O auditório do Mosteiro de São Bento voltou a estar lotado, mas desta vez para ouvir um relato da perseguição que, aberta ou veladamente, o cristianismo tem sofrido nos dias atuais.
A conferência foi proferida pelo especialista na matéria, Prof. Alexandre del Valle, que além de professor de relações internacionais na Universidade de Metz, França, é consultor de geopolítica em diversas importantes instituições europeias e tem vários livros publicados.
Na abertura do evento, Dr. Adolpho Lindenberg, presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, fez uma breve apresentação do Prof. del Valle.
O Dr. Adolpho sublinhou o importante trabalho que o prof. Alexandre desenvolve na Europa denunciando a ameaça mulçumana para a civilização cristã.
Dr. Adolpho chamou a atenção de todos quanto ao uso da palavra “mulçumana”, e não da palavra “árabe”, porque a ameaça é religiosa e não racial.
Em sua palestra, o Prof. Alexandre alertou para o fato de que o cristianismo é a Religião mais perseguida no mundo.
Os dados e exemplos fornecidos por ele mostram o quanto nossa mídia nada ou pouco divulga sobre o assunto. 15 milhões de cristãos em países mulçumanos são perseguidos e humilhados e 20 milhões foram exilados em um século, número maior que o dos refugiados palestinos, aos quais os meios de comunicação têm concedido muito realce.
Entre os anos 1.960 e 2.000, dois milhões de cristãos foram assassinados no Sudão do Sul.
O conferencista ressaltou que muito se fala dos 300 mil mulçumanos assassinados no Darfur, enquanto o genocídio de cristãos no Sudão normalmente é esquecido.
Por quê? Para o palestrante, no mercado midiático de “vitimologia”, a vítima mulçumana vale mais que a cristã.
Mas essa culpa não é tanto dos mulçumanos, disse del Valle, quanto dos próprios cristãos, que não falam ou não se interessam por esse assunto. Por isso o Prof. Alexandre parabenizou o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira por abrir espaço para que esse sombrio panorama seja apresentado ao público. “O cristão tem que falar desse problema”, disse.
O conferencista dividiu em quatro os vetores os que promovem a cristofobia.
Primeiro a cristofobia islâmica, a mais conhecida.
Segundo a asiática: budista ou hinduísta, menos conhecida mas muito mais criminosa em termos de números e violência.
Terceira a comunista, marxista e socialista.
Quarta a ocidental laicista, menos violenta na aparência, mas muito perversa, cujo objetivo é destruir a civilização cristã.
Cada um desses vetores foi detidamente analisado durante a palestra, cuja reprodução pode ser assistida no canal do Justin.tv do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.
À esquerda, o Princípe Bernard Ndouga, neto do último rei de Camarões, aproveitou sua estadia em São Paulo para prestigiar a conferência |
Para o Prof. Alexandre, o Ocidente adormecido, passivo e por vezes até cumplice dessa realidade, acordou um pouco com fatos atuais que vieram a público.
Por exemplo com os atentados em Bagdá e em Alexandria contra cristãos no ano passado, onde os terroristas gritavam, segundo relatos dos sobreviventes, “inferno aos cristãos cachorros que deviam morrer enquanto infiéis que se recusam a abjurar sua fé”.
Também falou do exílio, ocorrido no ano passado, de cristãos no Iraque, obrigados a escolher entre fazer as malas ou morrerem. Isso tudo fez abrir os olhos dos europeus para a existência de cristãos no Oriente, pois até então pensavam que árabes só podiam ser mulçumanos.
“Na Europa se pede perdão, contabiliza e critica a islamofobia, no entanto nos países mulçumanos ninguém contabiliza, ninguém pede perdão para nada e ainda há pessoas muito ufanas de perseguir e matar cristãos”, disse o Prof. Alexandre.
Dr. Alexandre del Valle concedeu numerosas dedicatórias |
Mas essa tomada de consciência repentina dos europeus foi rapidamente eclipsada pelas imagens das revoluções árabes, muito elogiadas pela mídia ocidental, durante as quais os cristãos continuaram a ser perseguidos.
Segundo o Prof. Alexandre, “as notícias divulgadas pela mídia são apenas a ponta do iceberg da perseguição que os cristão sofrem”.
No final da conferência, o auditório e os espectadores que acompanhavam a palestra pela internet enviaram dezenas de perguntas ao Prof. del Valle – que as respondeu – mostrando o enorme interesse do público pela matéria tratada.
O Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança encerrou o evento com agradecimentos ao palestrante e ressaltando que o Professor Plinio Corrêa de Oliveira, desde o fim da II Guerra Mundial, já alertava para o fato de que o islamismo se tornaria um perigo futuro para o Ocidente.
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