terça-feira, 7 de agosto de 2012

FARC estão ganhando a guerra infiltradas no Judiciário, denuncia ex-ministro colombiano

Fernando Londoño Hoyos, ex-ministro de Defesa
Fernando Londoño Hoyos, ex-ministro de Defesa
As FARC estão ganhando a guerra contra o Exército colombiano. Não apenas pelos atentados que praticam, mas sobretudo porque se infiltraram no Judiciário e na política. A partir dessas posições elas desencadearam feroz ofensiva contra Colômbia e os que a defendem.

A denúncia é do ex-ministro de Defesa, Fernando Londoño Hoyos, vítima ele próprio de um atentado terrorista no centro de Bogotá.

“Declararam uma guerra contra nós que estamos perdendo”, escreveu no jornal “El Tiempo”  de Bogotá, o mais ouvido do país.

“Os terroristas têm a iniciativa e nossas forças estão escondidas em trincheiras, quando não são postas para fora por indígenas em vergonhosos despejos. Precisamos recuperar a iniciativa. É preciso derrotar o inimigo e, para derrotá-lo, é preciso atacá-lo”, acrescentou.

“As Forças Militares, e sobretudo o Exército, estão confundidas, atônitas, paralisadas pela guerra jurídica declarada contra elas. Se continuarem sem fazer nada, perdem a guerra. Mas se combaterem, seus homens são postos no cárcere”.


“Aos terroristas não se pode apresentar a prazerosa ideia de uma rendição incondicional da sociedade que eles atacam. (...) Ao contrário, o Presidente deve lhes fazer saber que cada ato terrorista afasta irreparavelmente qualquer forma de perdão e qualquer mesa de negociação.

“O terrorismo golpeia o centro nervoso de nossa economia. É preciso destruir o deles. A droga não é assunto policial. Deve ser o primeiro dos objetivos da ação militar. Desde que guerra é guerra, o primeiro objetivo é destruir as linhas de abastecimento do inimigo. E, evidentemente, os sócios que as sustentam”.

Fernando Londoño Hoyos vítima de atentado recente das FARC.
Fernando Londoño Hoyos vítima de atentado recente das FARC
O ex-ministro escreveu também sobre o plano de retirar as Forças Armadas da estratégica região do Cauca, proposto por entidades civis e eclesiásticas “progressistas”.

Para ele, a proposta significa “arriar as bandeiras e entregar o Cauca e a nação inteira aos terroristas. Encher esse departamento [subdivisão administrativa da Colômbia] com comunidades de paz inspiradas e comandadas pelo padre Giraldo e por Baltasar Garzón é o início do fim”.

“Nesta hora solene, qualquer omissão é covardia e qualquer silêncio, cumplicidade. Um aceno do Presidente bastaria para unir o país. Porém, a deserção do dever mais sagrado que ele jurou cumprir equivaleria a uma catástrofe.

“’Salve a Pátria, presidente Santos!’”, concluiu exclamativamente o ex-ministro de Defesa.

Este novo modo de avançar das esquerdas – derrotadas por outras vias –não é exclusivo da Colômbia. Verifica-se um pouco por toda parte na América do Sul.

E as palavras do ex-ministro colombiano também se aplicam, mutatis mutandis, aos países afetados pela nova estratégia das esquerdas.


2 comentários:

  1. Lula sugere às FARC criar partido político para chegar ao poder

    http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,lula-sugere-as-farc-criar-partido-para-chegar-ao-poder,362096,0.htm

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    1. Atualizado: 14/01/2013 17:13 | Por Reuters, Reuters

      Farc se unem ao governo colombiano por rapidez no diálogo de paz
      ________________________________________
      HAVANA, 14 Jan (Reuters) - A guerrilha colombiana Farc se uniu nesta segunda-feira ao governo do presidente Juan Manuel Santos para pedir maior "celeridade" na busca por um acordo de paz e para insistir na necessidade de acordos concretos, moderando assim sua postura inicial de não aceitar limites para a negociação.

      A conclamação coincidiu com o início, em Havana, da terceira rodada de um processo de negociação iniciado em novembro, após mais de dez anos de hiato nas tentativas de encerrar um conflito interno que matou milhares de pessoas em quase cinco décadas.

      "Em lugar de tanta retórica, comecemos com propostas concretas para discutir essa temática para ver como avançamos. Queremos chegar logo a um entendimento", disse a jornalistas o negociador-chefe da guerrilha, Iván Márquez, pouco antes do começo da sessão em um centro de convenções da capital cubana.

      O chefe da delegação governamental colombiana, o ex-vice-presidente Humberto de la Calle, também pediu mais pressa nas negociações.
      "Queremos, com toda sinceridade, que isto tome um novo ritmo, estamos começando um novo ano, precisamos de ritmo, ritmo, de caminhar adiante, a urgência só tem como propósito manter o apoio da cidadania a esse processo. As pessoas querem ver um processo eficaz, digno rápido, sério, e nisso é que estamos", afirmou De la Calle horas antes do início do encontro.

      Desde o início do processo de paz, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se opõem à imposição de prazos, com o argumento de que não é possível solucionar em poucos meses um conflito tão prolongado.

      Nesta segunda-feira, a guerrilha anunciou a primeira de dez propostas previstas para esta etapa, em que serão esboçados os princípios de uma reforma rural e agrária integral.

      A proposta inclui entre outros propósitos a desconcentração e redistribuição da propriedade fundiária, a melhora nas condições de propriedade e produção para pequenos e médios proprietários e a adoção de limites contra a aquisição de terras por estrangeiros.

      Além desse tema, o "mapa" definido pelas partes inclui também discussões sobre garantias para o exercício da oposição política por parte de integrantes das Farc, o fim do conflito, a luta contra o narcotráfico e indenizações às vítimas da guerra civil.
      (Reportagem de Rosa Tania Valdés)

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