segunda-feira, 17 de março de 2025

Ruínas da coroa portuguesa e gravuras rupestres milenares afloraram na seca da Amazônia

Artefatos de guerra do antigo forte português de São Francisco
Artefatos de guerra do antigo forte português de São Francisco
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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A histórica seca de 2024 na Amazônia trouxe à tona aspectos históricos brasileiros abafados pela grande mídia. Cabe destacar a labor ignorada de esforçados cientistas que agora viram confortada parte de seus trabalhos.

Com a diminuição do nível das águas, emergiram gravuras rupestres no sítio Caretas confirmando que a Amazônia albergou outrora civilizações que moravam em grandes aldeias em frente ao Encontro das Águas, como explicou o arqueólogo Filippo Stampanoni Bassi, segundo “Amazonia Real”.

É errôneo supor que os pobres e decadentes tribos indígenas que hoje apenas sobrevivem na extrema penúria sejam o modelo de organização social, política, econômica e cultural acorde com a floresta úmida amazônica.

Perto de Manaus foram encontradas grandes quantidades de fragmentos de cerâmica e gravuras rupestres, terras negras resultantes de um trabalho sistemático de adubação e agricultura inteligente.

Os petróglifos do afloramento rochoso em Lajes apresentam fortes semelhanças estilísticas com figuras em formato de cabeça que se encontram gravadas ao longo de numerosos pedrais ribeirinhos da Amazônia central.

Eles ocupam paredes extensas debaixo da água, o que torna complexos os estudos, mas ao mesmo tempo revelam uma mística até agora desconhecida.

Elas também desmentem os exageros ecologistas de uma Terra que aquece e seca. Pois ditos petróglifos não permitem negar que quando foram feitos há mais de mil anos, o nível dos rios atingia um nível mais baixo do que o atual.

Gravuras com o mesmo padrão do sítio Caretas, em Itacoatiara
Gravuras com o mesmo padrão do sítio Caretas, em Itacoatiara
“Ou eles foram feitos numa época de grande seca ou houve alguns episódios de seca no passado”, disse o arqueólogo Eduardo Goes Neves, patenteando que a pronunciada seca de 2024, atribuída ao CO2 de procedência humana, bem pode ter acontecido durante milênios em que não havia a atual atividade industrial.

“A gente achava que devia ter uma época que era mais seca na Amazônia. Marta Cavallini encontrou coisas parecidas no rio Urubu e conseguiu fazer umas datações e a idade era de pouco mais de mil anos ou dois”, conta. Novas procuras científicas estão em andamento.

No bairro Colônia Antônio Aleixo de Manaus, na área Onze de Maio, em 2012 foi identificada uma urna funerária resgatada pelo arqueólogo Carlos Augusto Silva e levada para o laboratório de arqueologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Uma das imagens mais impressionantes do pedral foi identificada em 2020. Trata-se do desenho de um rebojo (palavra local para “redemoinho”) de rio, desenhado em um fragmento cerâmico.

Por sua vez, a mesma seca severa revelou outro tesouro histórico na região: as ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga. Construído no século XVIII, foi uma peça-chave para garantir o domínio de Portugal, e, portanto, do futuro Brasil, numa região disputada pela Espanha, registrou “G1”. 

O forte que teve um papel estratégico desanimando expedições espanholas estava no fundo do rio, mas com o baixo nível atual das águas, as ruínas reapareceram.

O historiador Luiz Ataíde que dedicou 20 anos a estudar a região do Alto Solimões achou peças de louça e munições usadas pelos militares quando o forte ainda funcionava.

A conquista da área de fronteira entre o Brasil, Colômbia e o Peru foi marcada pelo Tratado de Madri, em 1750, que garantiu a soberania da região ao governo português; e o Tratado de Santo Idelfonso, em 1777, onde a coroa espanhola pede de volta à Portugal da área territorial onde hoje se encontra a região do Alto Solimões.

Ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga
Ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga
Os acordos diplomáticos não tinham efeito real se não havia uma efetiva ocupação do território. E o forte português cumpriu essa meritória tarefa.

Para honrar a coragem dos militares, o Exército Brasileiro construiu um memorial que reproduz parte da estrutura do forte. Esse inclui canhões e outras peças da época, e pode ser visitado no Museu do Comando de Fronteira Solimões, em Tabatinga.

A seca também permitiu recuperar dois canhões de bronze e uma bala de formato esférico, do forte que vigiava a atual tríplice fronteira com Santa Rosa, do Peru, e Letícia, da Colômbia.

A descoberta dos artefatos bélicos “foi por acaso, contou o cabo militar Alex Pontes, 29 anos. (...) Quando cheguei em uma ponta da praia, me deparei com o canhão”, contou.

Em novas buscas no terreno apareceu um segundo canhão parcialmente submerso e uma bala de canhão com formato esférico, também enterrada, noticiou “O Estado de S.Paulo”.

E põe-se a questão: o Forte São Francisco Xavier pode ter sido erigido embaixo da água ou foi inundado pelas águas do Solimões?

Da segunda hipótese, aliás que teria acontecido em 1932, se tira a conclusão de que historicamente existiram oscilações climáticas e geográficas pronunciadas, não havendo razão para o alarmismo ambientalista com as mudanças atuais.


segunda-feira, 10 de março de 2025

Despovoamento: desaparição da nação cubana prevista em Fátima?

Cubanos fogem da miséria e da ausência de energia
Cubanos fogem da miséria e da ausência de energia
Luis Dufaur
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Pelas cifras oficiais do regime cubano a população da ilha flagelada e depauperada pelo comunismo caiu de 11.181.595 em dezembro de 2021 a 10.055.968 no mesmo mês de 2023.

Os números da assustadora queda foram divulgados por diversas mídias do mundo.

Desde 2022, mais de um milhão de pessoas, ou 10% da população cubana, deixou a ilha, segundo Juan Carlos Alfonso Fraga, que dirige o Gabinete Nacional de Estatística e Informação do regime. Cfr. “Clarín” de Buenos Aires.

Em 2024, o despovoamento teria batido um novo sinistro recorde ficando a população total abaixo dos 10 milhões.

Nesse ritmo a projeção estatística prevê para o 2100 apenas 5.001.009 habitantes, ou menos da metade de 2000 (10.725.000).

Essa população será composta em 69% por idosos, sendo que a taxa de deperecimento anual oscila entre o -1 % e o -4 %. Cfr. Wikipedia, “Demografia de Cuba”.

Estudos recentes confirmaram que, até 2025, a população da ilha será o país mais envelhecida da região e o país será uma dos 25 mais decrépitos do mundo.

Especialistas como Juan Carlos Albizu-Campos, do Centro Cristiano de Reflexão e Diálogo em Cuba, afirmam que hoje só ficam 8,62 milhões.

Dito em outros termos, um quarto da população, na maioria profissionais, médicos, técnicos e operários qualificados, escapou nos últimos anos. E ainda assim esses foram os mais afortunados.

Cuba precede à Venezuela, que imita o “infernal paraíso socialista” pois caminha para perder dez milhões de habitantes, sobre tudo pela migração fugindo da miséria mais cruel.



segunda-feira, 3 de março de 2025

Nicarágua: socialismo priva doentes até da extrema-unção

Cristo da Catedral de Managua, destruído por bomba jogada por mãos suspeitas guvernamentais
Cristo da Catedral de Managua, destruído por bomba jogada por mãos suspeitas guvernamentais
Luis Dufaur
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Na Nicarágua, o governo de Daniel Ortega na sua política de perseguição à Igreja, proibiu os padres de visitar os doentes nos hospitais e de lhes dar a extrema-unção, segundo informou “Aleteia”.

O futuro da Igreja no país fica mais sombrio a cada mês. A advogada e investigadora nicaraguense Martha Patricia Molina recolheu recentemente uma dezena de testemunhos de sacerdotes de diversas dioceses confirmando a proibição de entrar nos hospitais.

Contudo, o sacramento dos enfermos é essencial na miissao da Igreja para salvar as almas. Pode ser recebido em qualquer idade e quantas vezes forem necessárias.

Por exemplo, na velhice extrema, numa doença crónica, ou em riscos de vida.

A Igreja é muito clara sobre isso ensinando que “um doente poderá receber novamente este sacramento em caso de outra doença grave. Se o estado da pessoa piorar, o sacramento pode ser repetido.

“É aconselhável receber a unção dos enfermos pouco antes de uma operação séria. O mesmo se aplica aos idosos cada vez mais frágeis.”

Acresce que o “socialismo para o século XXI” da Nicarágua, grande amigo do PT brasileiro, dissolveu dez organizações, incluindo universidades, grupos religiosos e organizações não governamentais (ONG) pretextando “irregularidades financeiras” nas entidades, segundo o Vatican News, citado por “Aleteia”.

Mons. Rolando Álvarez, bispo perseguido acabou expulso do país
Mons. Rolando Álvarez, bispo perseguido acabou expulso do país
Isto faz parte de um contexto ditatorial de restrições à sociedade. Desde 2018, mais de 3.500 entidades, incluindo partidos políticos e ONG, foram fechadas pelo socialismo do ex-guerrilheiro Ortega, hoje ditador.

As últimas medidas afetaram especialmente a Igreja Católica, que já sofria pelas repressões anteriores.

Quase 40% dos padres da diocese de Matagalpa teriam morrido suspeitamente ou fugido do país desde 2018.

Muitas comunidades ficaram sem seus líderes religiosos e a capacidade da Igreja Católica de servir os seus membros foi prejudicada significativamente.

O padre nicaraguense exilado Carlos Adolfo Zeledón Montenegro descreveu a situação como “devastadora”.

Ele destacou as dificuldades que enfrentam os fiéis devido à falta de clero. Acrescentou que a capacidade da Igreja de fornecer serviços religiosos básicos ficou muito enfraquecida.

Pelo menos 97 padres foram forçados a deixar a Nicarágua desde 2018 e outros 13 morreram estranhamente no mesmo período.

Essa perda total de 110 sacerdotes representou a diminuição de 20% do clero ativo em 2020.


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Nicarágua: a Coreia do Norte tropical proibiu o Natal

Católicos tentam bloquear porta da igreja para conter ataque de forças do governo
Católicos tentam bloquear porta da igreja para conter ataque de forças do governo
Luis Dufaur
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A Nicarágua comunista amiga do PT enviou a seu vassalo o Congresso uma reforma constitucional que a tornará o país ainda mais repressivo que Venezuela e Cuba, tornando o país uma Coreia do Norte tropical, segundo Juan Pappier, diretor latino-americano do grupo de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.

A ditadura do ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega terá cobertura legal para prender opositores acusando-os de “traição” e retirar-lhes a nacionalidade.

O Partido Sandinista no poder e os seus aliados, todos eles gerados pela Teologia da Libertação, detêm 84 dos 90 assentos na Assembleia Nacional.

Um jornalismo minimamente independente ficou quase impossível na Nicarágua, disse Pappier.

Nas grandes manifestações de rua de 2018, os esquadrões paramilitares de Ortega mataram cerca de 350 manifestantes, na sua maioria pacíficos.

A dupla Ortega-Murillo fechou cerca de 5.000 organizações não governamentais, e retirou a cidadania de cerca de 450 opositores, jornalistas e ativistas dos direitos humanos.

Segundo o artigo 1º da reforma constitucional de Ortega, “todos aqueles que atacarem” os “direitos sagrados do povo nicaraguense serão considerados traidores do país”. De acordo com o artigo 17, “os traidores da pátria perdem a nacionalidade nicaraguense”.

Atentados religiosos viraram procedimento comum da ditadura socialista
Atentados religiosos viraram procedimento comum da ditadura socialista
Entre outros destaques das 66 páginas do plano de reforma constitucional de Ortega, que leva a sua assinatura:

- Define a Nicarágua como um país “revolucionário” e diz que o Estado se baseia em um conjunto de princípios, incluindo “ideais socialistas”.

- Cria uma “polícia voluntária”, uma força paramilitar como a que agiu contra os protestos de rua em 2018.

- A “copresidência” Ortega-Murillo “coordenará” os órgãos legislativo, judicial e eleitoral, bem como as organizações autônomas.

- Afirma que criticar os “ideais socialistas” poderia tornar ilegais os partidos políticos ou os meios de comunicação independentes.

Na realidade, esta reforma constitucional é só formal, porque todos os atropelos nela incluídos já vinham sendo praticadas de forma irrestrita.

Em 2024 foram proibidas quaisquer celebrações do Natal fora do âmbito do templo e nem mesmo postá-las no site da paróquia, escreveu reportagem de "La Nación".

Iglesia de São João Batista, emMasaya. Nos últimos 4 anos houve pelo menos 190 invasões de igrejas
Igreja de São João Batista, em Masaya.
Nos últimos 4 anos houve pelo menos 190 invasões de igrejas
O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos denunciou em relatório de setembro (2024) que o sandinismo lançou um “ataque sistemático contra organizações religiosas” com a expulsão de 42 padres e seminaristas do país só no último ano.

“A perseguição resultou no encerramento de pelo menos 1.103 entidades religiosas desde 2018”, disse o diretor de operações e cooperação técnica do escritório, Christian Salazar.

As autorizações para procissões ou atos religiosos fora dos templos só são concedidas aos prelados da Teologia da Libertação amigos de Daniel Ortega e sua esposa Rosario Murillo.

A perseguição contra os cristãos incluiu o sequestro, a prisão, o exílio e até a perda da nacionalidade de bispos, padres, freiras e leigos.

As milícias paramilitares também se dedicaram a queimar, profanar, roubar e saquear inúmeros templos, além de confiscar bens de diversas entidades religiosas classificadas como “sob controle estrangeiro”.

Nem mesmo funerais ou qualquer atividade religiosa podem ser realizados nos cemitérios. No Natal, foram proibidos os presépios vivos.

As crianças tampouco puderam 'pedir uma posada', devoção tradicional em que os pequenos andam pelo bairro cantando canções de Natal e 'pedindo uma posada' para o menino Jesus, disse a Dra. Martha Molina Montenegro, exilada no Texas.

Quando o sandinismo se apossou do poder contou com grande apoio de membros da Igreja Católica, seguidores da Teologia da Libertação.

Policia asedia uma igreja
Policia assedia uma igreja
Ortega fez mais de 500 mortos e mil detidos nos protestos populares que, segundo ele, faziam parte de uma conspiração dos EUA. Para ele, bispos e padres tornaram-se “assassinos” e “conspiradores golpistas” a serviço do “imperialismo americano”.

Yaxys Cires Dib, diretor de Estratégias do Observatório Cubano de Direitos Humanos, sustentou que a perseguição religiosa em Cuba “se caracteriza por ter boas relações com autoridades eclesiásticas como o Vaticano”, formalidades que o regime sandinista já não cuida.

Há bispos e prelados que flertam com o regime como o Cardeal Leopoldo Brenes e o bispo de Leão, monsenhor Sócrates René San Diego, que aparece publicamente junto às autoridades que prendem seus sacerdotes e coloca símbolos sandinistas no átrio da Catedral em nome do “diálogo”.

O sexto relatório da Dra Molina Montenegro sobre “uma Igreja perseguida” é devastador registra 266 religiosos no exílio: um núncio, quatro bispos, 146 sacerdotes, 3 diáconos, 13 seminaristas e 99 freiras.



Confisco de mosteiros, da cúria episcopal e de prédios de formação religiosa



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Maior Queijo do Mundo é distribuído grátis em Belo Horizonte

Maior queijo do mundo orgulho do agronegócio brasileiro
Maior queijo do mundo: orgulho do agronegócio brasileiro
Luis Dufaur
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Em Ipanema, município de Minas Gerais, foi produzido o maior queijo do mundo que pouco depois foi distribuído gratuitamente para a população de Belo Horizonte, em dezembro de 2024.

O imenso queijo que foi degustado e disputado tinha 1,80 m de diâmetro e pesava 2870 quilos, ou quase três toneladas, noticiou Forbes.

O evento comemorou o registro do modo de fazer o Queijo Minas Artesanal, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO no mesmo mês.

Maior queijo do mundo distribuído gratuitamente em Belo Horizonte
Maior queijo do mundo distribuído gratuitamente em Belo Horizonte
Agora, a maneira de produzi-lo tem status internacional. 

Ele foi elaborado na fábrica Laticínio Dois Irmãos, em Ipanema, e precisou ser fracionado em 4 partes para ser transportado com a ajuda do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais.

O feliz evento foi mais um exemplo dos benefícios e do prestígio que o agronegócio trai para o Brasil contrariamente ao que dizem as esquerdas ambientalistas e socialistas.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Progressismo católico não quer batismos e protestantes batizam dezenas de milhares na Amazônia

Pajé Barbosa anfitrião do Iº Encontro de Caciques e Pajés do Ceará
Pajé Barbosa anfitrião do Iº Encontro de Caciques e Pajés do Ceará.
"Batizar" turistas pode ser bom negócio
Luis Dufaur
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Por ocasião do Sínodo da Amazônia, um missionário católico comemorou que em sua área há trinta anos não se batizam na Igreja moradores locais, sendo aplaudido pelos presentes.

A espantosa afirmação vai contra séculos de obra missionária de sacerdotes e religiosas, alguns dos quais chegaram a padecer o martírio para a salvação das almas e educar os aborígenes, lhes ensinar profissões e ajuda-los a sair do primitivismo.

Mas a animadversão “comuno-tribalista” contra as águas salvíficas do sacramento batismal que transformam o pagão num filho de Cristo é uma bandeira da Revolução na Igreja Católica.

Não fazem assim as falsas religiões que se ufanam de batizar amazonenses às dezenas de milhares com ampla repercussão internacional.

É preciso ver em cada caso se esses batismos são válidos e não uma enganação para arrebanhar prosélitos e afastá-los da verdadeira Igreja que é a Católica.

Uma “igreja” autodenominada Igreja Quadrangular, filial de Belém, se ufanou ante a emissora americana CBN News de “estar remodelando o tecido espiritual da região”.

Ela disse ter estabelecido 3.200 congregações quadrangulares na região, e que nos primeiros seis meses de 2024 batizou 14.500 pessoas com objetivo de batizar mais de 30.000 pessoas até o fim do ano, segundo a “Web Gospel Ipiaú”.

O sociólogo José Eustáquio Alves, apontou a ausência da labor apostólica dos padres católicos na região que tem 30 milhões de habitantes.

Também está progredindo uma cerimônia supersticiosa e de cunho satânico: é o “batismo indígena”, em todo oposto ao Batismo católico e combatido desde sempre pelos bons missionários.

Padres salesianos no Alto Rio Negro, em 1914 catequizando  povos indígenas da região
Padres salesianos no Alto Rio Negro, em 1914 catequizando  povos indígenas da região.
Este apostolado é execrado pelo Sínodo da Amazônia
Não há padrinhos, o nome escolhido faz referência a animais ou plantas, os batizados são pintados com símbolos da bruxaria por um pajé, a água é objeto de estranhos misturas prévias, invoca-se deuses que lembram a macumba e é um bom negócio com os turistas estrangeiros que em número crescente pagam para receber esse sinal dos infernos.

Uma exceção digna de grande louvor foi dada pela Capelania Militar Católica da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) que realizou em 8 de outubro a cerimônia de administração do Sacramento do Batismo de a crianças, um adolescente e um adulto na Capela do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, na zona sul de Manaus.

Os batizados católicos da PMAM ocorrem durante o ano, administrando-o aos familiares do efetivo militar e civil mas também a todos aqueles que procuram a Capelania Militar para receber o sacramento fundamental do Batismo que torna crianças e adultos membros da Igreja Católica.

Precisamente a força policial contra a qual ressoam as críticas do comuno-progressismo católico, está fazendo, dentro de seus limites, aquilo que os maus sacerdotes se recusam a fazer.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Promovendo a esquerda Papa se desmoralizou na Argentina

Associou sua imagem com as esquerdas hoje em crise
Associou sua imagem com as esquerdas hoje em crise
Luis Dufaur
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Rubén Peretó, professor da Universidade Nacional de Cuyo, Argentina, em entrevista ao vaticanista Aldo María Valli destacou que muitos bispos e padres jogaram descaradamente a favor do peronismo, por convicção e por ordens do Vaticano”, noticiou “Infovaticana”.

Os religiosos progressistas agiram contra a chapa do candidato eleito na Argentina que, sendo “católica e educada em escolas católicas”, defendeu “posições, que deveriam ter sido apoiadas por bispos católicos e líderes religiosos”.

Peretó concluiu que politicamente “o Papa saiu derrotado, porque se engajou pela vitória da esquerda”.

Loris Zanatta, especialista em América Latina da Universidade de Bolonha, justificou a posição de Francisco I citando que Milei criticou o Pontífice como “representante do mal na terra” e “difusor do comunismo”.

A aspereza do partido de Milei não é contra a Igreja Católica ou o Cristianismo, é contra a militância esquerdista do Papa Francisco, comentou o jornalista Carlos Esteban.

O triunfo de Milei, prosseguiu, foi um tapa na cara de Papa Bergoglio e confirmou o que todos sabem no país platino: os argentinos não gostam do Papa Francisco e não o querem.

O próprio pontífice jamais pisou seu solo natal desde que foi eleito Papa.

Há anos, os jornais e os portais que devem publicar notícias sobre o Papa atual, fecham os comentários aos leitores porque a maioria se manifesta contrária em termos fortes.

Se antes da eleição muitos poderiam ter pensado que a rejeição do Papa Bergoglio era generalizada apenas entre as pessoas informadas, hoje ficou comprovado que a repulsa domina em todas as camadas sociais.

Se asociando con grevista quando o Senado debatía a privatização de aérea estatal Aerolíneas Argentinas
Se associando com greve quando o Senado debatia a privatização
de aérea estatal Aerolíneas Argentinas
Inclusive entre os mais pobres. Justamente por isso o pontífice “nunca virá à Argentina, porque sua viagem seria um fracasso”, observou o jornalista.

E concluiu que os resultados eleitorais demonstram um fato que só pode desagradar aos católicos de esquerda: o Papa e o episcopado perderam qualquer relevância ante a sociedade argentina quando se inclinam por posições não-tradicionais.

Nessas condições, disse ainda, “as palavras dos bispos e dos sacerdotes não deixam vestígios; ninguém os ouve. A Igreja Argentina é um sal que perdeu o sabor. E sabemos bem o que o Senhor aconselha a fazer com o sal insípido”.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Tiros, droga em submarino: PCC, milícia e piratas nos rios na Amazônia

Cenas de guerra na luta contra o narcotráfico no Amazonas
Cenas de guerra na luta contra o narcotráfico no Amazonas
Luis Dufaur
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Piratas, milícias e facções disputam o controle de um “labirinto de rios” nos dois maiores estados da Amazônia para vender drogas e armas, em uma rota do rio Solimões (AM) ao Porto de Barcarena (PA), documentou reportagem da UOL.

O rio Solimões é a principal rota para o escoamento das drogas até o porto de Barcarena, no Pará. As condições geográficas do Amazonas facilitam a ação do narcotráfico pelas águas.

Nos 1.700 km de extensão do Solimões, Comando Vermelho, PCC, piratas e milícias promovem uma disputa em um “labirinto de rios” por drogas e armas. É o equivalente à distância por estrada entre São Paulo e a fronteira entre Brasil e Uruguai.

Os rios Javari, Japurá, Içá, Negro e Envira também têm sido usados para transportar drogas e armamentos até o porto de Barcarena.

De lá, as toneladas de drogas seguem para países europeus, africanos e asiáticos, indicam fontes no Ministério Público e na Polícia Civil.

As rotas do Javari e Japurá já são consideradas as mais importantes depois do trajeto pelo Solimões. Grupos brasileiros, peruanos, colombianos atuam nesses rios, indicam fontes na Polícia Civil e no Ministério Público.

Polícia captura 170 quilos de droga. E é apenas um carregamento a mais
Polícia captura 170 quilos de droga. E é apenas mais um carregamento...
Ditos rios estão cheios de igarapés e igapó, onde os grupos criminosos podem fugir mais facilmente, segundo explicou Igor Starling, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAEDO) do MP-AM.

“O Porto de Barcarena virou alvo de interesse do tráfico de drogas porque corta pela metade a distância para os países da Europa”, acrescentou Roberto Magno, pesquisador na área de Segurança Pública

UOL obteve vídeos da rotina de tiros e perseguição de quem combate ao crime organizado na Amazônia.

Numa delas num tiroteio à noite entre policiais e uma embarcação de piratas do crime no Amazonas acaba com os agentes apreendendo drogas e armas no rio.

Em outra ação, a Polícia Civil do Pará apreendeu um submarino de cerca de 20 metros de comprimento que seria usado em uma rota do tráfico internacional de drogas. A embarcação estava sendo construída em um estaleiro no rio Guajará-Mirim em dezembro de 2015.

Submarino que estava sendo construido pelo narcotráfico na Amazônia
Submarino que estava sendo construido pelo narcotráfico na Amazônia
A região de Breves (PA) conta com uma base composta por policiais civis, militares e bombeiros, que funciona 24 horas do dia.

Os demorados deslocamentos de barco por locais geograficamente isolados facilitam as ações de piratas. Antes, os grupos criminosos roubavam cargas com eletrônicos, passageiros e até alimentos, segundo a Polícia Civil paraense.

Mas agora o crime organizado trafica a droga. Em setembro 2023, foi apreendida no rio Tajapuru, uma tonelada de skunk, como é chamada a supermaconha.

O deslocamento fluvial entre Belém e Manaus é “estratégico” para o tráfico de drogas, muitas vezes

escondidas em cargas de peixe, açaí ou equipamentos eletrônicos para despistar.

“Em algumas apreensões, havia bandeiras do Peru ou Colômbia em pacotes com drogas, identificando a origem do material entorpecente.

“O material era escoltado por piratas com fuzis em lanchas rápidas que percorrem labirintos de rios com várias ramificações”, narrou Arthur Braga, delegado da Polícia Civil do Pará

Os piratas da Amazônia usam motos aquáticas potentes escoltando drogas para facções, e “normalmente ficam à espreita abastecidas com armas”, diz o promotor Igor Starling.

Amazonas está na rota do tráfico internacional de drogas
Amazonas está na rota do tráfico internacional de drogas
Nos confrontos, os corpos são lançados às águas e levados pela correnteza. Os piratas estrangeiros acabam “batizados” por facções brasileiras dentro de um sistema prisional.

Muitas vezes, os grupos enterram as drogas sob as águas e as armazenam em espaços soldados. Em outras, levam os sacos de drogas para a floresta.

Os maiores confrontos ocorrem entre PCC e Comando Vermelho. Manaus é o principal terreno da disputa, mas também há lutas em Coari, Tefé e Itacoatiara.

Há milícias formadas por policiais militares e ex-policiais militares suspeitos de formar grupos paramilitares que comerciam drogas e armas.

Assim informava a UOL
Assim informava a UOL
Após a morte do narcotraficante Jorge Rafaat, fuzilado em uma emboscada em junho de 2016 no Paraguai,

os grupos criminosos no Brasil passaram a participar no tráfico internacional de drogas.

Também houve exploração de madeira e garimpo ilegal que ampliou a atuação criminosa na região.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Queijo brasileiro é o melhor do mundo em premiação internacional

Queijo Morro Azul.
Queijo Morro Azul.
Luis Dufaur
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O queijo Morro Azul foi o grande vencedor do Concurso de Melhor Queijo e Produtos Lácteos por um júri de 300 pessoas que se pronunciou sobre 1.900 produtos nacionais e internacionais.

A escolha aconteceu no 3º Mundial do Queijo do Brasil e o resultado foi divulgado em São Paulo, ocasião em que foram distribuídas também 598 medalhas. Ao todo foram 99 medalhas Super Ouro; 149 Ouro; 150 Prata e 200 Bronze, informou a “CNN”.

Produzido na cidade de Pomerode, SC, o Morro Azul é feito pela Vermont Queijos Especiais, liderada pelos irmãos queijeiros, Bruno e Juliano Mendes.

No segundo lugar ficou o queijo suíço Le Gruyére AOP Réserve 14 Meses. Ele havia empatado com o Morro Azul, mas ficou atrás do brasileiro no desempate.

Em terceiro lugar fechando o pódio, ficou outro suíço: o Le Gruyére d’Alpage AOP7, do produtor Stefan Konig.

O Morro Azul é de leite de vaca e tem casca mofada, caracterizado como suave e por massa bastante cremosa. Ele possui notas amanteigadas e lácteas, e é enrolado por uma cinta de madeira.

“O queijo Morro Azul foi nosso primeiro queijo autoral, com receita criada aqui em Pomerode”, disse Juliano Mendes pelas redes sociais ao agradecer o prêmio.

No ano passado, o Morro Azul foi premiado como o Melhor Queijo da América Latina no 35º World Cheese Awards, na Noruega, ocasião em que levou a medalha Super Ouro pelo segundo ano consecutivo.

Queijo Morro Azul foi eleito o melhor  em competição internacional
Queijo Morro Azul foi eleito o melhor  em competição internacional
Os resultados foram obtidos numa segunda fase: após 99 queijos serem premiados com medalha Super Ouro por jurados de diferentes nacionalidades, esses acabaram coroando o exemplar brasileiro.

Estas e sucessivas premiações de produtores brasileiros em competições internacionais põem em relevo o potencial da iniciativa privada nacional.

Ela é favorecida pela abundância e riqueza de matérias primas no Brasil e pela contribuição de gerações de imigrantes e seus descendentes vindos de todas as latitudes.

Enraizados na nossa terra, preservando suas tradições, com esforço familiar à procura da qualidade, sem estimulo estatal, ganham prestigiosos reconhecimentos internacionais.


segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Cuba afunda nas trevas do nada

Cubanos fazem uma sopa na rua em Havana
Cubanos fazem uma sopa na rua em Havana
Luis Dufaur
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Milhões de cubanos iniciaram uma escura fase sem eletricidade nas suas casas de vários dias sendo imprevisível quando ela acabará definitivamente, registrou reportagem do “La Nación”.

O “camarada socialista” responsável pela eletricidade do país, Lázaro Guerra, confirmou que o sistema elétrico nacional colapsou, acrescentando que o desastre só era parcial.

Porém nada prometeu sobre quando voltaria a energia inclusive na capital de Havana com quase dois milhões de cidadãos mais do que favelizados.

As falhas em série na rede elétrica mostrou o evidente: o governo não pode restaurar a energia aos residentes exaustos debilitados por grave escassez de alimentos, medicamentos e combustível.

O furacão Oscar serviu de para-ventos acenando para uma “situação extremamente perigosa” no leste de Cuba que já estava sem eletricidade nem comunicações antes da tempestade que trouxe ventos de até 160 quilômetros por hora.

A rede elétrica nacional de Cuba iniciou sua série de colapsos na semana passada. Logo as autoridades falaram de restauração parcial do serviço logo antes de anunciar outro colapso.

Vários vídeos de protestos na capital apareceram nas redes sociais sem se verificar a autenticidade.

Não houve telefones nem Internet cujo tráfego caiu drasticamente no país todo.

Apagão em Havana, não é execional num universo de carências
Apagão em Havana, não é excepcional num universo de carências
O fato é que a rede nacional está decrépita e os apagões cada vez piores são indissimuláveis.

O governo culpa o embargo comercial dos EUA, a Donald Trump, e faltas peças para operar as destilarias de petróleo.

A nomenklatura comunista cubana culpa os “gusanos” anticastristas refugiado em Miami, publicou “Clarín”.

O povo está acostumado a essas mentiradas aduzidas há 65 anos. Ele sabe que em Cuba tudo cai de podre.

Aqueles que alertaram para a putrefação da infraestrutura e pediram a modernização, nunca foram ouvidos. E o antigo sistema de usinas continuou caindo aos pedaços.

Os radicais do socialismo acham que esse é o preço a pagar para manter seu poder a salvo das “deformações anti-revolucionárias”.

Hugo Chávez injetou petróleo para não ver um McDonald's em Havana, segundo disse mais de uma vez.

Castro ganhou auxílios da presidência de Barack Obama que trouxe alívio para o culpabilizado bloqueio e com a abertura de rotas turísticas para aposentados norte-americanos expandindo Lula pagou um bilionário porto em Mariel. Mas não era o embargo, o Covid-19 parou o turismo e não há o que exportar em Mariel.

Central elétrica flotante no porto de Havana
Central elétrica flotante no porto de Havana
Chávez morreu e a Venezuela continuou caindo numa ruína que disputa em horror da cubana.

A abertura de inversões que sucedeu, a inflação atingiu três cifras, os protestos de 2021 foram castigava com penas extraordinárias, o turismo de burgueses aposentados americanos não voltou e tudo indica que sem energia não voltará mais.

Pelas cifras oficiais a população caiu de 11.181.595 em dezembro de 2021 a 10.055.968 no mesmo mês de 2023. Em 2024, estaria abaixo dos 10 milhões.

Especialistas como Juan Carlos Albizu-Campos, do Centro Cristiano de Reflexão e Diálogo em Cuba, afirmam que só ficam 8,62 milhões. Assim, um quarto da população escapou nos últimos anos.

Precede à Venezuela que caminha para perder dez milhões de habitantes.


segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Da teologia da luta de classes à da Pachamama,
mas sempre contra os homens

Bispos na maior festa religiosa da Patagônia atacam o enrriquecimento para 'salvar' a Mãe Terra
Bispos na maior festa religiosa da Patagônia
atacam o enriquecimento para 'salvar' a Mãe Terra
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Em tempos de infiltração profunda da Teologia da Libertacao, pronunciamentos episcopais e clericais “engajados” costumavam surpreender com escandalosas adesões aos princípios marxistas da luta de classes radicalmente opostos ao Evangelho.

Nos últimos anos, porém, essas declarações que promoviam o materialismo marxista vêm sendo substituídas por outras que endeusam a Pachamama, ou Mãe Terra, ou ainda Gaia na fraseologia ecologista.

Na essência, continuam as mesmas posições em favor do materialismo, ateu no caso da “Teologia da Libertação”, panteísta no caso da Pachamama.

No primeiro caso o pretexto preferido era agir na defesa dos pobres. No segundo caso o pretexto mais amado é sair na defesa da natureza.

Em ambos casos o inimigo é o mesmo: o capitalismo privado, nacional ou internacional, apontado como fonte de todos os males e desastres sociais e econômicos, agora acrescidos dos ambientais.

Males dos pobres e da pobreza no primeiro caso, sofrimentos e queixas da Terra ferida e violada pelos investimentos humanos no segundo caso.

Houve apenas uma mudança no pretexto, na essência continua o culto ateu à matéria. Mas com a mudança, a sorte dos pobres ficou esquecida ou mandada à breca.

Foi-se o tempo em que D.Casaldáliga pregava a luta de classes comuno-indigenista
Foi-se o tempo em que D.Casaldáliga pregava
a luta de classes comuno-indigenista em clave socioeconômica
Exemplo clamoroso disso foi dado recentemente pelos bispos argentinos da Patagônia.

Num pronunciamento conjunto clamaram contra uma iniciativa da propriedade privada que viria trazer um fabuloso enriquecimento à escassa e parcialmente pobre população patagônica.

Eles visavam um oleoduto que cruzará o planalto patagônico do Rio Negro e um porto está sendo construído no sul da província e que fornecerá anualmente 15 bilhões de dólares com exportações de petróleo.

O investimento em andamento, é feito no âmbito do Regime de Incentivos aos Grandes Investimentos (RIGI), no qual o novo governo aguarda de inicio 30 bilhões de dólares e uma entrada anual de 2,5 bilhões de dólares, a partir de 2026, e que fornecerá por volta de 7.000 ou 8.000 empregos diretos e algumas dezenas de milhares de empregos indiretos, quando completado.

Na peregrinação anual à cidade de Chimpay, estado de Rio Negro, o bispo de Alto Valle, Mons. Alejando Benna, junto com os bispos de Viedma, D. Esteban Laxague, e de Bariloche, Mons. Juan Carlos Ares, se voltaram contra o projeto enriquecedor insinuando que seus promotores “não se importam com a terra, com os projetos que hipotecam água e terra”, noticiou “Clarín” de Buenos Aires.

Porto exportador de petróleo e gás liquida enriquecerá a Patagônia
Porto exportador de petróleo e gás liquida enriquecerá a Patagônia.
Mas bispos são contra alegando defender a Pachamama
O bispo de Rawson, Mons. Roberto Álvarez no vizinho estado de Chubut, também manifestou a sua preocupação pela sorte da Mãe Terra.

“É pertinente perguntar-nos se (a obra) não prejudicaria alguns dos ecossistemas pertencentes ao nosso mar territorial e outros que com eles são partilhados”, indagou esquecido dos pobres.

Endereçou nesse sentido uma carta ao governador de Chubut, ao vice-governador, ao procurador-geral, e aos legisladores provinciais, “tendo ouvido vários atores sociais que me expressaram a sua preocupação”, leia-se aos ativistas ecologistas e quiçá indigenistas, dando as costas ao povo que comemora a entrada de um fator que tirará da necessidade a grande parte da população local.

O bispo pergunta na carta às autoridades: “Tem certeza de que isso não afetará o assentamento dos Pinguins de Magalhães, que é vulnerável a derramamentos de petróleo?

“E no repovoamento da Baleia Franca Austral, antes dizimada pela caça e que escolheu o golfo para se produzir?

“O que acontecerá”, acrescenta, “com as principais atividades econômicas das comunidades locais, como a pesca artesanal, o turismo orientado para a pesca desportiva, a caça e a observação da vida marinha, se o tráfego de barcos mudar os seus hábitos face aos derrames que são produzidos?”.

Grupelhos comuno-indigenistas manifestam contra o enriquecimento da Patagônia
Grupelhos comuno-indigenistas manifestam
contra o enriquecimento da Patagônia "em defesa da Mãe Terra"
Nenhuma referência a Deus, à festa religiosa, nem aos fiéis. Só veiculação de suspeitas, em geral demagógicas, da militância ecolo-tribalista visceralmente anti-capitalista.

Ele esclareceu que “nenhuma de minhas formulações tenta estabelecer posições científicas”, e assim se joga a semear dúvidas sem tomar conhecimento das ‘posições científicas’ que nestes casos é indispensável conhecer para formular propósitos sensatos.

Tentou fugir de eventuais críticas dizendo que “ninguém mudou minha posição ideológica”, portanto reconhecendo que tem uma posição ideológica que, como vimos, acerta o passo com o ambientalismo panteísta.

E encerra com a escapatória de que “só a minha preocupação cívica aumenta o peso de ser o bispo que exerce o ofício pastoral nesta área da província de Chubut”.

Nosso Senhor Jesus Cristo que instituiu a ordem episcopal para ensinar o Evangelho, ficou para outra vez. Agora é a hora de outra divindade e da matéria em clave ecologista.


segunda-feira, 11 de novembro de 2024

São Miguel Arcanjo e Satanás disputam pelo Brasil

Projeto gigante de santuário de São Miguel, em São Miguel Arcanjo, SP
Projeto gigante de santuário de São Miguel, em São Miguel Arcanjo, SP
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








São Miguel Arcanjo e Lúcifer disputam pelo reinado espiritual sobre o Brasil. Em Gravataí (RS) uma Nova Ordem de Lúcifer na Terra pretende inaugurar o maior santuário do País dedicado ao rei dos infernos.

A estátua do anjo caído já está construída e tem três metros. Ela receberá rituais de “demonolatria”, culto voltado para alta magia negra, segundo explica Lukas de Bará da Rua, um dos fundadores da sinistra organização religiosa e que se apresenta como uma apalhaçada batina preta, informou o “Correio Braziliense”.

“Lúcifer, na nossa visão, representa a luz do autoconhecimento. Não existe a ‘queda de Lúcifer’. Na verdade, temos uma interpretação diferente sobre as energias que equilibram o Universo”, explica com um linguajar panteísta mais próprio da Nova Era.

Para ele há mais de um Deus, “entre eles Lúcifer”, e não há necessidade de uma Bíblia escrita. Para ele só “existe a Tradição e o conhecimento”, leia-se a iniciação ocultista e a gnose.

Estátua de Lúcifer é instalada em santuário de Gravataí, RS
Estátua de Lúcifer interditada em Gravataí, RS
E Tata Hélio de Astaroth, cofundador da Ordem infernal, acrescenta contraditoriamente estar escrevendo ele próprio sua bíblia denominada “Bíblia do Diabo Segundo a Corrente 72”.

A sede da “Nova Ordem de Lúcifer na Terra” terá cinco hectares e um amplo espaço para contato com a natureza, bem no gosto do ecologismo.

Católicos fiéis à Igreja promoveram no local um terço de reparação.

A inauguração do monumento foi interditada pela Prefeitura em virtude de irregularidade com o alvará, e posteriormente pelo Tribunal de Justiça de Gravataí a pedido da autoridade municipal. As interdições não são definitivas e podem ser levantadas.

Em sentido contrário está em via de conclusão uma estátua de São Miguel Arcanjo com 70 metros de altura no interior de São Paulo, a 1,5 quilômetro da Basílica da cidade de São Miguel Arcanjo, a 180 quilômetros da capital paulista, noticiou a “Gazeta do Povo”.

A estátua será maior que o Cristo Redentor no Rio de Janeiro, que tem 38 metros de altura, e que a Estátua da Liberdade da Havan, em Barra Velha (SC), de 57 metros.

A Basílica de São Miguel Arcanjo na cidade atrai fiéis do Brasil inteiro, mas já não consegue acolher seu grande número. Para acomodar esse público foi estruturado o projeto do Complexo Turístico Gruta do Arcanjo, em uma área de 30 mil m².

O complexo inclui dois prédios, praça campal, estacionamento, espaço comercial, um auditório para 250 pessoas e uma igreja.

A imagem terá 57 metros de altura e 70 metros se se contabiliza a base, que terá um aspecto de rocha.

O modelo inspirador é a Gruta de São Miguel Arcanjo no Monte Gargano, na Itália, o mais antigo santuário na Europa Ocidental dedicado ao príncipe das milícias celestes.

3º maior Santuário de São Miguel Arcanjo do mundo no Paraná
3º maior Santuário de São Miguel Arcanjo do mundo no Paraná
O Papa Gelásio I mandou erigir essa basílica após o Arcanjo São Miguel aparecer por volta do ano 490 várias vezes ao bispo de Siponto perto de uma caverna. Ele pediu que essa lhe fosse dedicada para proteger a região de invasores pagãos.

“São Miguel é o nosso defensor, um anjo que tem uma missão maior que a dos anjos comuns, alguém que está ao nosso lado para nos defender”, evidenciou o sacerdote Márcio Almeida.

Os fiéis brasileiros, indo por um lado num sentido contrário do progressismo e da Teologia da Libertação, e por outro lado intuindo que a ação de Lúcifer está cada vez mais sensível e agressiva, estão recorrendo cada vez mais ao Príncipe das Milícias Celestes.

Outra amostra disso é a afluência dos fiéis ao Santuário Basílica de São Miguel Arcanjo na cidade de Bandeirantes, no Norte Pioneiro do Paraná do qual também fazem parte a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes e dos Nove Coros de Anjos e a Cruz de 81 metros – a maior do Brasil e uma das maiores do mundo, segundo “Aleteia”.

São Miguel Arcanjo do Monte Gargano, Itália, é um modelo seguido no Brasil
Imagem de São Miguel Arcanjo do Monte Gargano, Itália,
é muito venerrada no Brasil
A romaria à basílica paranaense de São Miguel Arcanjo a transformou no terceiro mais visitado santuário de São Miguel no mundo, só superado pelo próprio santuário do Monte Gargano e pela abadia do Mont Saint-Michel na França.

Um homem de negócios e um jovem sacerdote empreenderam a construção de uma igreja dedicada a São Miguel Arcanjo por causa do enorme afluxo de fieis que enchia o barracão improvisado para eles.

Dom Fernando José Penteado, bispo de Jacarezinho na época, chegou a considerar o projeto como “grandioso” demais, mas autorizou.

Três anos depois, em 15 de setembro de 2012, uma imagem de São Miguel Arcanjo, totalmente em aço, foi colocada ao lado do templo que ia ser inaugurado.

Desde então, o local recebe mensalmente cerca de 40 mil visitantes vindos de todas as partes do país. E todo dia 29, data do arcanjo, cerca de 10 mil pessoas comparecem à celebração.