segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Fantasmagórica Unasul e a Rússia de Putin coonestam repressão ditatorial de Evo Morales

Exército da Bolivia tomou Cobija, reduto oposicionista
A Unasul – entidade sem existência legal, e que não foi além de uma carta de intenção ‒ reuniu-se em Santiago do Chile.

A presença do presidente Lula era indispensável para que os líderes de esquerdismo espalhafatoso ‒ Chávez, Morales e Kirchner ‒ não impusessem seu tom e assim revelassem o verdadeiro e radical objetivo da reunião.

A declaração final da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) ratificou a censura dos presentes a toda ingerência externa nos assuntos bolivianos e confirmou o apoio a Evo Morales que chegou em avião venezuelano. A declaração foi assinada pelo presidente-ditador Hugo Chávez que prometera intervir militarmente na Bolívia se Evo caia.

Os milhões de dólares distribuídos sem dissimulo pela embaixada venezuelana aos partidários de Evo seguiam correndo largamente. “A intromissão venezuelana em nosso país é uma vergonha que estamos denunciando há muito tempo”, afirmou o presidente do Parlamento Crucenho, Carlos Pablo Klinsky, em Santa Cruz. “Chávez é o chefe de Evo porque é ele quem dá ao nosso presidente montanhas de dinheiro de Caracas.” (OESP, 16/9/08)

As Forças Armadas da Bolívia tinham manifestado sua “indignacão” pelas reiteradas e “desafortunadas” críticas de Chávez (“El Univeersal”, Caracas, 18/9/08). Mas Chávez na Unasul bancou o democrata e todos fingiram acreditar.

Exército da Bolivia tomou Cobija, reduto oposicionistaCom as costas quentes, Evo (ou o seu mandante) agiu rapidamente. Mandou o Exercito prender um governador e pelo menos mais 10 líderes da oposição em flagrante violação dos procedimentos legais, como nos tempos das famigeradas ditaduras militares.

A seguir armou os “movimentos sociais” (os oposicionistas não são “movimento social” mas “golpe civil” na jerga singular do Unasul) e os mandou cercar Santa Cruz de La Sierra, principal reduto da oposiçao democrática (“golpe civil” em “Unasulês”).

Em coro com os dirigentes da Unasul, também a “democrática” Rússia fez saber que “está observando detalhadamente o desenvolvimento dos eventos na Bolívia. Preocupa-nos o brusco agravamento da situação nos últimos dias” (EFE, 17/9/08). Puro amor à "democracia", é claro.

O presidente Lula muito zeloso por não intervir nos assuntos da soberana Bolívia se disse disposto a enviar ajudas de tipo militar para sustentar Evo. E mencionou “caminhões”, “ônibus” e uma não especificada ação da PF na área de fronteira.

Repressão militar ordenada por Evo, La Estrella de OrienteNesse clima de intimidação, Evo começou um “diálogo” com os oposicionistas, respondendo ao desejo do presidente Lula.

Muito menos ativo foi o presidente argentino. O incêndio em casa vai longe. As revelações da mala de dólares enviados por Chávez para a eleição “soberana” e “democrática” da presidente argentina estão pondo a nu uma manobra internacional do mais baixo nível.

Muito “democrático” anda também o coronel golpista Hugo Chávez. A organização Human Rights Watch elaborou um trabalho de centenas de páginas documentando que na Venezuela esses direitos humanos já não tem quem os garanta.

O Judiciário perdeu toda independência, estando ocupado por simples partidários do onipotente e vulcânico chefe de Estado.

Em poucas horas, muito democraticamente o diretor para as Américas do Human Rights Watch (HRW), José Miguel Vivanco foi expulso do país.

Estripulias esquerdistas quase caricatas como estas de Hugo Chávez e colegas causariam espanto e provocariam reações internacionais muito fortes.

061113, Lula e Hugo Chávez, inauguração ponte sobre Rio Orinoco, Wilson Dias-ABrMas no bailado político sul-americano Chávez se exibe à esquerda e tendo à sua direita (à direita, é preciso sublinhar à direita, sobre tudo para americano ver) o presidente Lula.

Aquela mídia sempre perspicaz para favorecer à esquerda faz notar então o efeito “moderador” do fato do presidente brasileiro se posicionar à direita do ardido presidente-ditador e companheiro venezuelano.

O efeito anestesiante deste bailado, de momento tem funcionado. Mas, até quando?


Enviar para meu email, gratuitamente, atualizações de 'O que está acontecendo na América Latina?'

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário. Este blog se reserva o direito de moderação dos comentários de acordo com sua idoneidade e teor. Este blog não faz seus necessariamente os comentários e opiniões dos comentaristas. Não serão publicados comentários que contenham linguagem vulgar ou desrespeitosa.