sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Laptops do nº 2 das Farc revelaram conchavos das esquerdas sulamericanas
O conceituado Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, em inglês) de Londres publicou uma explosiva análise dos dados contidos no computador de “Raúl Reyes”, nº 2 das Farc, morto em território equatoriano.
A análise dos documentos contidos em três computadores apreendidos durou dois anos.
O relatório foi intitulado “The Farc Files: Venezuela, Ecuador and the Secret Archive of Raúl Reyes” (Os dados das Farc: Venezuela, Equador e o arquivo secreto de Raúl Reyes).
Os documentos mostram que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ofereceu ajuda financeira à maior guerrilha da Colômbia. Também autoridades do governo “bolivariano” de Caracas pediram ao grupo que assassinasse inimigos políticos.
A guerrilha marxista colombiana, por outro lado, ajudou no financiamento da campanha do presidente equatoriano, Rafael Correa. As Farc contribuíram com US$ 400 mil e o então candidato sabia da origem do recurso, diz o livro, mas, só nega a acusação.
O livro registra que em setembro de 2000, um ano e meio depois de sua posse, Chávez recebeu “Raúl Reyes” e prometeu a ele um empréstimo para a guerrilha comprar armas. Em 2 de novembro, Reyes escreveu ao também abatido líder máximo das Farc, Manuel Marulanda, sobre os encontros:
“Ao expor-lhe o tipo de armas que precisamos e os dólares para comprá-las, [Chávez] disse se colocar à frente do projeto e que não falemos de cinco anos para a devolução, que o importante é consegui-las e tomar o poder, uma vez no governo, falaremos do pagamento.”
Reyes acrescenta que o presidente venezuelano “tem boas relações com Putin, o [então] presidente russo, [e que ele] disse que por essa via buscamos uma opção”.
James Lockhart Smith, analista do IISS e coordenador do estudo, declarou ao diário de Bogotá “El Tiempo”, que a oferta teria chegado a US$ 300 milhões, embora não há evidência que tenha sido concretizada.
“Chávez forneceu apoio político logístico e territorial às Farc quase desde sua posse como presidente em 1999 e como política de Estado”, disse Smith.
Caracas obviamente nega a validade das provas, mas o instituto diz que autenticidade dos documentos apreendidos não pode ser contestada. “Nenhuma agência do mundo teria sido capaz de falsificá-los”, assegura o IISS.
As Farc treinaram forças de segurança venezuelanas após 2002. Em 2006, Julio Chirino, chefe de segurança do ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Alí Rodríguez Araque, pediu a “Reyes” que as Farc assassinassem dois desafetos do governo da Venezuela.
Entretanto, a oposição na Venezuela atrapalhou certos golpes. Caracas teria autorizado a passagem de um comboio das Farc por território venezuelano, mas o Exército venezuelano surpreendeu o grupo e entregou alguns guerrilheiros a Uribe. “Mono Jojoy”, máximo líder da guerrilha também abatido, falou mal Chávez como “presidente enganador e provocador de discórdias” no seio da aliança esquerdista latino-americana.
A importância do Brasil como posto e via de trânsito de pessoas e dinheiro das Farc ficou clara no relatório, segundo a “Folha”.
“Viagens [de guerrilheiros] eram típicas, assim como usar o País para deslocar fundos na América do Sul”, disse Smith à Folha.
Segundo o investigador, nas comunicações das Farc fala-se das viagens de Rodrigo Granda ‒ o “chanceler da guerrilha” ‒ pelo território nacional.
Em janeiro de 2002, ele chegou a ser parado pela polícia brasileira em viagem de La Paz a São Paulo, mas não foi preso.
Repetidas vezes as Farc mencionam pagamentos feitos em território brasileiro a seus colaboradores.
Segundo Smith, Amilcar Figueroa, ex-deputado venezuelano do Parlatino (Parlamento Latino-americano, sediado em Panamá) do partido de Hugo Chávez, viajava muito pelo Brasil para transportar dinheiro para as Farc.
O IISS não achou evidências de cumplicidade das autoridades brasileiras. “Mas é importante verificar daqui para frente como o Brasil abordou ‒ e não abordou ‒ esse problema que está em seu quintal”, acrescentou Smith.
Ainda há muito a analisar sobre os contatos brasileiros da guerrilha narco-marxista. A documentação contida nos computadores do então nº 2 das Farcs soma 6 milhões de palavras.
A análise dos documentos contidos em três computadores apreendidos durou dois anos.
O relatório foi intitulado “The Farc Files: Venezuela, Ecuador and the Secret Archive of Raúl Reyes” (Os dados das Farc: Venezuela, Equador e o arquivo secreto de Raúl Reyes).
Os documentos mostram que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ofereceu ajuda financeira à maior guerrilha da Colômbia. Também autoridades do governo “bolivariano” de Caracas pediram ao grupo que assassinasse inimigos políticos.
A guerrilha marxista colombiana, por outro lado, ajudou no financiamento da campanha do presidente equatoriano, Rafael Correa. As Farc contribuíram com US$ 400 mil e o então candidato sabia da origem do recurso, diz o livro, mas, só nega a acusação.
O livro registra que em setembro de 2000, um ano e meio depois de sua posse, Chávez recebeu “Raúl Reyes” e prometeu a ele um empréstimo para a guerrilha comprar armas. Em 2 de novembro, Reyes escreveu ao também abatido líder máximo das Farc, Manuel Marulanda, sobre os encontros:
“Ao expor-lhe o tipo de armas que precisamos e os dólares para comprá-las, [Chávez] disse se colocar à frente do projeto e que não falemos de cinco anos para a devolução, que o importante é consegui-las e tomar o poder, uma vez no governo, falaremos do pagamento.”
Reyes acrescenta que o presidente venezuelano “tem boas relações com Putin, o [então] presidente russo, [e que ele] disse que por essa via buscamos uma opção”.
James Lockhart Smith, analista do IISS e coordenador do estudo, declarou ao diário de Bogotá “El Tiempo”, que a oferta teria chegado a US$ 300 milhões, embora não há evidência que tenha sido concretizada.
“Chávez forneceu apoio político logístico e territorial às Farc quase desde sua posse como presidente em 1999 e como política de Estado”, disse Smith.
Caracas obviamente nega a validade das provas, mas o instituto diz que autenticidade dos documentos apreendidos não pode ser contestada. “Nenhuma agência do mundo teria sido capaz de falsificá-los”, assegura o IISS.
As Farc treinaram forças de segurança venezuelanas após 2002. Em 2006, Julio Chirino, chefe de segurança do ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Alí Rodríguez Araque, pediu a “Reyes” que as Farc assassinassem dois desafetos do governo da Venezuela.
Entretanto, a oposição na Venezuela atrapalhou certos golpes. Caracas teria autorizado a passagem de um comboio das Farc por território venezuelano, mas o Exército venezuelano surpreendeu o grupo e entregou alguns guerrilheiros a Uribe. “Mono Jojoy”, máximo líder da guerrilha também abatido, falou mal Chávez como “presidente enganador e provocador de discórdias” no seio da aliança esquerdista latino-americana.
A importância do Brasil como posto e via de trânsito de pessoas e dinheiro das Farc ficou clara no relatório, segundo a “Folha”.
“Viagens [de guerrilheiros] eram típicas, assim como usar o País para deslocar fundos na América do Sul”, disse Smith à Folha.
Segundo o investigador, nas comunicações das Farc fala-se das viagens de Rodrigo Granda ‒ o “chanceler da guerrilha” ‒ pelo território nacional.
Em janeiro de 2002, ele chegou a ser parado pela polícia brasileira em viagem de La Paz a São Paulo, mas não foi preso.
Repetidas vezes as Farc mencionam pagamentos feitos em território brasileiro a seus colaboradores.
Segundo Smith, Amilcar Figueroa, ex-deputado venezuelano do Parlatino (Parlamento Latino-americano, sediado em Panamá) do partido de Hugo Chávez, viajava muito pelo Brasil para transportar dinheiro para as Farc.
O IISS não achou evidências de cumplicidade das autoridades brasileiras. “Mas é importante verificar daqui para frente como o Brasil abordou ‒ e não abordou ‒ esse problema que está em seu quintal”, acrescentou Smith.
Ainda há muito a analisar sobre os contatos brasileiros da guerrilha narco-marxista. A documentação contida nos computadores do então nº 2 das Farcs soma 6 milhões de palavras.
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