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Dado o grande número de pessoas aguardando atendimento na Delegacia, os dois não puderam ser recebidos pessoalmente pelo Delegado, mas deixaram com um secretário exemplares dos dois livros e os impressos que seriam difundidos, pedindo que fossem entregues ao Delegado Dr. Fernando.
A campanha iniciou-se às 15:40 e se desenrolou normalmente até por volta de 18:00, com grande receptividade do público, quando então começou uma movimentação suspeita por parte de alguns indivíduos. O coordenador da campanha tomou as precauções devidas, deslocando a imagem para outra esquina mais apropriada e reunindo a maioria dos cooperadores junto a ela. Telefonou também para a polícia, insistindo na atividade pacífica da Caravana e a possibilidade de confronto próximo não desejado.
Logo se formou um magote de desordeiros, organizado com o claro intuito de causar distúrbios e atrapalhar o andamento normal da campanha. Procuraram em vão “entrevistar” vários dos cooperadores, os quais dirigiam-nos para o coordenador, conforme é de praxe. Este negou o contato, dado o tom claramente provocativo dos pedidos de “entrevista”. Até esse momento, os agitadores circulavam entre os vários pontos da campanha.
Passaram então a um nível mais agressivo. Dois integrantes do magote, aparentemente os mentores de toda a confusão, postaram-se diante da imagem e ali se abraçaram e trocaram gracejos, com o fito de proclamar a “liberdade” dos homossexuais. Os caravanistas a isso responderam apenas com slogans: “Provocadores! Respeitem a Imagem! Quem provoca reconhece que não tem argumento! O homossexualismo é contra o mandamento”. Voltaram os ativistas à carga, desta vez um rapaz e uma moça, e no mesmo local trocaram carícias claramente provocativas. O coordenador da campanha resolveu então reunir todos os cooperadores para circundar a Imagem de Nossa Senhora de Fátima, visto perceber que a intenção dos agitadores era atentar contra esta, que ocupava verdadeiramente o centro da campanha – a atenção dos transeuntes estava todo o tempo voltada para ela.
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Nesse momento, os campos tornaram-se mais bem definidos. De um lado da rua 1º de Julho, mais precisamente de frente para a loja “Seabra Confecções”, os caravanistas presididos pela Imagem. (Cabe notar aqui que tinha sido dada a instrução clara a todos os caravanistas de que não usassem força física, a não ser para defender-se ou para proteger a Imagem, objeto de piedade e de arte ali presente. Todos os demais circunstantes, populares e funcionários das lojas ao redor, foram comunicados de nossas intenções. Também o foram dois policiais que passaram por ali certo tempo antes do episódio a seguir relatado). Do outro lado, o magote de agitadores. Estes inventaram então um “factóide”: pintaram as faces e mãos com uma tinta azul trazida por um integrante do grupo. Ficaram por um tempo confabulando, até que resolveram cruzar a rua com a clara intenção de investir contra a Imagem de Nossa Senhora e os caravanistas. Importa notar que um dos caravanistas ouviu um dos agitadores dizer que jogariam tinta na Imagem.
Deu-se então o auge do conflito: 6 dos ativistas tentaram furar a barreira humana formada pelos caravanistas. Todas as atitudes dos agitadores até agora relatadas justificavam à saciedade a medida para proteger a Imagem. Os agressores forçaram a passagem por duas vezes mas perceberam que não teriam sucesso. Deslocaram-se então para local um pouco afastado, para confabularem mais à vontade. Aproveitaram também para tentar desinformar as viaturas policiais, que chegaram.
Após esse incidente, os cooperadores começaram a recitar o Terço do Rosário, entremeado de slogans e cânticos como o Hino a Nossa Senhora Aparecida e “Queremos Deus”. Os agitadores tentaram atrapalhar, com xingamentos, palavrões, gestos obscenos. Um dos personagens que se ajuntou nesse momento aos agitadores, o único que demonstrava ser supostamente homossexual ostensivo, a todo momento berrava ofensas.
Alguns repórteres da TV Alterosa, sucursal da Rede SBT, os quais já na parte inicial da campanha tinham colhido imagens, voltaram ao local, e passaram a colher depoimentos de ambos os grupos. Repórteres de outro canal de televisão, sucursal da Rede Globo, chegaram ao final da campanha e também colheram depoimentos.
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O desfecho da campanha foi tendo lugar aos poucos: desmontagem dos estandartes, retirada dos símbolos do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira e dos instrumentos musicais. O banner já não estava mais presente: tinha sido guardado antes da reunião de todos os cooperadores junto à Imagem, no intuito de diminuir o acirramento. Por volta das 19:20 horas, após quase quatro horas de campanha, e mais de uma hora de confronto declarado, tendo os caravanistas evitado chegar às vias de fato, apesar das provocações, a Imagem foi retirada, sob o cântico da “Salve Regina”. A desmontagem final foi realizada e cada caravanista se dirigiu para seu respectivo veículo, sem maiores incidentes, sob a vigilância remota de policiais. Uns vinte minutos ainda decorreram até a partida, tempo em que foi finalizado o contato com os policias encarregados de registrar o ocorrido e dadas as últimas entrevistas.
Interessante notar as reações do público que foi se acercando durante o confronto. À parte de poucos que se solidarizavam abertamente com o magote agressor (claramente amigos e simpatizantes convocados para o local), a enorme maioria do público manifestava total simpatia pelos caravanistas. Alguns rezavam o terço, ou benziam-se ao ver a Imagem. Outros declararam abertamente, ao final, estar do lado dos caravanistas. Mesmo pessoas não católicas, tendo presenciado a recitação do Terço, fizeram questão de manifestar seu apoio. Um transeunte que observava de longe a movimentação, mostrou-se indignado com a situação moral da sociedade, com a torpeza que manifestaram os agressores e concluiu afirmando claro apoio à Caravana.
Tendo ocupado seus lugares nos respectivos veículos, os caravanistas deixaram a cidade contentes de que a imagem de Nossa Senhora não tivesse sido desrespeitada, e muito satisfeitos também com a boa recepção do público de Divinópolis.
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