Mons. Jaime Villarroel testemunha em Cidade do México |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A Venezuela sob o regime ditatorial socialista de Nicolás Maduro, “virou um campo de concentração onde estão sendo exterminados os próprios venezuelanos”, denunciou Mons. Jaime Villarroel, bispo de Carúpano, em conferência de imprensa na Cidade do México, noticiou a agencia católica ACIPrensa.
O bispo esclareceu: “entendo um campo de concentração como na Alemanha nazista onde os judeus eram levados a morrer em câmaras de gás”.
E aprofundou a comparação: “esse regime que hoje preside Nicolás Maduro está cometendo um extermínio, matando nosso povo de fome, por falta de medicamentos”.
“Está se praticando uma tragédia de dimensões inimagináveis, prosseguiu.
“Na Venezuela se tortura (...) hoje estão morrendo milhares de venezuelanos por falta de comida, de remédios, porque são violados permanentemente os direitos humanos”.
“Hoje em dia, 80% das indústrias estão destruídas, só no mês de outubro (2018) a inflação beirou 270%. Há falta de produtos. O salário mínimo do venezuelano é de entre 4 e 6 dólares (entre 16 e 24 reais)”.
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O salário mínimo só dá para comprar uma caixa de ovos, um quilo de arroz, um pacote de farinha e algo de carne. “Há lares onde o único alimento é um pouco de arroz por dia”, narrou o bispo.
Mons. Villarroel testemunhou que em 2017 “morreram mais de 20.000 crianças recém-nascida, porque não há condições para atender às mães. Muitas delas devem dar à luz nos corredores dos hospitais.
“Nos hospitais não há algodão, gazas, álcool 60% das mães que deram à luz em condições tão precárias morreram no parto”, acrescentou.
No recente apagão nacional de por volta de 100 horas dezenas de doentes internados faleceram por falta de tratamento básico. As pessoas desesperadas procuravam água nas sarjetas com o risco evidente de epidemias.
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Malgrado a afinidade recíproca do ditador Maduro e do Papa Francisco, o governo ataca a Igreja Católica, e tenta “criar uma ‘igreja católica reformada’, nacionalista”, incluindo ministros de falsas seitas cristãs e sacerdotes católicos apóstatas, explicou o bispo.
O esquema faz lembrar o que está acontecendo na China, onde após um “acordo provisório” com a Santa Sé, o regime comunista promove ditatorialmente uma “Igreja Patriótica” de fato rompida com a Igreja e mera dependência do marxismo imperante.
O bispo venezuelano lembrou que o Vaticano representado pelo delegado papal, Mons. Claudio Maria Celli, o mesmo que fez os acordos com o comunismo chinês, também assinou compromissos com a ditadura comunista venezuelana.
Esses compromissos previam a criação de um canal humanitário para levar alimentos e remédios e liberar os mais de 2.000 presos políticos.
Mas, “o governo de Nicolás Maduro se apropriou de toda a ajuda da Santa Sé, escarnecendo do Santo Padre”.
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Mons. Villarroel lembrou o caso de um sacerdote vexado pelas autoridades da ditadura quando ia viajar no aeroporto internacional da Venezuela.
“Quando apresentou seus documentos, o despiram, o obrigaram a defecar de público, disseram que era um narcotraficante suspeito, o expulsaram do aeroporto, perdeu o avião, e lhe roubaram o dinheiro”.
Enquanto isso acontece, aterrissam no mesmo aeroporto os maiores bombardeiros estratégicos russos, capazes de levarem mísseis nucleares e bombas atômicas, alegando manobras conjuntas com o desorganizado exército de Maduro.
A mídia internacional lembrou que Maduro alega que os EUA estariam preparando um ataque contra ele com o apoio de vizinhos latino-americanos, aludindo ao novo governo brasileiro.
O posicionamento simpático aos populismos de inspiração marxista assumido pela diplomacia vaticana, beira o criminoso e pode preparar um genocídio nas Américas.
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