segunda-feira, 26 de abril de 2021

Vitória conservadora no Equador
frustra esquerdas na América Latina

Conservadores triplicam eleitorado e derrotam candidato bolivariano
Conservadores triplicam eleitorado e derrotam candidato bolivariano
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A eleição presidencial equatoriana surpreendeu as esquerdas latino-americanas.

O candidato conservador Guillermo Lasso, de longe em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, venceu com folga no segundo turno, quase triplicando seu eleitorado em relação ao primeiro turno com a adesão de jovens e indígenas, observou "La Nación".

Só restou ao bolivariano e lulo-petista Andrés Arauz, candidato do ex-ditador Rarael Correa hoje fugitivo da Justiça, reconhecer a humilhante derrota.

Ele era o candidato das esquerdas bolivarianas, preferido dos petistas brasileiros e pau mandado do ex-presidente Rafael Correa, hoje foragido e procurado pela Justiça por corrupção.

O cocaleiro Evo Morales havia profetizado com euforia a vitória da esquerda: “Voltaremos ao projeto integracionista da Pátria Grande de Chávez, Néstor Kirchner, Lula e Correa; renascerá a Unasur, integrar-se-á aos povos, surgirá a América Plurinacional” [em referencia a futuras “nações indígenas”].

Eis aí uma ‘profecia’ (melhor diríamos ‘pretensão’) muito de acordo com o desejo de altos eclesiásticos no Sínodo da Amazônia, ‘companheiros’ que também cultuam a Pachamama.
Evo Morales prognosticou vitória chavista-petista e acabou perguntando o que aconteceu
Evo Morales prognosticou vitória chavista-petista
e acabou perguntando o que aconteceu
Morales não errou somente em relação ao Equador, pois também na Bolívia seus candidatos perderam as eleições provinciais.

E para piorar ainda mais, não passou para o segundo turno a peruana Verónika Mendoza, candidata do Grupo de Puebla (GP), que reúne os líderes das esquerdas latino-americanas.

Segundo o jornal argentino “La Nación”, foi difícil às esquerdas do GP assimilar a fragorosa derrota nas urnas, que “as afundou no desconcerto”, só lhes restando aguardar um eventual retorno de Lula no Brasil e um triunfo de Gustavo Petro na Colômbia.

O temor no ninho esquerdista


O presidente argentino Alberto Fernández e o então vice-presidente espanhol Pablo Iglesias haviam apostado no populista revolucionário do Equador; inquietantes rumores falavam de hackers enviados de Cuba e Venezuela para fraudar os resultados; Rafael Correa nunca perdera uma eleição desde 2007.

Tanto Caracas como Havana, empolgadas com os resultados das pesquisas, prenunciavam a vitória como o primeiro grande avanço do ano; e depois viriam Peru, Nicarágua, Haiti, Honduras e Chile.  O GP preparava a festa de posse no palácio presidencial em Quito, com a presença do ditador venezuelano Nicolás Maduro.

O juiz ativista de esquerda espanhol, Baltasar Garzón, instalou-se na capital para acompanhar o processo eleitoral, embora alertando seus camaradas sobre a reviravolta perceptível do eleitorado.

Rafael Correa debochou dos jovens e foi o grande derrotado
Rafael Correa debochou dos jovens e foi o grande derrotado
Compreende-se a frustração.

Diante da derrota no Equador e da perda de dois terços dos governos provinciais na Bolívia, Evo Morales quebrava a cabeça diante de algumas perguntas: “Por quê? O que aconteceu? O que faremos?”.

Em Caracas, bem como nas esquerdas em geral, decretou-se silêncio sobre os fatos, enquanto o presidente opositor, Juan Guaidó, comemorava o abalo das “ditaduras como a de Maduro”.

Lasso mandou convidá-lo para sua posse.

Decepção e fúria de Rafael Correa


O que teria produzido a reviravolta entre o primeiro e o segundo turno, quando tudo parecia decidido em favor do candidato das esquerdas? Deixemos a resposta para o ex-presidente Rafael Correa.

Em 31 de dezembro de 2019 ele passou a trabalhar na televisão russa RT, financiada por Putin.

De seu exílio dourado na Bélgica, no programa “Conversando com Correa” e na sua conta no Twitter, ele vituperou durante a campanha os jovens da Sociedade Equatoriana Tradição e Ação Pro Cultura Ocidental, cuja foto exibia com desprezo: “Pobre gente! Estão na Idade Média!”.

Na foto, os jovens ostentavam suas tradicionais capas vermelhas e portavam um estandarte da mesma cor, no qual se via no alto uma grande cruz, e no centro um leão rompante.

A reação foi clara um grande NÃO AO SOCIALISMO
A reação foi clara um grande NÃO AO SOCIALISMO
Com a ira de quem se sente atingido, o empregado de Putin acrescentou em seu Twitter: “Grupos de extrema derecha fascista apoyando a Lasso. Que sorpresa dijo nunca nadie”(sic!).

Nenhuma força conservadora equatoriana havia tido a coragem de desafiar a ameaça do candidato bolivariano, tido por antecipação como vencedor.

Entretanto, os membros da associação Tradição e Ação bradavam nas ruas de dezesseis cidades do país: 

“Equador Sim! Comunismo Não! Manifeste-se contra o comunismo!”.

Denunciaram o candidato e o seu partido com o verdadeiro nome de comunista.

Enquanto os candidatos faziam promessas ocas ou meramente econômicas, essa valorosa associação de jovens não tomou posição oficial por nenhum deles, mas sim contra o socialismo e o comunismo.

Ágil e intuitivo, o povo equatoriano saiu de sua aparente inércia e viu no convite um chamado a repelir Arauz, o candidato do esquerdista Grupo de Puebla.

Um popular twiteiro reconheceu: “Grupo fantasiado de medieval inicia massiva campanha em Quito. Arauz está perdido”.

Os jovens divulgavam em um folheto conciso os “princípios inegociáveis na hora de votar”, entre os quais:

Combater o aborto, a ideologia de gênero, a liberação das drogas, a eutanásia; defender o matrimônio como Deus o instituiu, entre um homem e uma mulher; o direito dos pais a educar seus filhos;

Alem de folheto anticomunista e foto de Na.Sra.do Bom Sucesso, os jovens pediam buzinhar contra as esquerdas
Além de folheto anticomunista e foto de Na.Sra.do Bom Sucesso,
os jovens pediam buzinar contra as esquerdas
proteção às propriedades particulares; diminuição dos impostos excessivos; incentivo à livre iniciativa; apoio aos geradores de empregos;

respeito às Forças Armadas e à Polícia; extirpar os vestígios comuno-socialistas.

E advertia para o grande perigo: “Sem a adoção desses princípios pelo futuro governo, o Equador se distanciará dos valores cristãos, e portanto de Deus.

Nossa Senhora do Bom Sucesso, salvai o Equador católico!”.

O povo equatoriano sentiu-se tonificado por tão nobre proposta, e deu a última palavra, repelindo o comuno-socialismo no Equador e confundido as esquerdas da América do Sul que acreditavam estar retornando sem obstáculos!


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