segunda-feira, 20 de julho de 2015

Francisco, a foice e o martelo

Na Bolívia, o ditador Evo Morales presenteia o Papa  uma foice e martelo sobre a qual o Santíssimo Redentor está crucificado
Na Bolívia, o ditador Evo Morales presenteia o Papa
uma foice e martelo sobre a qual o Santíssimo Redentor está crucificado



Não se entende como o Papa Francisco rodeia-se de líderes revolucionários, assume as suas ideias como sendo boas e dá-lhes apoio praticamente incondicional.

E isso, sem sequer ouvir especialistas conceituados que defendem com dados concretos que a propriedade privada e a livre iniciativa têm sido fonte de progresso social e de redução da pobreza no mundo inteiro; e que, pelo contrário, o socialismo tem sido — como na Cuba comunista e na Venezuela bolivariana — um sistema econômico intrinsecamente multiplicador de miséria.

1. No último dia 9 de julho, na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, durante o 2º Encontro Mundial dos Movimentos Populares, o Papa Francisco fez um discurso longo e apaixonado contra o capitalismo e a propriedade privada.

Tal discurso foi pronunciado frente a líderes revolucionários de inspiração marxista e de seguidores da “Teologia da Libertação”, que ovacionaram o Papa.

2. Entre esses líderes, além do presidente da Bolívia, Evo Morales — que estava vestindo uma jaqueta com um desenho do sanguinário “Che” Guevara [foto ao lado] — encontrava-se João Pedro Stédile, dirigente do MST (Movimento dos Sem-Terra), que há décadas promove a violência revolucionária nas zonas rurais do Brasil, e o trotskista argentino Juan Grabois, especialista em agitação urbana nas periferias de Buenos Aires, líder daConfederação da Economia Popular e membro da comissão organizadora do 2º Encontro Mundial de Movimentos Populares.

3. Eles, e outros chefes de delegações presentes, são considerados os piores líderes revolucionários latino-americanos, remanescentes do comunismo.

Entretanto, Francisco os tratou como se fossem os melhores entre os melhores, garantindo que suas ações seriam“motivadas pelo amor fraterno”, que seriam promotores de “uma mudança positiva” na sociedade, e que estariam realizando um autêntico trabalho de “poetas sociais”.  

“Nossa fé é revolucionária”, os incentivou o Papa, e disse-lhes: “Eu os carrego em meu coração”.

Papa Francisco e Evo Morales vestindo uma jaqueta
com desenho do sanguinário 'Che' Guevara.
Santa Cruz de la Sierra, 09-07-2015
Como se observa, o apoio de Francisco para essa tropa de choque revolucionária não poderia ter sido maior.

4. Em discurso inflamado, Francisco colocou as metas de sua revolução socioeconômica juntamente com a sua revolução ecológica, dando a esta última a primazia: “Talvez a mais importante que hoje devemos assumir”.

Não obstante, esse discurso papal, assim como a recente Encíclica “Laudato Si”,padecem de uma importante e preocupante lacuna científica que, com o devido respeito, afeta uma premissa fundamental.

Trata-se da tese dos ambientalistas mais radicais, que Francisco assume inteiramente, de que seria a atividade humana, e não os ciclos da natureza, a principal responsável pelas atuais mudanças climáticas.

Tese esta que não conta com a unanimidade dos meios científicos mais conceituados e tem sido impugnada por trabalhos acadêmicos de alto nível.


Não se sabe em que estudos científicos concretos e em que especialistas ecológicos o Pontífice se fundamenta, porque a bibliografia de ambos os textos não cita nenhum documento a esse respeito.

Nesse sentido, é importante lembrar que em 27 de abril pp., 100 cientistas ambientalistas enviaram uma carta a Francisco implorando-lhe que não se deixasse enganar pelos argumentos dos ambientalistas radicais, com conclusões que não foram demonstradas pela ciência ambiental.

A carta acrescenta que ecologistas revolucionários, sob o pretexto de ajudar os pobres, estão, com suas propostas, contribuindo para aumentar perigosamente a miséria no mundo (cfr. “Destaque Internacional”, “Francisco, aventura ecológica e lacuna científica”, 22-7-15).

5. No Vaticano, em outubro de 2014, realizou-se o 1º Encontro Mundial de Movimentos Populares. Nesse evento, os dirigentes receberam do Papa Francisco palavras laudatórias.

O crucifixo marxista blasfemo, símbolo da aliança do comunismo bolivariano e o pontificado de Papa Francisco
O crucifixo marxista blasfemo, símbolo da aliança
do comunismo bolivariano e o pontificado de Papa Francisco
Foi uma espécie de “beatificação” publicitária, e em vida, de atuantes figuras revolucionárias de inspiração marxista — sui generis “beatos” de uma espécie de “igreja ao revés”, contrária à doutrina social da Igreja defendida por antecessores ​​de Francisco (cfr. “Destaque Internacional”: “Francisco, ‘beatificação’ publicitária de revolucionários e ‘tempestade social’”, 2-11-13.
A respeito, veja também: Nelson Ramos Barreto, “Encontro Mundial de Movimentos Populares no Vaticano”, 12-11-14)



6. Em seu discurso em Santa Cruz de la Sierra, Francisco reconhece que “nem o Papa nem a Igreja têm o monopólio da interpretação da realidade social.”

Assim sendo, não se entende como o Papa Francisco rodeia-se de líderes revolucionários, assume as suas ideias como sendo boas e dá-lhes apoio praticamente incondicional, sem sequer ouvir especialistas conceituados que defendem com dados concretos que a propriedade privada e a livre iniciativa têm sido fonte de progresso social e de redução da pobreza no mundo inteiro; e que, pelo contrário, o socialismo tem sido — como na Cuba comunista [foto acima] e na Venezuela bolivariana [foto abaixo] — um sistema econômico intrinsecamente produtor de miséria. Desse modo, no 2º Encontro Mundial de Movimentos Populares, Francisco agiu como companheiro de viagem de atuais líderes comuno-católicos e do comunismo.



7. Nesse sentido, horas antes do referido discurso, em La Paz, o presidente Evo Morales havia ofertado a Francisco, juntamente com o Condor Andino, a condecoração Luis Espinal — em memória de um padre revolucionário assassinado na década de 1970, cuja medalha contém uma representação blasfema de Jesus Cristo sobre a foice e o martelo, símbolos do comunismo.

Trata-se de uma medalha que reproduz uma escultura em madeira feita pelo Pe. Espinal. Uma réplica em tamanho natural de tal escultura também foi ofertada a Francisco.

8. Essa condecoração com a medalha blasfema parece ser um símbolo tragicamente premonitório dos rumos que vai tomando no plano político-social o pontificado de Francisco.

Segundo informou a agência de notícias católica ACI, o Papa decidiu deixar as condecorações recebidas aos pés da Imagem de Nossa Senhora de Copacabana, Patrona da Bolívia.

Tais condecorações para ele representariam “símbolos de carinho e proximidade” recebidos com “afeto cordial e generoso” do presidente Evo Morales (cfr. ACI, 10-7-15.

9. “Destaque Internacional” difundiu vários editoriais e artigos com análises críticas de atitudes semelhantes e populistas de Francisco, que causaram perplexidades nos defensores da liberdade de expressão em todo o mundo.

Disponibiliza para os leitores interessados alguns links para o livre acesso a esses textos respeitosamente críticos.

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