quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Presidente tenta impor falsa paz
que o povo colombiano recusa

Presidente Juan Manuel Santos faz todas as contorções legítimas e ilegítimas para impor uma 'paz' que Colômbia recusa em peso.
Presidente Juan Manuel Santos faz todas as contorções legítimas e ilegítimas
para impor uma 'paz' que Colômbia recusa em peso.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




O grupo terrorista Frente Primero Armando Ríos, que opera na selva ao sudeste da Colômbia e constitui uma parte-chave das Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (FARC), declarou que vai continuar “a luta pela tomada do poder pelo povo e para o povo”. Muito ativo no narcotráfico, foi essa Frente que sequestrou a ex-candidata presidencial Ingrid Bettancourt.

A especialista em América Latina do “Wall Street Journal”, Mary Anastasia O’Grady, sublinhou enfaticamente o que inúmeros colombianos pensam: “muitas concessões do governo não são suficientes. As FARC querem mais”.

E os colombianos tampouco querem mais saber da abstrusa dança das “conversações de paz” de Havana, ainda que estas se realizem com as bênçãos do Papa Francisco e de episcopados, e com o incondicional apoio de organizações internacionais e da grande mídia.

Em junho, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, foi a Havana para assinar um acordo bilateral de cessar-fogo com as FARC. Muitos jornais dos EUA e da Europa comemoraram, além de eclesiásticos irenistas intoxicados de “comuno-progressismo” teológico.



Comemoraram o quê? Não foi assinado nada de novo, explicou Mary O’Grady. As FARC dizem que o cessar-fogo vigora desde o ano passado e que o exército colombiano está proibido há meses de operar contra a guerrilha.

Puro blábláblá midiático esquerdista.

Colombianos não acreditam em Santos, nem nas FARC, e menos ainda nos 'Acordos de Paz'
Colombianos não acreditam em Santos, nem nas FARC, e menos ainda nos 'Acordos de Paz'
As FARC continuam traficando drogas e controlando territórios, onde cobram “impostos” sobre os cultivos de coca e extorquem de forma indiscriminada, diz a comentarista.

O presidente Santos abusa, manipulando a opinião pública e não produzindo resultados reais.

Há cinco anos que os terroristas marxistas das FARC, que dizem estar negociando em Havana, jantam em bons restaurantes, bebericam e se fazem fotografar em passeios de iate por conta dos contribuintes colombianos.

Santos inventa truques de relações públicas para manter viva a ilusão do “acordo de paz”, contando com a amizade e o apoio de Barack Obama e das Nações Unidas.

Porém, seu índice de aprovação afundou para apenas 20%, e continua descendo. Para criar a ilusão de que as conversações progridem, Santos prometeu o acordo final para 20 de julho.

A data já passou e nada saiu, segundo preanunciara um dos líderes das FARC, comentou Mary.

Presidente colombiano cumprimenta líder guerrilheiro das FARC nas conversações de paz em Havana, sob o olhar satisfeito de Raúl Castro.
Insensível ao clamor do povo, presidente colombiano cumprimenta líder das FARC
nas conversações de paz em Havana, sob o olhar satisfeito de Raúl Castro.
As FARC sabem que o presidente gosta de ouvir louvores nos salões de Manhattan e Paris e por isso não hesitam em lhe cobrar mais concessões. Que ele concede, apesar de malucas, como atribuir assento cativo no Congresso aos narcoterroristas sem necessidade de serem eleitos.

Mas isso ainda “não é suficiente” para a “Frente Primeira Armando Ríos”.

Santos havia prometido inicialmente que os “acordos de paz” seriam submetidos a um referendum nacional, que aprovaria cada um dos pontos do acordo final.

Depois, diante da recusa esmagadora do povo, o governo acenou que não haveria mais referendo e que os acordos seriam introduzidos na Constituição como cláusula pétrea. Um verdadeiro ato ditatorial de Santos, que passou a ativar sua maioria simples no Congresso para tentar mudar ilegalmente a Lei Fundamental.

Por fim, a Corte Constitucional declarou o óbvio: que o referendo não era inconstitucional. E Santos ficou na entalada.

O governo é o maior pagador de publicidade na Colômbia e os meios de comunicação que não conclamam os colombianos a aprovarem os “acordos de paz” não ganham anúncios.

'Não engulo essa história, eles (FARC) querem o poder e não a paz', protestos em dezenas de cidades contra os 'Acuerdos de Paz'.
'Não engulo essa história, eles (FARC) querem o poder e não a paz',
protestos em dezenas de cidades contra os 'Acuerdos de Paz'.
Também ficam sem verbas os municípios não alinhados à “paz”, que não promovem agressivamente os acordos de Havana junto à população local. Método nada pacífico para pacificar o país.

Não conseguindo nem assim reverter sua impopularidade, Santos apelou então para o medo:

“Temos informação amplíssima – disse – de que eles estão se preparando para voltar à guerra, e à guerra urbana, que é mais demolidora que a guerra rural. Isso é uma realidade, eu sei disso. Se o plebiscito não for aprovado, voltaremos à guerra, simples assim”, completou.

A tentativa de intimidação foi escancarada e baseada em falsidade. O ministro de Defesa, Luis Carlos Villegas, desmentiu quase imediatamente o presidente e negou que o governo tivesse conhecimento dessas intenções das FARC.

Em Cali, Santos foi vituperado pelo povo como 'traidor'.
Em Cali, Santos foi vituperado pelo povo como 'traidor'.
Como as FARC sabem que Santos está entrando em desespero, não duvidam em aumentar suas exigências. Elas não querem a paz; querem uma capitulação, concluiu a comentarista.

Até o Vaticano sabe disso. Algo de sinistro se cozinha nos corredores da ONU e em ambientes episcopais.

A esperança é que a esmagadora maioria dos colombianos esteja saturada de tantos apóstolos pregadores da falsa paz de Havana através de acordos insinceros. Ou de uma imensa mentira rotulada “acordos de paz”, concebida pelo rei do inferno.


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