segunda-feira, 27 de junho de 2016

Aliança bolivariana cai aos pedaços

Um dos postos da falida Sol, da PDVSA na Argentina.
Um dos postos da falida Sol, da PDVSA na Argentina.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs



A aliança “bolivariana” montada pelo falecido ditador venezuelano Hugo Chávez no continente sul-americano – com ramificações na Espanha – está caindo aos pedaços.

Não é só que o “socialismo do século XXI” faliu na Venezuela e o regime autoritário não dispõe de mais recursos para financiar sua louca aventura pró-comunista.

Nos grandes países do continente, como Brasil e Argentina, as populações não suportam os aliados do petulante líder esquerdista do Caribe e os deixaram sem apoios indispensáveis.

Chávez e Maduro apelaram para o ingente manancial de riquezas do petróleo venezuelano até conseguirem destruí-lo.

Apelaram sobretudo para o Brasil e a Argentina, inclusive para distribuir magras quantias de alimento à população, reduzida a uma massa faminta.

E ainda assim a questão não se resolveu.



Na Argentina, país que tomou a dianteira no banimento do bolivarianismo, a estatal Petróleo de Venezuela (PDVSA), um dos aríetes econômicos de Maduro para influenciar o continente, faliu. Ela está vendendo todos seus ativos no setor dos combustíveis e uma importante rede de postos de gasolina.

Caracas tem urgência de dinheiro vivo, e a subsidiária argentina da PDVSA perdeu cerca de 880.000 dólares por mês só em 2015, segundo informou “La Nación”.

Na hora de instalar a empresa na Argentina, em janeiro de 2005, Chávez foi a Buenos Aires, onde anunciou em demagógico discurso que uma “empresa gringa” – leia-se Shell – seria nacionalizada por seu amigo, o presidente Nestor Kirchner, que convocou então um boicote contra essa empresa.

Ironia da história, o presidente da Shell, Juan José Arenguem, é hoje ministro da Energia e está intervindo para que a queda da PDVSA não traumatize o mercado.

O governo argentino cancelou sua participação de 16% na Telesur, canal de TV criado por Chávez para espalhar notícias e comentários que promovam o “socialismo do século XXI” em luta contra o “império”.

Argentina cancelou sua participação na Telesur, TV criada pelo chavismo
Argentina cancelou sua participação na Telesur, TV criada pelo chavismo
Mais nenhum programa será feito na Argentina. Simultaneamente, Buenos Aires também suspendeu a licença de Russia Today, a TV do Kremlin introduzida pela amizade Kirchner-Putin.

Aerolíneas Argentinas, a principal companhia aérea do país, também anunciou a suspensão sem data de todos seus voos a Caracas. A razão foi a mesma de outras linhas aéreas que a precederam, bem como das que adotaram análoga decisão nos dias seguintes – a Lufthansa e a LATAM.

O governo venezuelano está inadimplente e não cumpre com suas obrigações. Notadamente não transfere o valor das passagens vendidas pelas empresas em moedas com valor internacional. Ou, mais simplesmente, passa a mão nos dólares das passagens.

Aerolíneas Argentinas também cancelou todas as frequências a Cuba, mantidas por razões ideológicas pelo governo populista e pró-castrista que o eleitorado argentino expeliu do poder em eleição democrática.

Mais complicada é a situação das grandes empresas privadas que assumiram a produção de alimentos para atender aos acordos faraônicos do casal Kirchner com a dupla Chávez-Maduro.

A cooperativa Sancor, um dos maiores produtores mundiais de lácteos, beira a falência, apesar de suas contas estarem nominalmente positivas. Ela se comprometeu a multiplicar a produção para atender às necessidades da Venezuela e fez grandes investimentos, até que, conluiado com o governo peronista-socialista, Maduro deixasse de pagar.

O presidente Macri reinaugurou as atividades da segunda maior produtora de frangos da Argentina, a Cresta Roja, que um ano atrás cessou suas atividades também por inadimplência da Venezuela, destinatária de um extraordinário volume de produtos avícolas com a “garantia” do governo kirchnerista.

Em todos esses casos, a saída passa pela passagem das empresas falidas para mãos privadas.


2 comentários:

  1. Tenho me valido de muitos artigos desse excelente articulista (Louis Dufour), para fazer minhas considerações. Ofereço abaixo um artigo girado em Católicos On line, para sua considerações.
    http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?pref=htm&num=3581

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  2. Da mesma forma querem fazer aqui no Brasil,com essa política maldita bolivariana de esquerda herdada de Fidel Castro, através do Lula e da Dilma,trazendo divisão,opressão,ódio,miséria com seu discusso falído de defensor dos pobres,onde no seu governo houve os maiores casos de corrupção e de saques aos cofres públicos,é necessário que haja uma intervenção por parte das FFAA para por em ordem a podridão que se instalou no Brasil,se não houver essa ação por parte das FFAA correremos um alto risco de seguirmos o mesmo caminho da Venezuela.

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