segunda-feira, 28 de junho de 2021

“Allende voltou” clama esquerda chilena pensando no Brasil

Candidatos de 'minorias' 'independentes' redigirão a nova Constittuição chilena
Candidatos de 'minorias' 'independentes' redigirão a nova Constituição chilena
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A esquerda continental liderada por Nicolás Maduro comemora as conquistas pela violência de seus cúmplices, tal vez financiados por ele mesmo, em outros países. É o caso eminente do Chile.

“O povo chileno inicia um novo caminho em sua forte rejeição ao neoliberalismo selvagem”, pontificou o “presidente do povo” de Caracas comemorando a vitória arrasadora das esquerdas anarquistas, de minorias revoltadas e líderes indígenas (ditas “independentes”) que escolheram o 64% dos deputados que devem redigir uma nova Constituição.

O avanço foi reforçado pela eleição de um governador de esquerda aliada à democracia crista na região de Santiago do Chile, a mais populosa do país, onde a participação foi de um ridículo 25,65%. 

Nas demais regiões de Chile registrou-se acachapante vitória das esquerdas, mas com uma média nacional de 19,6% votantes, reveladora de imenso desinteresse eleitoral pelos candidatos de todas as tendências noticiou “El Mercurio”.

A exceção sul-americana continua sendo a exorcística e surpreendente derrota dos seguidores de Correa no Equador que causticou o ânimo dos artífices do caos.


Na constituinte haverá representantes indígenas engajados numa longa série de violências no sul do Chile
Na constituinte haverá representantes indígenas
engajados numa longa série de violências no sul do Chile
Mas o avanço da esquerda no Chile suscitou aplausos automáticos dos membros do Grupo de Puebla que aglutina o lulo-comunismo latino-americano, observou “La Nación”.

As violentas desordens no Chile animaram os artífices da subversão. “Pinochet agora está morto e Allende vive novamente. Desde 1973, somente a juventude chilena de hoje conseguiu realmente mudar seu país”, escreveu no Twitter o líder da esquerda colombiana, Gustavo Petro.

As fotos de Allende e as menções às “grandes avenidas” no último discurso do presidente destituído apareceram por toda parte nas redes sociais.

“Eles têm motivos para comemorar. A esquerda domina nos resultados e o status dos partidos tradicionais está enfraquecido. O Chile pode caminhar para uma maior intervenção estatal na economia, característica que está crescendo mundialmente em função da pandemia”, comemorou o internacionalista Mariano de Alba.

As esquerdas e extrema-esquerda (“independentes) saíram fortalecidas pelo triunfo parcial tanto na Constituinte quanto nos municípios sobre os falsamente iludidos “conservadores” que achavam que após tantas décadas de liberalismo consolidariam suas posições numa nova Constituição.

A iminente reeleição do candidato radical comunista do Peru, Pedro Castillo, acendeu uma luz nas frequentes derrotas do “conservadorismo” leviano e superficial.

Manifestações com incêndios de igrejas pesaram para convocar a Constituinte
Manifestações com incêndios de igrejas pesaram para convocar a Constituinte
O analista Jacobo García toca nas teclas do retorno da esquerda sul-americana: “a Colômbia em colapso, o Chile se consolidando, o Equador se encontrando, a Bolívia se reconsolidando...”, garante o especialista.

O líder colombiano deste retorno Gustavo Petro, aliado de Caracas, parabenizou os chilenos que “conseguiram concordar constituinte e hoje, pelo voto popular, resultado histórico. O pinochetismo morreu”.

Uma Constituinte radical é uma das bandeiras que Castillo acenou na campanha eleitoral do Peru, ficando muito claro que ele forçará um processo no mesmo sentido.

Todos os olhos estão postos no Chile, onde a nova Constituição poderá sintetizar a “fúria bolivariana” que o chavismo para implantar um comunismo continental chamado de ‘grande pátria’.

“Allende voltou” exclama eufórica a esquerda regional inspirada na virada política no Chile aspirando a reproduzi-la até no próprio Brasil.


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