Juan Grabois, líder das invasões de propriedades,
em cálido abraço com Papa Francisco
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
“A oposição achou o método da demonização absoluta, ao dizer que iríamos nos tornar como a Venezuela”, disse o presidente argentino Alberto Fernández, lamentando o imenso erro cometido ao tentar expropriar Vicentín, a multinacional argentina do agronegócio.
Em seguida recordou uma frase do Papa Francisco, a quem deve a sua eleição: “O caminho do ódio não conduz a parte alguma”.
Atribuiu esse ódio ao povo e inocentou o seu partido.
Pouco depois voltou à carga contra as propriedades e contra os bolsos dos particulares.
O nosso continente quer ver-se muito longe da onda revolucionária populista, mas Fernández pretende encarnar um novo estilo no contra-ataque empreendido por ela.
Qual a característica principal desse contra-ataque? Ao que tudo indica, consiste em usar uma máscara de moderado.
Ungido pelo Papa Francisco, ele finge um esquerdismo mitigado.
Deixa o trabalho sujo e antipopular à sua vice-presidente Cristina Kirchner, que vai restituindo o poder aos agentes populistas.
Assentamento invasor em Guernica, periferia de Buenos Aires |
“Há um presidente na Argentina que não é presidente. O poder está com Cristina Kirchner; quer dizer, o populismo e o autoritarismo. Ela procura vingança pessoal e impunidade” (“La Nación”, 25-9-20).
Mas as diatribes mais tresloucadas proveem do agitador Juan Grabois, o queridinho do Papa Francisco, assessor ad-honorem do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Grabois odeia os agropecuaristas, a quem qualifica de “parasitas que vivem da renda extraordinária da terra de todos”.
Lidera invasões de propriedades e prega a necessidade de uma radical reforma agrária (“Perfil”, 6-3-20).
Esse agitador platino tem no Brasil um ‘irmão de luta de classes’ em Guilherme Boulos, líder invasor de propriedades, que se ufana de ter sido preso diversas vezes.
Hoje ele é candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSOL, com objetivos ecológico-comunistas.
Fernández diz ter combinado com Lula a restauração da esquerda no continente.
Tirar Lula da cadeia, no Brasil, foi um de seus objetivos antes de ser eleito presidente argentino.
Cristina Kirchner interfere no Judiciário para tirar seus colegas ideológicos do cárcere; e também se livrar, ela própria, de graves processos de corrupção.
Alguns recuperaram grandes posses, e o mais famoso ‘laranja’, que tentou voltar da prisão a um condomínio de luxo, fugiu com seu carro apedrejado pelos moradores.
Unânimes protestos denunciam a investida contra a Vicentín e a libertação de prisioneiros célebres pela corrupção.
Assumem a defesa da liberdade de expressão, do direito de propriedade privada, da independência do Judiciário e contra a China comunista, entre muitos outros motivos.
Generaliza-se a impressão de que a pandemia está sendo explorada para fazer uma ‘infectadura’ — ditadura ideológica de esquerda.
Houve “panelaços” até em bairros de Buenos Aires sem nenhuma ligação com o meio rural, grandes carreatas nas cidades e uma avalanche de críticas nas redes sociais.
Um dos 'banderaazos' contra o populismo esquerdista do governo, Buenos Aires |
Fernández reagiu com petulância contra a indignação popular, mas a opinião pública entendeu que o confisco de uma empresa gigante como a Vicentín precederia ofensivas gerais contra a propriedade privada de pequenas e médias empresas comerciais e industriais, e também contra patrimônios familiares ou pessoais.
No fim, o presidente fez humilhante pedido de desculpas: “Não sou um doido varrido, não trago comigo uma caderneta com ordens de expropriações.
“Pensei que iriam festejar. Errei. Começaram a me acusar de coisas horríveis.
“Dizem que sou um chavista, que só quero expropriar”, afirmou à rádio esquerdista “La Patriada”.
São incontáveis os rumorosos e coloridos “buzinaços”, “caçarolaços”, bloqueios de estradas contra os anúncios do governo.
O público conservador parecia não ter consciência de quão numerosos são os argentinos que estão protestando.
Tão logo se deu conta disso, marchou para os prédios simbólicos e históricos, avenidas, estradas, monumentos.
A vice-presidente tem ordem de prisão confirmada pela Corte Suprema, por isso tentou um imenso trambique rotulado de “reforma do Judiciário”, visando redistribuir cerca de 1.300 juízes a fim de se livrar dos magistrados que a processam por um gigantesco caso de corrupção.
Mas um imenso ‘banderaço’ tomou conta da Argentina, especialmente diante da Corte Suprema de Justiça em Buenos Aires (equivalente ao nosso STF), conseguindo anular o golpe judiciário kirchnerista.
No dia 17 de outubro o governo organizou um ‘contra-banderaço’, com pífia adesão popular.
Para dar a impressão de grande apoio, divulgou foto mostrando uma colossal manifestação.
Mas a foto era da manifestação anterior, ou seja, da oposição! A fraude era tão evidente, que até se esqueceram de remover da foto o boneco inflável de Cristina Kirchner com roupas de prisioneira.
O comentário geral é que o governo está perdendo o domínio das ruas, e começa a atropelar para seguir adiante.
Propriedades urbanas e rurais vêm sendo invadidas, com garantias fornecidas por juízes ideologizados, usando slogans ditados pelo Papa Francisco aos ‘movimentos sociais’.
Em Guernica, periferia de Buenos Aires, uma área de mais de 100 hectares foi invadida por 2.000 pessoas, com táticas do MST brasileiro. Acabaram sendo despejados após intérminas e inexplicáveis demoras de uma Justiça que cada vez menos é vista como imparcial.
Casa de férias incendiada por supostos mapuches perto de Vila Mascardi, Patagônia |
Chegaram encapuçados, em caminhonetes do Instituto Nacional de Assuntos Indígenas (equivalente à FUNAI, no Brasil) e carros com placas chilenas, e começaram a derrubar árvores centenárias sobre as casas, incendiando-as em seguida.
Praticaram mais de 100 assaltos, agressões, ameaças. Num auge de perversidade, fecharam a única estrada que serve à cidade vizinha.
Os moradores removeram o bloqueio, mas foram indiciados por um juiz cúmplice dos promotores das violências.
A iníqua decisão foi anulada por tribunal superior, mas ficou criada uma área de tensão social (“Clarín”, 8-10-20).
Autodenominados 'mapuches' profanam paróquia El Bolsón, perto de Bariloche |
Em sua propriedade, uma família foi sitiada pelos “indígenas”.
Em Buenos Aires, pequenos proprietários defenderam-se, usando armas de fogo contra os invasores. Na província de Entre Rios seguidores do invasor preferido do Papa Francisco ocuparam pela violência a fazenda do ex-ministro de Agricultura.
A reação dos proprietários da região foi massiva e espantou até a Conferência Episcopal que condenou o brutal uso da força por parte dos invasores que deixaram um altar montado para missas revolucionárias mas que mais pareciam um local de culto macumbeiro.
A impunidade do crime e os atropelos ideológicos descolaram o governo até dos setores que nele votaram.
Mas esse neochavismo parece aguardar que o contra-ataque esquerdista cresça em países vizinhos e em outros que possam influenciar a Argentina.
Notadamente, torcem por transformações no Brasil, e festejaram a derrota do presidente Trump nas eleições presidenciais americanas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário. Este blog se reserva o direito de moderação dos comentários de acordo com sua idoneidade e teor. Este blog não faz seus necessariamente os comentários e opiniões dos comentaristas. Não serão publicados comentários que contenham linguagem vulgar ou desrespeitosa.