Colheita de uvas no Valle de Uco, Mendoza |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A concessão demagógica de bolsas pelo “socialismo do século XXI” argentino afastou a mão de obra do trabalho e danificou gravemente a produção em regiões inteiras.
O novo governo está recortando esse fator empobrecedor do país e a carência de mão-de-obra vai deixando de ser uma preocupação.
No início de 2024, as “bolsas” repercutiram gerando a negativa de trabalhar por parte dos trabalhadores.
Então, as perdas chegaram a 40% nos rubros do tabaco, peras, maçãs e cítricos que não puderam ser colhidas e ficavam no campo até apodrecer.
Pablo Vernengo, diretor executivo de Economias Regionais da Câmara Argentina de Médias Empresas (CAME), destacou a “La Nación” que em mais de 30 produções as dificuldades em contratar trabalhadores para a lavoura, sobre tudo para as colheitas, deixaram de ocupar os primeiros lugares numa enorme lista de problemas gerados pela administração peronista-socialista.
Agora, “vemos um pouco de luz: há mão de obra disponível. É uma boa notícia para o setor”, afirmou o gestor.
Vernengo explicou que o trabalho com carteira assinada era sabotado pelos “planos sociais”. ‘Para que trabalhar se assinando a carteira a gente perde a bolsa do governo’ era o raciocínio de incontáveis titulares desses “planos” estatistas.
Colheita de damascos. Volta-se a sorrir |
Melania Zorzi, presidente da Federação Citrícola de Entre Rios (Fecier), confirmou essa realidade.
“Este ano na área citrícola como os ônibus saem da cidade de Concórdia lotados de trabalhadores para a colheita. Ano passado foi constrangedor, só havia 10 pessoas no ônibus”.
A colheita de frutas cítricas ficava muito diminuída e o custo da movimentação dos empregados em ônibus era impossível de amortizar”, explicou.
Também os benefícios e os valores das “bolsas” estatais caíram ou perderam valor. Assim muitas pessoas viram que era preciso trabalhar.
O anterior governo, nacionalista-peronista, versão argentina do “socialismo XXI”, prometeu combinar as “bolsas” com o trabalho de carteira assinada, mas nada fez.
As pessoas temiam perder as benesses dirigistas, não compareciam e a a maioria das economias regionais perderam grande parte da sua produção.
O novo governo focou as infindas irregularidades na adjudicação dos “planos” e ficou claro que uma tal selva de corrupção era insustentável. Os infelizes “beneficiados” voltaram ao trabalho e a falta de mão-de-obra deixou de ser uma preocupação.
Colheita de peras |
As boas notícias beneficiaram a patrões e empregados e a ordem está voltando gradualmente à macroeconomia. Porém, ainda subsiste uma selva de problemas gerados pelo dirigismo socialista que ainda punem os proprietários.
Entre eles, um desarranjo geral de preços, controles, pressão fiscal, impostos exagerados e taxas mirabolantes a nível nacional, provincial e municipal que ferem duramente aos produtores.
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