terça-feira, 10 de julho de 2012

Relato confidencial do acontecido no Paraguai

Curuguaty: local da emboscada.
Círculos indicam posicionamento dos assassinos
Um amigo deste blog residente em Assunção, Paraguai, enviou-nos um relato sobre a destituição constitucional do hoje ex-presidente, além de ex-bispo, Fernando Lugo.

Como ele testemunha fatos e realidades psicológicas que a grande imprensa não veicula, apresentamos o essencial do relato a nossos leitores.

A faísca da discórdia foi o massacre acontecido durante um despejo de invasores de fazenda.

O despejo obedecia a mandato judicial. Os comandantes do operativo policial tentaram falar com os invasores para resolver o caso pacificamente. A tropa ficou atrás.

Subitamente, atiradores surgiram da mata e mataram os oficiais com certeiros tiros na cabeça. Seis foram mortos e oito feridos. A tropa respondeu ao ataque e no fim morreram 12 agitadores, entre os quais alguns dos atiradores.


A surpresa e a indignação tomaram conta do Paraguai, considerando-se as características de tão horrível assassinato.

O presidente Lugo se referiu ao caso com ar de desinteresse. Como que apoiou os assassinos e manifestou a maior insensibilidade em relação aos policiais mortos.

Nem mesmo deu instruções para localizar os pistoleiros. Pelo contrário, aposentou o chefe da policia, nomeando em seu lugar um novato de sua confiança. Desse modo constrangeu os oficiais mais antigos a que pedissem a aposentadoria.

Mas estes eram precisamente os mais indicados para a luta anti-subversiva.

No Paraguai age intermitentemente um pequeno grupo guerrilheiro conhecido como “EPP”. O governo do presidente Lugo nada fazia para reprimi-los.

A eliminação da cúpula policial e o cinismo ostentado por Lugo nessas circunstâncias exasperaram a opinião publica.

Petulância, ambigüidade e insinceridade de Lugo
era mal vista pelo geral da população
Num clima de grande recusa popular ao crime, os partidos políticos acharam melhor se unirem e pedirem o julgamento político. Eles puseram a ênfase na inoperância em matéria de segurança do presidente.

Os deputados aprovaram a realização do julgamento com imensa maioria: 74 deputados a favor, e só 1 (um) em contra.

De acordo com a Constituição, o julgamento, ou impeachment, só podia ser feito pelo Senado. E assim aconteceu.

Lugo teve duas horas para se defender. O prazo de duas horas e a velocidade com que aconteceu tudo é inteiramente constitucional e a lei foi aplicada com todo rigor.

O Senado votou a destituição por 39 votos contra 4. Imediatamente houve a posse do vice-presidente, o liberal Federico Franco.

As esquerdas tentaram montar uma manifestação de protesto, mas não conseguiram participação popular. Alguns grupelhos berraram, ameaçaram, mas cheios de ressentimento acabaram se dissolvendo desanimados.

O novo presidente restaurou as cúpulas policiais e o exército renovou sua fidelidade ao sistema democrático.

A cidadania manifestou largo apoio à expulsão de Lugo.

Acresce que o ex-presidente e ex-bispo acabava de reconhecer mais um filho natural, gerado enquanto exercia a direção de sua diocese. Nessa diocese ele também se destacou pela cumplicidade com os setores terroristas da esquerda paraguaia.

É público e notório que ele apoiava por baixo do pano os agitadores camponeses e os terroristas. Aliás, vários dos dirigentes do grupo guerrilheiro foram seus discípulos quando ele era bispo na zona de conflito.

Ele sempre foi apoiado pelo setor mais clerical do Paraguai, porém, diante da magnitude da indignação popular, os próprios bispos paraguaios foram falar com ele e pedir-lhe que se demitisse para evitar uma tragédia.

Após a destituição, Lugo aceitou a decisão do Senado e pronunciou três palavras de despedida. Nas redes sociais se comenta que foi seu melhor discurso em quatro anos de governo.

Na posse, o novo presidente prometeu que evitará toda violência e respeitará a propriedade privada em matéria de Reforma Agrária. E comprará o que for necessário para os camponeses sem terra.

Concluiu seu discurso dizendo que não tolerará os grupos terroristas como o “EPP”, que serão perseguidos pela Justiça. Era isso o que a cidadania queria ouvir.

Sobre a oposição dos países do Mercosul, aqui se comenta que eles não têm o menor direito de se intrometerem nas decisões de um país soberano.

O público diz que enfrentará o que seja.

Saiu também que Dilma dizia que Paraguai seria expulso do Mercosul. Porém, comenta-se mais a vergonha que Lugo fez o país passar com sua geração de filhos por toda parte.

Partidários de Lugo tiveram plena liberdade para manifestar,
mas não encontraram eco popular
Na verdade, Lugo só subiu ao poder pelo apoio do partido liberal. A esquerda aqui é bem minoritária. Muitos dos que votaram em Lugo foi para mudar a hegemonia do Partido Colorado, e certos setores da Igreja que achavam que seria muito bom ter um bispo como presidente.

Mas, uma vez na presidência, Lugo fazia o que bem entendia, marginalizando os “companheiros de estrada” do início.

Na sua prepotência, Lugo queria que o futuro presidente – em abril haverá eleições– fosse outro esquerdista.

Porém, após a chacina dos policiais, Lugo sentiu que o chão sumia sob seus pés. Começou a oferecer cargos no governo e até dinheiro a seus adversários. Mas foi tarde demais.

O país estava saturado com sua prepotência, hipocrisia e truques para favorecer guerrilheiros e invasores de propriedades.

Muita gente estava arrependida por ter votado nele, e o número crescia cada vez mais.

É a mais pura verdade que Lugo não impulsionou medidas comunistas explícitas porque não podia, e não porque não desejasse.

Seu governo na aparência não era de esquerda debandada. Ele favorecia subrepticiamente a subversão sem que se pudesse demonstrar sua cumplicidade com fatos.

Ele soube tornar-se “suportável” e poderia ter chegado até as eleições sem maiores problemas.

Mas aconteceu essa chacina aterrorizante que, pela maldade com que foi feita, assustou todo mundo.

A opinião publica começou a achar que agentes de Lugo poderiam estar tramando alguma coisa para o futuro e que ousaram esse crime feroz porque se sentiam com as costas quentes.

Esta impressão tomou conta do espírito do país. Nunca antes eu vi tanto susto e indignação popular como neste caso. Até a balconista do supermercado onde eu compro todos os dias o pão estava exigindo a saída de Lugo. Ficara espantada com a carnificina.

De fato, o panorama político paraguaio não ia mudar muito sem Lugo. É dado por certo que ele perderia as eleições presidenciais de abril. A esquerda não tinha chances.

Um comentário:

  1. No Brasil aconteceu algo semelhante em Carajás Pará.
    A diferença é que a operação policial foi gravada em vídeo pela polícia militar.
    Os agitadores, que se intitulavam de "sem terra", querendo enquadrar-se num episódio social.; quando na verdade são uma frente ideológica, partiram pra cima da Polícia Militar que se não se defendesse seria aniquilada. É de notar que esses baderneiros do Paraguai tem a mesma orientação, das mesmas pessoas, do Brasil, que vão infernizar o Paraguai. No Brasil, as ONGs a quem interessa criar os maiores entraves ao desenvolvimento do Brasil, conseguiram condenar os comandantes da Polícia Militar por não se terem deixado matar pelos anjos dos cardeais católicos.
    A infâmia está solta e provocar a desordem e o desentendimento é sua especialidade.
    Parabéns ao Congresso Paraguaio, por ter tido a lucidez de matar a peçonha enquanto pequena.
    Os infames que tomam o outro lado, lembrem que um dia pagarão a infâmia semeada.

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