segunda-feira, 19 de setembro de 2022

O mistério do Jumbo terrorista e as esquerdas sul-americanas

Jumbo iraniano-venezuedano suspeito de servir ao terrorismo ficou preso em Buenos Aires
Jumbo iraniano-venezuelano suspeito de servir ao terrorismo, preso em Buenos Aires
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Há meses um jumbo Boeing 747 está detido no aeroporto internacional de Ezeiza em Buenos Aires por decisão da Justiça. Ele pertence à empresa venezuelana Emtrasur ligada confusamente com a empresa iraniana Qeshm Fars Air, noticiou repetidas vezes “La Nación”.

O juiz federal encarregado do caso recebeu um dossiê enviado pelo FBI que descreve o piloto do avião, Gholamreza Ghasemi, como um terrorista pertencente à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã.

No avião também viajavam 14 venezuelanos e cinco iranianos, incluindo Ghasemi, supostamente transportando um carregamento de autopeças.

O relatório garante que Ghasemi está associado à Força Al-Quds da Guarda Revolucionária Iraniana e ao Hezbollah do Líbano, ambos acusados pelo ataque contra a associação judaica AMIA em Buenos Aires que matou 85 pessoas e feriu 300.

A constatação entre as impressões digitais e a identidade da pessoa foi feita com a base de dados de terrorismo internacional

O FBI afirma que a empresa aérea, teve “participação direta” em atividades terroristas, o que complica sua situação legal na Argentina.

Gholamreza Ghasemi, piloto do misterioso Jumbo, jovem militante terrorista
Gholamreza Ghasemi, piloto do misterioso Jumbo, jovem militante terrorista
Qeshm Fars Air opera voos entre o Irã e a Síria regularmente “para equipar o Hezbollah com armas, componentes militares avançados e armas contrabandeadas do Irã para o Hezbollah no Líbano”.

A Prefeitura de Buenos Aires afirmou que a confirmação do FBI demonstra “a profunda contradição em que os funcionários do avião suspeito entraram ao apontar que o piloto era um homônimo”.

“A presença desse personagem em solo argentino, é uma questão de terrorismo internacional”, disse o porta-voz da cidade de Buenos Aires pela Rádio Mitre.

“A companhia aérea também transportou armas e pessoal para o Hezbollah”, diz um relatório do FBI entregue à Justiça argentina, longamente citado por “La Nación”.

O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica foi tido pelo Departamento de Estado americano já em 2007 como “entidade iraniana chave na proliferação terrorista”.

O Departamento do Tesouro também indiciou Quds por “fornecer apoio material ao Talibã e ao Hezbollah”. E acrescentou: “[Quds] tem uma longa história de apoio às atividades militares, paramilitares e terroristas do Hezbollah, fornecendo orientação, financiamento de armas, inteligência e apoio logístico”.

Comunicações suspeitas no celular do piloto-terrorista
Comunicações suspeitas no celular do piloto-terrorista
O avião detido em Ezeiza foi vendido à Emtrasur pela Mahan Air, venda que teve um caráter de maquiagem porque também a Mahan Air está na “lista negra” do Departamento do Tesouro.

Ela foi sancionada várias vezes pelo Tesouro dos EUA, a mais recente em 2019 devido ao seu envolvimento direto em atividades terroristas.

Teme-se que o avião tenha pousado em outros aeroportos na sua vinda do Mexico com escala na Venezuela, tal vez na tríplice fronteira.

Também tentou descer no Uruguai, mas, as autoridades desse país não o aceitaram e o obrigaram a completar o plano de voo, escreveu “Clarín”. https://www.clarin.com/politica/avion-retenido-ezeiza-juez-determino-iranies-venezolanos-deberan-seguir-pais_0_6jBWyn3cA8.html

O FBI também transmitiu o relatório ao Paraguai e outros países da região. Os passaportes de sete iranianos e venezuelanos mais suspeitos foram retidos pela polícia e não poderão deixar o país. Alguns outros poderão deixar o país.

No celular e aparelhos eletrônicos do piloto Ghasemi havia “capturas de tela, vídeos e imagens de contextos de guerra, armas, exércitos, líderes da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, bem como as Forças Armadas, Quds, Hezbollah, de pessoas assassinadas, o logotipo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, entre outros elementos”.

Ele também tinha em seu telefone uma imagem de um “exército armado e, à primeira vista, parecia ser uma das pessoas fotografadas".

Ministro de Segurança do governo esquerdista argentino tenta salvar avião, terroristas e carga
Ministro de Segurança do governo esquerdista argentino
tenta salvar o avião, terroristas e carga
Também continha fotos de líderes militares iranianos, incluindo “Mohsen Rezai, ex-comandante da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, procurado com pedido de prisão internacional e Hasan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah.

O juiz também quer o comparecimento de Víctor Manuel Pérez Gómez (Gerente Geral de Operações da Emtrasur e ex-militar venezuelano) ligado a um homem do Hezbollah e de suspeita gestão financeira da empresa; Mario Arraga Urdaneta (Gerente Administrativo da Emtrasur e ex-militar venezuelano), por sua participação no voo.

Também de José Gregorio García Contreras em cujo celular havia chats comprometedores sobre tema ‘top secret’ que poderia acarretar “correntes” e pedindo um ultrassecreto…”, segundo o juiz.

As petroleiras argentinas se recusam a vender combustível para o avião em Ezeiza, por medo das sanções dos EUA.


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