organização sem fins lucrativos colombiana.
As FARC lutaram contra o Estado. Mas os atuais grupos guerrilheiros visam a anarquia, como o estão fazendo os novos governos que vem assumindo a direção de seus países como Chile e Peru.
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