segunda-feira, 17 de junho de 2019

“O diabo joga de local no Vaticano” diz jornal portenho

Representante e filho do líder esquerdista Hugo Moyano recebido pelo Papa Francisco
Representante e filho do líder esquerdista Hugo Moyano
recebido pelo Papa Francisco
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O líder esquerdista Hugo Moyano, é apontado como um dos maiores “laranjas” do esquema de desvios de dinheiro e múltiplas ilegalidades econômicas durante os governos kirchneristas.

Seu filho Pablo, porém, foi convidado mais uma vez ao Vaticano, onde voltou a proferir um incendiário discurso contra o governo e a Justiça argentina.

Pablo Moyano foi pela terceira vez ao Vaticano neste pontificado, visitas essas documentadas com fotos, sorrisos e beijos, noticiou o jornal “Clarín” de Buenos Aires.

O primeiro aconteceu só dois meses após a eleição do arcebispo Bergoglio como Papa, em 29 de maio de 2013. Na ocasião, após um diálogo fugaz com o Papa na audiência pública na praça São Pedro, Pablo Moyano em tom de desafio garantiu que o novo Papa é “peronista e caminhoneiro”.

Em 8 de novembro de 2017, a segunda viagem teve um objetivo inequívoco: difundir uma mensagem crítica contra o governo.

O agitador dirigente sindical garantiu que o Papa quis saber da sorte de seu pai em mãos lençóis com a Justiça.



O Vaticano divulgou uma foto sorridente dos dois com uma camiseta do clube de futebol Independiente que preside Moyano.

A corrupção entre os regentes do futebol argentino transcendeu os limites do país tendo mobilizado até o FBI nos EUA onde alguns deles são procurados ou estão presos.

Em 2018, o Mons. Agustín Radrizzani, arcebispo de Luján sede da basílica da padroeira nacional, oficiou uma missa na praça dos santuários em favor dos Moyano e que foi assistida em primeira fila pelos líderes sindicais de esquerda, opositores do governo e em maus lençóis ante os tribunais.

Missa coletiva dos bispos em Luján serviu de ato político pela esquerda encarnada por Hugo Moyano (de joelhos). O arcebispo teve que se retratar.
Missa coletiva dos bispos em Luján serviu de ato político pela esquerda
encarnada por Hugo Moyano (de joelhos). O arcebispo teve que se retratar.
O cartaz principal – todo o mundo entendeu – visava ferir o governo com o slogan “Paz, pão e trabalho”, um slogan preferido do Papa Francisco.

A transformação da missa em ato político foi tão desavergonhada que suscitou uma torrente de críticas.

Mas o agitador não se conteve e se escondeu detrás de seu escudo favorito: “A missa não teria acontecido sem a aprovação de Francisco”.

O episcopado argentino demorou, mas no fim fugiu com uma escapatória verbal pouco ouvida, desmentindo a exploração.

Na mais recente visita, o ativista “confirmou sua condição de favorito na Santa Sé”, segundo “Clarín”.

Ingressou no Vaticano escoltado por ativistas sindicais de esquerda de má fama na Argentina e até por Gustavo Vera, secretário e “porta-voz todo terreno de Francisco” na Argentina mas que está sendo denunciado como “chefão” da máfia que oferece crianças a pedófilos.

A comitiva foi recebida pelo bispo Marcelo Sánchez Sorondo, Presidente das Pontifícias Academias para as Ciências e para as Ciências Sociais, ativo promotor dos movimentos sociais que subvertem o mundo todo e do modelo da China comunista, o tráfico de órgãos incluído.

Pablo Moyano pronuncia violenta diatribe anticapitalista no Vaticano e assusta colegas
Pablo Moyano pronuncia violenta diatribe anticapitalista no Vaticano e assusta colegas
Há um ano, o próprio prelado se fez fotografar junto a Hugo Moyano (pai) na apresentação de uma “Rede Nacional Antimaffias”. “Parece brincadeira, mas não o é”, comentou o grande jornal portenha.

Desta vez, a razão do convite foi sonoro: uma “Cúpula do Transporte Internacional pela Mudança Climática, o Tráfico Humano e as Novas Tecnologias”.

A sede do encontro não pode ser mais prestigiosa: a sala central do magnífico palácio renascentista conhecido como Casina Pio IV, nos jardins do Vaticano.

Segundo “Clarín”, Pablo Moyano aproveitou para fazer o que sempre faz quando visita a Santa Sé: explorar o manifesto privilégio concedido para abrir fogo contra o governo não-esquerdista argentino.

Teve até a ousadia de admoestar aos outros convidados, tal vez não inflamados do ódio “guevarista” que sente em si.

“Muito bom o informe sobre a mudança climática”, disse. E segundo o jornal que citamos só faltou dizer que ele estava ali só para criticar ao presidente Macri.

Mas não demorou para disparar contra “o governo de direita que favorece aos setores que concentram a propriedade”. A invectiva foi tão forte que os demais delegados revolucionários não tiveram coragem de aplaudi-lo.
Juan Grabois, agitador líder da Confederación de Trabajadores de la Economía Popular é um dos favoritos do Vaticano.
Juan Grabois, agitador líder da Confederación de Trabajadores
de la Economía Popular é um dos favoritos do Vaticano.

Nada falou do mandato de prisão expedido contra ele, nem de seus processos em causas criminosas por lavagem de dinheiro, venda de entradas supervalorizadas para jogos de futebol e das milionárias transferências de dinheiro explorando o clube Independiente para benefício das empresas da mulher de seu pai, comentou o jornal.

Para o “Clarín” episódios incendiários como esse causam inquietação na Argentina mas não surpreendem.

No momento atual já mais ninguém ignora que no Vaticano “Pablo Moyano joga de local” – usando o jargão futebolístico tão do gosto do Papa Francisco – protegido pela aura da Santa Sé, com a certeza de que ali ninguém vai lhe perguntar pelos crimes de que é acusado, concluiu o jornal.


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