segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A grande fome bolivariana

Enormes filas em Caracas para comprar produtos básicos.
Enormes filas em Caracas para comprar produtos básicos.


Rodízio simplificado: os venezuelanos só podem comprar produtos básicos nos mercados estatais nos dias que batem com o número do RG, noticiou o jornal portenho “Clarín”.

Nas segunda-feiras, a rede Bicentenário só atende aos compradores cujo RG termina em zero e um. Muitos outros supermercados e farmácias de propriedade privada estão sendo fechados à força acusados de "acumularem" produtos e serem culpados da ausência deles no mercado.

A polícia proibiu a formação de filas durante a noite. A Defensoría del Pueblo ativou um “plano de atendimento aos cidadãos para a aquisição de produtos de primeira necessidade”. O problema é que nas filas estouram descontentamentos e brigas.


O pomposo plano visa na prática criar dispositivos de segurança armados em volta dos supermercados e das lojas, a fim de evitar que acabem na Internet as cenas das filas, das prateleiras vazias e de pessoas brigando, amontoando-se ou correndo de forma irracional em função dos boatos.
O Exército foi convocado para vigiar as manifestações e fazer uso de suas armas de fogo contra os civis.

Mas numa esquizofrênica demonstração de fartura o presidente Maduro assinou contrato com o emir de Qatar para lhe vender alimentos!

Maduro foi procurar fortes inversões no Oriente Médio e na Rússia. Não poderia ter ido atrás de fontes mais secas para a necessitada economia venezuelana. Os resultados obviamente estiveram aquém do esperado.

Em Barquisimento polícia controla ingresso em supermercado.
Em Barquisimento polícia controla ingresso em supermercado.

“Levamos tecnologia e capital, produzimos alimentos para o mercado venezuelano e estamos construindo a rota de exportação de alimentos de qualidade para essa região”, disse o presidente durante uma delirante entrevista ao canal oficial chavista Telesur.

A agricultura, largamente socializada, só satisfaz 40% da demanda, segundo o vice-presidente Jorge Arreaza. Os restantes 60% devem ser importados. Quem mais vende a Caracas é o odiado “império”, ou Tio Sam.

A sorveteria Coromoto, a mais famosa do país, que entrou no Livro dos Recordes por oferecer centenas de sabores peculiares, fechou por falta de leite.

O McDonald’s deixou de vender batatas fritas porque não há mais batatas no mercado. Elas vêm sendo substituídas pela mandioca frita ou pela “arepa”, uma espécie de pão de milho.

O socialismo do século XXI está cumprindo o que prometeu mas não do modo otimista que muitos acreditavam: a miséria cubana já pode ser degustada na esquina ou diante da geladeira vazia.


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