segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Pior do que antes na grande prisão de Fidel.
Obama e Vaticano olham otimistas

2015: o ano começou com mais repressões publicas
2015: o ano começou com mais prisões públicas


O anúncio da normalização das relações entre os EUA e Cuba, patrocinada pela diplomacia vaticana, está servindo de colete salva-vidas para a ditadura castrista.

No início do ano, José Díaz Silva, ex-preso político cubano e presidente do movimento “Opositores por una Nueva República”, denunciou em entrevista por telefone de Havana com a rede colombiana NTN24, que quatro dos 53 dissidentes recém libertados em Cuba foram novamente capturados e espancados por agentes do regime dos Castro.

Otto Reich, subsecretário de Estado dos EUA para a América Latina, confirmou a informação.

A repressão faz furor na ilha.


Segundo Silva outros ativistas pró-democracia e direitos humanos também foram agredidos e o governo cubano não cumpriu o acordo anunciado após a retomada das relações diplomáticas com os Estados Unidos.

A perseguição que sofriam “nas celas” agora continua “nas ruas”, explicou.

Também foram detidos cerca de 60 ativistas dos direitos humanos, dentre eles uma integrante do grupo ‘Damas de Blanco’, María Borrego Guzmán, que foi fortemente agredida e teve um braço quebrado.

Damas de Branco já têm muita experiência com a violência castrista
Silva declarou que mulheres de um outro grupo feminino dissidente também foram “brutalmente golpeadas” pelas forças de segurança.

De acordo com a mesma fonte, a perseguição aos opositores do regime dos Castro incrementou-se enormemente desde o anúncio, em 17 de dezembro, do processo de normalização das relações entre Estados Unidos e Cuba.

“Ressaltei aos senadores dos EUA que o governo de Cuba não está disposto a conversar com seu próprio povo, mas sim com governo estrangeiro”, escreveu em seu Twitter a blogueira Yoani Sánchez.

Relatório da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN) revelou que as detenções arbitrárias de opositores e de outros membros da sociedade civil aumentaram mais de 300% na ilha nos últimos cinco anos.

Em 2010 foram feitos 2.074 prisioneiros de consciência, 4.123 em 2011, 6.602 em 2012, 6.424 em 2013 e, em 2014, 8.899, um incremento de aproximadamente 2.500 abduções em relação ao ano anterior.

Somente em dezembro, mês em que foi anunciada a “normalização” das relações EUA-Cuba, foram 489 detenções, 100 a mais que em novembro.

Em 31 de dezembro, outros 28 cubanos foram encarcerados durante 24 horas, após exigirem em frente à unidade prisional do Tibá a liberação dos manifestantes presos num ato público musical bloqueado pela polícia.

Reunião pelos direitos humanos deu em prisão e repressão em dezembro
Reunião pelos direitos humanos deu em prisão e repressão em dezembro
A estratégia do regime cubano de repressão se parece com a chinesa: aqueles que fazem uma petição ‘politicamente incorreta’ são presos e soltos num movimento pendular prisional cíclico entre a rua e as chamadas ‘prisões negras’ (que o governo diz desconhecer, mas onde prende os descontentes).

Segundo relatório da Anistia Internacional de janeiro de 2015, “as liberações não serão senão uma cortina de fumaça se não forem acompanhadas de maior espaço para a expressão livre e pacífica de todas as opiniões e do exercício de outras liberdades em Cuba”.

As “liberações” são executadas com licenças extralegais que podem ser desconhecidas por qualquer repressor.

“Não podemos nos deixar enganar por essas veladas tentativas de nos fazer esquecer de todos aqueles que ainda definham nos gulags dos Castro. A gestão não deve oferecer concessões à ditadura comunista até que todos os presos políticos sejam postos em liberdade, celebrem-se eleições livres e multipartidárias, e os direitos humanos fundamentais de cada cubano sejam respeitados”, declarou Ileana Ros-Lehtinen, congressista americana pela Flórida.

Ileana Ross-Lehtinen
Ileana Ross-Lehtinen
“Liberar indivíduos inocentes não é uma conquista nem demonstra uma mudança nas brutais e violentas táticas do regime contra o povo cubano”, acrescentou.

Em Miami, a Assembleia da Resistência Cubana (ARC), que aglutina vários grupos do exílio, criticou o discurso de Barack Obama sobre o Estado da União, no qual pediu ao Congresso para pôr fim ao embargo a Cuba, informou Notícias UOL.

Integrada por meia centena de grupos de dentro e de fora de Cuba, a Assembleia da Resistência Cubana reivindica uma normalização de relações condicionada ao respeito aos direitos humanos na ilha.

O diretor do Diretório Democrático, Orlando Gutiérrez, disse à agência espanhola EFE que em Cuba aconteceram cerca de 100 detenções políticas no mês que transcorreu desde o anúncio da “nova política” de Obama apoiada pelo Vaticano.

“A repressão continua tão forte como sempre dentro de Cuba, e de nenhuma maneira diminuiu”, disse.

Raúl Castro “está mentindo para poder manter-se no poder”, assegurou Gutiérrez.

Sintoma esclarecedor de como Havana entende a “nova política” foi a chegada do navio espião russo Viktor Leonov, que atracou à vista de todos no porto da cidade, informou a BBC.

O navio espião russo Viktor Leonov chegou sem ser anunciado oficialmente por Cuba
O navio espião russo Viktor Leonov chegou sem ser anunciado oficialmente por Cuba
Ele ancorou ao mesmo tempo em que chegava uma delegação enviada pelo presidente Barack Obama para efetivar os planos anunciados com Castro e o Vaticano.

O Viktor Leonov está ancorado em um píer de Havana Velha. Sua chegada não foi anunciada oficialmente pelas autoridades cubanas.

Numa mostra de leviandade, autoridades americanas disseram à agência AFP que a presença do navio espião não tem importância, porque é perfeitamente legal e não tão incomum.

Cuba assinou recentemente um acordo para reabrir uma antiga base espiã soviética na ilha. Segundo a imprensa russa, o acordo foi fechado durante a visita de Vladimir Putin, em julho passado.

Há poucos meses, Moscou anunciou que seus bombardeiros iriam voar regularmente sobre o Golfo do México, utilizando bases em Cuba, Venezuela e Nicarágua.

As iniciativas configuram parte dos esforços de Putin para restabelecer a presença que a União Soviética teve outrora na região.

A deterioração das relações entre Moscou e Ocidente pela invasão russa da Ucrânia faz prever uma intensificação da Nova Guerra Fria e Putin não perde tempo.

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