segunda-feira, 4 de novembro de 2024

“Bolsas” socialistas somem e empregados voltam ao trabalho na Argentina

Colheita de uvas no Valle de Uco, Mendoza
Colheita de uvas no Valle de Uco, Mendoza
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A concessão demagógica de bolsas pelo “socialismo do século XXI” argentino afastou a mão de obra do trabalho e danificou gravemente a produção em regiões inteiras.

O novo governo está recortando esse fator empobrecedor do país e a carência de mão-de-obra vai deixando de ser uma preocupação.

No início de 2024, as “bolsas” repercutiram gerando a negativa de trabalhar por parte dos trabalhadores. 

Então, as perdas chegaram a 40% nos rubros do tabaco, peras, maçãs e cítricos que não puderam ser colhidas e ficavam no campo até apodrecer.

Pablo Vernengo, diretor executivo de Economias Regionais da Câmara Argentina de Médias Empresas (CAME), destacou a “La Nación” que em mais de 30 produções as dificuldades em contratar trabalhadores para a lavoura, sobre tudo para as colheitas, deixaram de ocupar os primeiros lugares numa enorme lista de problemas gerados pela administração peronista-socialista.

Agora, “vemos um pouco de luz: há mão de obra disponível. É uma boa notícia para o setor”, afirmou o gestor.

Vernengo explicou que o trabalho com carteira assinada era sabotado pelos “planos sociais”. ‘Para que trabalhar se assinando a carteira a gente perde a bolsa do governo’ era o raciocínio de incontáveis titulares desses “planos” estatistas.

Colheita de damascos
Colheita de damascos. Volta-se a sorrir
Mas quando ditas “bolsas para os trabalhadores” começaram a acabar muitos voltaram a trabalhar.

Melania Zorzi, presidente da Federação Citrícola de Entre Rios (Fecier), confirmou essa realidade.

“Este ano na área citrícola como os ônibus saem da cidade de Concórdia lotados de trabalhadores para a colheita. Ano passado foi constrangedor, só havia 10 pessoas no ônibus”.

A colheita de frutas cítricas ficava muito diminuída e o custo da movimentação dos empregados em ônibus era impossível de amortizar”, explicou.

Também os benefícios e os valores das “bolsas” estatais caíram ou perderam valor. Assim muitas pessoas viram que era preciso trabalhar.

O anterior governo, nacionalista-peronista, versão argentina do “socialismo XXI”, prometeu combinar as “bolsas” com o trabalho de carteira assinada, mas nada fez.

As pessoas temiam perder as benesses dirigistas, não compareciam e a a maioria das economias regionais perderam grande parte da sua produção.

O novo governo focou as infindas irregularidades na adjudicação dos “planos” e ficou claro que uma tal selva de corrupção era insustentável. Os infelizes “beneficiados” voltaram ao trabalho e a falta de mão-de-obra deixou de ser uma preocupação.

Colheita de peras
Colheita de peras
Vernengo sublinhou que o retorno ao emprego legal ficou irreversível “quando se viu que haveria eliminação de descontroles e que as partilhas ilegais e desvios estavam sendo cortadas”.

As boas notícias beneficiaram a patrões e empregados e a ordem está voltando gradualmente à macroeconomia. Porém, ainda subsiste uma selva de problemas gerados pelo dirigismo socialista que ainda punem os proprietários.

Entre eles, um desarranjo geral de preços, controles, pressão fiscal, impostos exagerados e taxas mirabolantes a nível nacional, provincial e municipal que ferem duramente aos produtores.


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