segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Ditadura chavista: vergonha do gênero humano
é triunfo da Teologia da Libertação - 2

Forças Armadas intervêm para reprimir famintos ou necessitados de remédios.
Forças Armadas intervêm para reprimir famintos ou necessitados de remédios.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) da Venezuela reconheceu – e seus números devem ser revistos para pior – que no primeiro semestre de 2015, 33,1% da população ou 2.434.035 famílias estão em situação de pobreza. E que 9,3% dessas – 83.370 famílias – estão na pobreza extrema.

O salário mínimo integral oficial, que inclui bolsas e bônus para a alimentação, é de 65.056 bolívares (203 reais, pela cotação do mercado paralelo, o único que funciona). Então muitos não conseguem comer durante todo o mês.

Não espanta, pois, que uma multidão enfurecida tenha perseguido o presidente venezuelano Nicolás Maduro, na pequena localidade de Villa Rosa, na turística ilha Margarita, como documentou “Público”, entre outros.

A ilha é um paraíso turístico, mas os hotéis não têm mais papel de toalete, sabonetes e insumos básicos, porque nem os proprietários têm. A frequência dos clientes caiu pela metade.

Ele foi inaugurar à noite um complexo de residências sociais, quando foi rodeado por populares, que ele de início julgou tratar-se de simpatizantes.



Quando se deu conta de que estava a ponto de ser linchado, a única saída que teve o “popular” presidente foi de sair correndo com as próprias pernas. Nas redes sociais foram colocados vídeos com as espantosas cenas.

Maduro foi recebido com uma “caçarolada” e gritos de que o povo tinha fome. Ele tentou falar com a multidão, mas gritaram-lhe obscenidades e começaram a persegui-lo, segundo descreveu o New York Times. Maduro chegou a arrebatar a caçarola de uma mulher que protestava.

A repressão se fez sentir logo. Perto de 30 pessoas foram detidas. Uma delas é Bráulio Jatar, diretor do jornal online Reporte Confidencial, o primeiro a divulgar a notícia e os vídeos da perseguição ao presidente.






Em Caracas, a oposição reuniu por volta de um milhão de pessoas no protesto denominado “Tomada de Caracas”, e anunciou marchas similares em todo o país.

“As panelas vão continuar a fazer-se ouvir, é uma forma de protesto pacífica! O que vão fazer? Tirar as panelas do povo?”, intimou, no Twitter, um dos líderes da oposição, Henrique Capriles.

Degradantes brigas para conseguir alimentos controlados pelo socialismo.
Degradantes brigas para conseguir alimentos controlados pelo socialismo.

Compreende-se o que ele quis dizer, mas a paranoia do governo bolivariano pode chegar ao absurdo de confiscar as panelas, como já o fez o maoísmo na China no Salto Adiante.

O ministro da Informação, Luis Marcano, divulgou um vídeo no Twitter de Maduro, apresentando-o com o punho erguido, mandando beijinhos e sendo aplaudido em Margarita.

O mesmo Ministério da Informação divulgou fotos truncadas de anos anteriores como se fossem da manifestação de apoio a Maduro e contra a “Tomada de Caracas”, quando a manifestação governamental reuniu na realidade apenas um punhado de chavistas pagos.



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