Na Casa Rosada: “a Argentina é hoje o principal sócio estratégico da Rússia” |
“A Argentina é hoje o principal sócio estratégico da Rússia na América Latina, na ONU e no G20. Nossas abordagens das principais questões da política internacional são parecidas ou coincidentes”, disse segundo o jornal portenho “Clarín”.
As lisonjeiras palavras foram recolhidas pela agência de noticias de Cuba, Prensa Latina, antes de o líder do Kremlin embarcar para a Argentina e o Brasil, onde participou da reunião do BRICS – Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.
Em Cuba, o presidente russo perdoou uma dívida impagável de 10 bilhões de dólares da ilha prisão com a ex-URSS, sinal mais do que amistoso.
Seu giro latino-americano aconteceu em meio a tensões com os EUA e a União Europeia. E concluiu coincidindo com a derrubada do avião da Malaysia Airlines por um míssil de fabricação soviética manipulado por aliados de Putin ou tal vez por oficiais russos em território ucraniano.
Em Havana, o chefe russo depositou flores no cemitério dos militares soviéticos engajados em operações na ilha-prisão. Encontrou também Fidel Castro, noticiou o jornal portenho “La Nación”.
Antes de partir de Moscou, Putin disse que seu objetivo era aumentar as inversões russas na América Latina, criando “alianças plenas, tecnológicas” em setores como petróleo, gás, hidroelétricas e energia nuclear, construção de aviões e biofarmacêutico.
Não falou de onde tiraria dinheiro para essas inversões, num momento em que os capitais fogem espavoridos de Moscou, nem das tecnologias energéticas, que dependem vitalmente das empresas europeias.
Não falou sequer dos aviões a serem construídos, quando se sabe que na Rússia eles caem regularmente, a ponto de as companhias de aviação russas terem substituído a quase totalidade das aeronaves de fabricação nacional por americanas ou europeias.
Na Argentina, do mesmo modo que haveria de fazer depois no Brasil, assinou dezenas de tratados, inclusive sobre geração de energia nuclear, de acordo com o “Moscow Times”.
Rosatom, a companhia estatal russa de energia atômica, deve se engajar na construção de partes da nova central nuclear argentina Atucha III.
A presidente Cristina Fernandez, que paralisou o programa nuclear argentino, disse que seu país “é um líder na América Latina em geração de energia nuclear” talvez se referindo a feitos de governos anteriores.
A Argentina possui uma das maiores jazidas de gás e petróleo de xisto do mundo, mas poucas empresas querem investir no setor, pela ojeriza anticapitalista do regime nacionalista argentino.
O nacionalismo de Kirchner se derreteu diante do antigo coronel da KGB, a quem ofereceu uma participação na exploração da imensa jazida de Vaca Muerta, na província de Neuquén.
Prato servido para o chefe do Kremlin que deseja instalar agentes no coração do continente sul-americano.
O megacrime do MH17 deu um fecho preocupante à viagem |
Eles denunciavam a anexação ilegal e brutal da Crimeia e o apoio bélico aos separatistas do leste da Ucrânia.
No fim da viagem, Putin podia gabar-se de uma safra de apoios simpáticos ou não críticos de líderes populistas sul-americanos e do BRICS à posição da Rússia no conflito ucraniano.
Na Argentina e no Brasil, Putin também coletou numerosas manifestações de solidariedade em sua ofensiva diplomática contra os EUA e a Grã-Bretanha.
Putin nada disse sobre o “casamento” homossexual legalizado na Argentina e ilegalizado em seu país.
Militantes da agenda homossexual reclamaram em Buenos Aires, mas a solidariedade nacionalista-bolchevista anti-EUA passou por cima e o presidente russo não teve dificuldade em deixar de lado os jogos de palavras “moralizadores”.
Em pleno voo de retorno, estourou o crime do avião da Malaysia Airlines...
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