domingo, 2 de dezembro de 2012

Abade do mosteiro de São Bento (SP): crise no Ensino Fundamental e Médio põe em risco a educação

Abade do Mosteiro de São Bento fala sobre a crise e a decadência no ensino

Daniel F. S. Martins
O Abade do Mosteiro de São Bento de São Paulo proferiu ilustrativa palestra na Av. Paulista, dia 29/11, sobre o tema: Crise no Ensino Fundamental e Médio põe em risco a educação que você dá para seus filhos.

Estando à cabeça de uma tradicional instituição de ensino, Dom Mathias Tolentino Braga demonstrou segurança ao expor no auditório do Club Homs o processo de decadência que o sistema educacional vem sofrendo.


A primeira semente dessa decadência começou a brotar já na Renascença, com a perda da sadia autonomia das universidades, dando lugar a um controle cada vez maior por parte do Estado, sobretudo dos príncipes influenciados pelo protestantismo nascente.

Esse processo chegou até nossos dias, em que o Estado suplantou a proeminência da Igreja no ensino e passou a controlar tiranicamente as instituições, impondo-lhes seu viés marxista e imoral.

O conferencista salientou, citando documentos da década de 50, que desde aquela época já se sentia uma diminuição do primado da formação moral nas escolas. Hoje a “formação de valores” está às avessas: os valores passados são princípios opostos à doutrina católica.

As instituições de ensino quiseram “libertar-se” dos dogmas, dos “tabus” e da sã doutrina, dando lugar a um liberalismo exacerbado e a uma contestação sistemática de tudo o que nos legou a civilização cristã.

Segundo o conferencista, o poder público faz um trabalho silencioso para que as escolas “libertem as pessoas dos princípios ainda sustentados em muitas famílias”.

Assim, as crianças que ainda aprendem em casa que casamento só existe entre um homem e uma mulher, quando chegam à escola têm de ouvir uma cantilena interminável baseada na “ideologia de gênero”.

O abade ainda denunciou que essa ideologia esquerdista tem sido veiculada de maneira transdisciplinar, isto é, em todas as matérias há pretexto para se introduzir algum anti-princípio.

O Ministério da Educação tem feito nos últimos anos uma triagem de todos os livros didáticos - aqueles que não seguem à risca sua agenda são tirados do rol de obras aceitas. Os novos livros, à pretexto de interdisciplinariedade, introduzem as idéias que o governo quer passar.

Assim, nos novos livros didáticos se encontram enunciados de matemática (sic!) que contam estórias e problemas envolvendo duplas homossexuais, para acostumar os alunos a esse novo tipo de “relação parental” (novo nome para família...).

No ensino de História, são simplesmente descartados os livros que não repitam a ladainha de imprecações à Igreja como instituição opressora, e que não pintem um quadro negro da Idade Média e da civilização cristã.

Os livros devem suscitar a luta de classes, a consciência social (leia-se ideologia marxista) e a mais desabrida libertinagem (os chamados manuais de educação sexual). Com efeito, se os alunos não entrarem por essas sendas, serão mal classificados ou até desclassificados pelo ENEM ou pelo ENADE...

Dom Mathias terminou sua exposição conclamando todos a não cruzarem os braços nesta situação difícil, especialmente as instituições católicas, que devem voltar a ser o que eram no passado e fazerem frente às pressões da tirania ideológica do governo.

Após as palavras de encerramento do príncipe Dom Bertrand de Orléans e Bragança, o abade entregou a todos os presentes uma medalha de São Bento, fundador de sua ordem.


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