Jumbo iraniano-venezuelano suspeito de servir ao terrorismo, preso em Buenos Aires |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Há meses um jumbo Boeing 747 está detido no aeroporto internacional de Ezeiza em Buenos Aires por decisão da Justiça. Ele pertence à empresa venezuelana Emtrasur ligada confusamente com a empresa iraniana Qeshm Fars Air, noticiou repetidas vezes “La Nación”.
O juiz federal encarregado do caso recebeu um dossiê enviado pelo FBI que descreve o piloto do avião, Gholamreza Ghasemi, como um terrorista pertencente à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã.
No avião também viajavam 14 venezuelanos e cinco iranianos, incluindo Ghasemi, supostamente transportando um carregamento de autopeças.
O relatório garante que Ghasemi está associado à Força Al-Quds da Guarda Revolucionária Iraniana e ao Hezbollah do Líbano, ambos acusados pelo ataque contra a associação judaica AMIA em Buenos Aires que matou 85 pessoas e feriu 300.
A constatação entre as impressões digitais e a identidade da pessoa foi feita com a base de dados de terrorismo internacional
O FBI afirma que a empresa aérea, teve “participação direta” em atividades terroristas, o que complica sua situação legal na Argentina.
Gholamreza Ghasemi, piloto do misterioso Jumbo, jovem militante terrorista |
A Prefeitura de Buenos Aires afirmou que a confirmação do FBI demonstra “a profunda contradição em que os funcionários do avião suspeito entraram ao apontar que o piloto era um homônimo”.
“A presença desse personagem em solo argentino, é uma questão de terrorismo internacional”, disse o porta-voz da cidade de Buenos Aires pela Rádio Mitre.
“A companhia aérea também transportou armas e pessoal para o Hezbollah”, diz um relatório do FBI entregue à Justiça argentina, longamente citado por “La Nación”.
O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica foi tido pelo Departamento de Estado americano já em 2007 como “entidade iraniana chave na proliferação terrorista”.
O Departamento do Tesouro também indiciou Quds por “fornecer apoio material ao Talibã e ao Hezbollah”. E acrescentou: “[Quds] tem uma longa história de apoio às atividades militares, paramilitares e terroristas do Hezbollah, fornecendo orientação, financiamento de armas, inteligência e apoio logístico”.
Comunicações suspeitas no celular do piloto-terrorista |
Ela foi sancionada várias vezes pelo Tesouro dos EUA, a mais recente em 2019 devido ao seu envolvimento direto em atividades terroristas.
Teme-se que o avião tenha pousado em outros aeroportos na sua vinda do Mexico com escala na Venezuela, tal vez na tríplice fronteira.
Também tentou descer no Uruguai, mas, as autoridades desse país não o aceitaram e o obrigaram a completar o plano de voo, escreveu “Clarín”. https://www.clarin.com/politica/avion-retenido-ezeiza-juez-determino-iranies-venezolanos-deberan-seguir-pais_0_6jBWyn3cA8.html
O FBI também transmitiu o relatório ao Paraguai e outros países da região. Os passaportes de sete iranianos e venezuelanos mais suspeitos foram retidos pela polícia e não poderão deixar o país. Alguns outros poderão deixar o país.
No celular e aparelhos eletrônicos do piloto Ghasemi havia “capturas de tela, vídeos e imagens de contextos de guerra, armas, exércitos, líderes da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, bem como as Forças Armadas, Quds, Hezbollah, de pessoas assassinadas, o logotipo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, entre outros elementos”.
Ele também tinha em seu telefone uma imagem de um “exército armado e, à primeira vista, parecia ser uma das pessoas fotografadas".
Ministro de Segurança do governo esquerdista argentino tenta salvar o avião, terroristas e carga |
O juiz também quer o comparecimento de Víctor Manuel Pérez Gómez (Gerente Geral de Operações da Emtrasur e ex-militar venezuelano) ligado a um homem do Hezbollah e de suspeita gestão financeira da empresa; Mario Arraga Urdaneta (Gerente Administrativo da Emtrasur e ex-militar venezuelano), por sua participação no voo.
Também de José Gregorio García Contreras em cujo celular havia chats comprometedores sobre tema ‘top secret’ que poderia acarretar “correntes” e pedindo um ultrassecreto…”, segundo o juiz.
As petroleiras argentinas se recusam a vender combustível para o avião em Ezeiza, por medo das sanções dos EUA.
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