segunda-feira, 14 de maio de 2018

Colômbia: “processo de paz” rumo ao precipício

O balanço da 'paz' está se revelando catastrófico para a genuína paz.
O balanço da 'paz' está se revelando catastrófico para a genuína paz.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O Acordo de Paz com as FARC (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia) propiciado pelo Papa Francisco, o então presidente Obama e a Cuba castrista se encontrava à beira do abismo.

Se é que não se precipitou já nele.

E apesar dos ingentes esforços do governo do presidente Juan Manuel Santos que não ousa se recandidatar com chances para a presidência.

Os esforços para ressuscitar um moribundo atingido por sucessivas desgraças — muitas delas previstas, e outras imprevisíveis —prometem um desfecho de grandes e infelizes proporções para as esquerdas colombianas e internacionais, leigas e eclesiásticas.

Zeuxis Pausias Hernández Solarte (vulgo Jesús Santrich), um dos principais dirigentes-guerrilheiros das FARC e protagonista das negociações realizadas em Cuba, foi preso recentemente em sua casa de Bogotá, acusado de estar negociando o envio de dez toneladas de cocaína para os EUA.


Também foi preso Marlon Marín, delinquente que dirigia essa operação de narcotráfico. Ele é sobrinho, homem de confiança e executor de ordens de Luciano Marín Arango (vulgo Iván Márquez), o segundo homem na direção dessa organização terrorista.

Ambos tinham negócios obscuros com os cartéis mexicanos de drogas, que há várias décadas se tornaram compradores e comerciantes habituais da cocaína produzida pelas FARC, além de encarregados de introduzi-la nos Estados Unidos e na Europa.

Jesús Santrich, dirigente da paz preso negociando dez toneladas de cocaína para os EUA.
Jesús Santrich, dirigente da paz
preso negociando dez toneladas de cocaína para os EUA.
Santrich espera em uma prisão de Bogotá sua muito provável extradição para os EUA.

O outro implicado aceitou as acusações criminais que lhe foram imputadas, já foi trasladado pela DEA (Drug Enforcement Administration — Administração de Repressão às Drogas) e um juiz de Nova York esgrime contra ele grande quantidade de provas muito contundentes.

Marín Arango aceitou fazer delação premiada e já se ofereceu para delatar à Justiça norte-americana toda a trama dos narconegócios das FARC.

Isso promete grandes revelações e não poucas surpresas.

Entre elas, estariam os vínculos do governo de Nicolás Maduro com as FARC e com as rotas mundiais do narcotráfico, que passariam pela Venezuela e por Cuba, e implicariam funcionários do mais alto nível desses países.

Simultaneamente, a muitos milhares de quilômetros de distância, desatou-se na Noruega uma tormenta envolvendo os comitês que concedem os míticos prêmios Nobel.

Pela primeira vez em sua história, vários de seus integrantes são acusados de receber subornos e filtrar informações, além de outras condutas inadequadas. Alguns de seus membros já foram obrigados a renunciar.

O Presidente Juan Manuel Santos foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz pelo seu empenho no “Processo de Paz”.

A presidente do Comitê do Nobel da Paz Kaci Kullman Five entrega ao presidente Juan Manuel Santos um Prêmio maculado pela corrupção
A presidente do Comitê do Nobel da Paz Kaci Kullman Five
entrega ao presidente Juan Manuel Santos um Prêmio maculado pela corrupção
Mas, surgiram na Noruega graves acusações de corrupção contra o comitê que outorga esse Prêmio Nobel da Paz.

A presidente desse Comitê de 2015 a 2017, Kaci Kullman Five, falecida em 19-02-2017, ingressou no Conselho da estatal petroleira norueguesa Statoil. Enquanto cumulava funções recebeu grandes negócios na Colômbia com a petroleira estatal colombiana Ecopetrol.

O Presidente da Colômbia lhe entregou vastas regiões do país para a exploração, pouco antes de ser agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 2016.

Nos primeiros dias de abril deste ano (2018), a primeira-ministra norueguesa Erna Solberg, em visita oficial a Bogotá, denunciou juntamente com os embaixadores da Suécia e da Noruega a existência de manuseios obscuros dos fundos doados por ambas as nações para o Processo de Paz, num total de 200 milhões de euros (cerca de 800 milhões de reais).

Ante a gravidade da denúncia, o Presidente Santos respondeu indignado, afirmando que o manuseio desse dinheiro havia sido “transparente”.

Uma primeira auditoria realizada pelo Ministério Público surpreendeu elevado número de funcionários do governo colombiano em atos inaceitáveis de corrupção.

As evidências apontaram que os contratos assinados com a Comunidade Europeia no âmbito dos Acordos de Paz, teriam tido superfaturamentos enormes e fraudulentos.

Os Acordos de Paz foram combinados sob o bafo castrista em Havana
Os Acordos de Paz foram combinados sob o bafo castrista em Havana
Menos de duas semanas depois, a diretora do organismo responsável pelo gerenciamento desses recursos foi destituída de modo fulminante, acusada de gravíssimas irregularidades.

Para completar o quadro, descobriu-se que a escolha dos contratantes para administrar todo esse dinheiro era coordenada pelo próprio Marlon Marín, preso com o comandante Santrich enquanto vendiam dez toneladas de cocaína.

Os beneficiários dos contratos faziam parte de uma rede de cooperadores e testas-de-ferro das FARC, além de alguns políticos amigos do governo.

A realidade na Colômbia é muito diferente do que se pretende mostrar fora dela.

As FARC continuam sendo o maior cartel de drogas do mundo, e não há indícios de que tenham deixado essa atividade criminosa.

Ao longo dos cinco anos de duração do Processo de Paz, os cultivos de coca sob o seu controle passaram de 70 mil hectares para os 200 mil.

A famigerada organização guerrilheira aproveitava-se do Acordo de Paz para agir em total impunidade, “lavar” sua fortuna ilegal e ainda receber gratuitamente dez cadeiras no Congresso da Colômbia, onde poderá “legislar” a partir do próximo dia 20 de julho.

O Papa Francisco e o ditador de Cuba patrocinaram acordos desastrosos para a Colômbia
O Papa Francisco e o ditador de Cuba
patrocinaram acordos desastrosos para a Colômbia
Como se isso não bastasse, as FARC continuam traumatizando vastas regiões da Colômbia com sua luta armada, cujos tentáculos já se estendem ao Equador e à Venezuela.

A propaganda governamental afirmava que as “negociações de paz” conduziriam a Colômbia a essa paz que não está vindo.

Os ingênuos – sinceros ou não – argumentavam ser melhor ter as FARC no Congresso do que matando gente inocente na selva.

Esta é a resposta que elas dão ao governo e a esses ingênuos muitas vezes revestidos de roupas eclesiásticas.

A farsa gigantesca montada por uma claque de internacional apoiada pela Santa Sé e Cuba assegurou às FARC a mais absoluta impunidade e abriu caminho para legalizar seus milionários recursos desonestos.

Dentro de pouco, seus representantes estarão de graça no Congresso querendo ditar leis malgrado sua minoria. Mas uma minoria agressiva que sabe usar armas de fogo e a arma da corrupção que tanto seduz aos deputados de outros partidos.

Também estarão nas selvas e cidades, matando gente e produzindo cocaína.

O povo colombiano não acreditou em Santos, e repeliu os enganosos 'Acordos de Paz'
O povo colombiano não acreditou em Santos,
e repeliu os enganosos 'Acordos de Paz'
Será Colômbia conduzida pelas sendas da Venezuela de Madura tão bem relacionada com o Papa Francisco? Será levada rumo ao comunismo e à miséria?

Se atribui a Churchill uma frase lapidar endereçada aos políticos que capitularam em Munich diante das exigências ameaçadoras e ilegais de Hitler: “entre a desonra e a guerra, escolheste a desonra, e terás a guerra”.

Fora da Colômbia, e não dentro dela, tudo prossegue prestigiado enganosamente pela auréola brilhante produzida pelo Nobel da Paz…


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