segunda-feira, 23 de maio de 2022

Narcoguerrilhas renascem na Colômbia

Narcoguerrilheiros apelidados 'Comandos' perto de seu acampamento
Narcoguerrilheiros apelidados 'Comandos' perto de seu acampamento
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O acordo de paz da Colômbia, assinado em 2016 pelo governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, ou FARC, com a bencao da Santa Sé e a cobertura do governo cubano deveria inaugurar uma era de tranquilidade após mais de cinco décadas de guerra.

Os rebeldes deporiam as armas, o governo inundaria as zonas de conflito com oportunidades de trabalho, aliviando os fatores que alimentaram a guerra.

Mas em muitas áreas rurais voltaram os assassinatos, deslocamentos e violência que são tão ruins ou piores do que antes do acordo, escreveu “The New York Times”.

Desde 2016, dispararam as massacres e assassinatos, segundo a ONU. 147.000 pessoas foram forçadas a fugir de suas casas só no ano passado, segundo o governo.

Novos grupos criaram um pântano criminoso em luta pelas emergentes economias ilícitas.

Armas no acampamento dos 'Comandos'
Armas no acampamento dos 'Comandos'
No ponto de partida estão os combatentes das FARC que rejeitaram o acordo de paz, as há também soldados e paramilitares que aderiram o crime organizado.

Os grupos combatentes novos enfrentam os antigos pelo controle do comércio de drogas.

Comandos de la Frontera é uma milícia entre os mais de 30 grupos armados que surgiram desde 2016.

As FARC foram fundadas na década de 1960 por líderes comunistas em rebelião contra o Estado e visando um regime de camponeses e pobres como pregava a Teologia da Libertação.

Após décadas de luta alimentada pela cocaína saiu um acordo de paz propiciado pelo Vaticano e pela Cuba de Fidel Castro.

O povo colombiano recusou esse acordo no qual via a obra da traição.

De fato, malgrado assustadoras concessões não adiantou e a coca continuou alimentado a luta e o crime.

Os camponeses locais ficaram entre um fogo mortal.

As FARC alegavam uma causa ideológica – a marxista-leninista – para justificar seu reinado de terror. Hoje o sofisma é lutar pelo “desenvolvimento, progresso e justiça social” dos pobres.

O negócio da droga é seu motor
O negócio da droga é seu motor
Mas as entrevistas do “The New York Times” não acharam nada disso: o objetivo é o dinheiro da droga.

Em toda a Colômbia, os confrontos atingiram o nível mais alto desde que foi assinado falaz o acordo de paz.

No ano passado, mais de 13.000 pessoas morreram, o número mais alto desde 2014.

“Parece difícil encontrar um cenário pior” do que o atual, disse Kyle Johnson, analista da Conflict Responses, uma organização sem fins lucrativos colombiana.

As FARC lutaram contra o Estado. Mas os atuais grupos guerrilheiros visam a anarquia, como o estão fazendo os novos governos que vem assumindo a direção de seus países como Chile e Peru.


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