Ministro argentino De Vido (dir.) foi para Rússia, mas não viu o dinheiro prometido. |
Vladimir Putin vem elogiando o governo nacionalista-populista de Cristina Kirchner como o seu melhor aliado na América Latina e assinou com ele dezenas de acordos, inclusive econômicos.
Mas eis que chegada a hora de sair da conversa e pôr o dinheiro prometido sobre a mesa, este não apareceu...
A Rússia não tem fama de cumprir acordos que não sejam de grande interesse para ela. Além do mais, sua economia vai se afundando aceleradamente após a invasão da Ucrânia, de um lado pelas respostas econômicas do Ocidente, e de outro, em grande medida, pela baixa cotação do barril de petróleo.
Assim, na hora combinada, o banco russo Vnesheconombank (Banco de Desenvolvimento e Assuntos Econômicos Exteriores, equivalente ao BNDES), que devia bancar com até 85% do custo da barragem de Chihuido, em Neuquén, Patagônia, não depositou os US$ 2,6 bilhões prometidos, segundo noticiou Clarín de Buenos Aires.
O presidente russo tinha marcado uma conferência internacional para anunciar o histórico empréstimo como parte de sua promoção propagandística no continente. Mas não havia dinheiro...
A inesperada inadimplência também gerou problemas na Argentina, onde o governo da Província (equivalente a um estado brasileiro) protestou diante do governo nacional, responsável pelo acordo.
Muitos papéis assinados e muitas promessas feitas, mas a Rússia ficou inadimplente |
Porém, o governo de Neuquén acredita que isso não passa de manobra para esconder o fracasso do banco estatal russo.
O ministro De Vido foi a Moscou para falar com as autoridades desse banco e assinar uma porção de papéis para mostrar à imprensa. Mas, dinheiro mesmo, nada!
O banco russo também complicou o processo argüindo inesperados problemas de controle burocrático na construção da barragem.
Só faltou o Vnesheconombank mendigar dinheiro à Argentina...
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