segunda-feira, 13 de março de 2023

Recorde cubano de prisões e éxodo

Nas redes sociais, o inferno bolivariano-cubano causa horror
Nas redes sociais, o inferno bolivariano-cubano causa horror
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








“Vou dizer a vocês quem vai defender a pátria se a atacarem: todo o mundo, todo o mundo! O Exército cubano é o povo”. 

Enquanto Miguel Díaz-Canel parafraseava Fidel Castro comemorando seu “sucesso diplomático” na CELAC em Buenos Aires, um número recorde de cubanos se jogava no mar com recursos ultra-improvisados para escapar da ilha-prisão, observou “La Nación”.

O ditador voltou a Havana a bordo do avião que seu aliado bolivariano costuma lhe dar, tal vez temendo que o seu russo não completasse o percurso.

Díaz-Canel parou na capital venezuelana para contar a Maduro, num ambiente de emergência, as principais novidades do encontro ao qual o ditador venezuelano não assistiu temendo a prisão.

Enquanto os miserabilizados cubanos fugiam, o ditador comemorava sua democracia com Lula em Buenos Aires
Enquanto os miserabilizados cubanos fugiam,
o ditador comemorava sua democracia com Lula em Buenos Aires
Em Buenos Aires, confirmou-se a enganação ditatorial revestida de romantismo revolucionário que empesta uma revolução com 64 anos no crime, e a crua realidade que existe na ilha.

Nos dias da viagem, Cuba bateu o recorde de maior diáspora da sua história e a repressão somava 1.057 presos políticos, segundo a organização Defensores dos Prisioneiros (PD).

No total, são 1.575 na região, se somados os da Venezuela (273) e da Nicarágua (245).

O casal Mesa Vázquez tem uma de suas três filhas, Yarelis (25 anos) na prisão, condenada a sete anos por participar de protesto contra a ditadura mais antiga da América.

Suas outras duas filhas, Yamily (35) e Yailyn (27), faziam parte da jangada com 31 pessoas que partiu rumo aos EUA: uma está na lista de desaparecidas e o outra foi socorrida ferida.

Os homens sobreviventes do naufrágio estão na prisão. A rústica embarcação não resistiu às fortes ondas não longe de Varadero.

“Todos buscavam uma vida melhor porque esse país é muito ruim, não tem comida nem nada. Eles saíram procurando ajudar suas famílias, até minhas filhas deixaram seus três filhos para poder me mandar dinheiro e ter uma vida melhor. E para ajudar sua irmã presa”, disse a mãe.

Desespero para pisar solo dos EUA
Desespero para pisar solo dos EUA
A fuga de cubanos para os EUA é maciça, escreve “La Nación”. Numa semana, as autoridades estadunidenses relataram a chegada de mil emigrantes apesar das novas restrições a cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos.

“Os cubanos e haitianos que se aventurarem no mar e desembarcarem em território estadunidense não serão elegíveis para o processo de liberdade condicional (programa de emigração) e estarão sujeitos ao processo de deportação”, lembrou Alejandro Mayorkas, secretário de Segurança Interna.

A repressão aos protestos populares provocou a maior crise migratória vivida pela revolução cubana: mais de 330.000 cidadãos deixaram o país.

Nos cárceres da ilha, o número de presos políticos ultrapassou mil.

Comunismo cubano encarcera mais do que a Rússia
Comunismo cubano encarcera mais do que a Rússia
No topo do sinistro ranking continental de direitos humanos violados está Cuba
pelo segundo ano consecutivo. “Um ano desastroso para os direitos humanos, com sentenças muito longas para mil réus, com repressão brutal contra o povo”, disse Javier Larrondo, presidente do PD, ao “La Nación”.

“Cuba tem mais presos que toda a América Latina junta e mais presos que a Rússia”, contabilizou o historiador e especialista em revoluções Armando Chaguaceda.

“Destruída boa parte da oposição, os cidadãos assumiram a resistência. Uma resistência fragmentada, sem liderança, somada ao êxodo”, concluiu.


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