segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Socialismo venezuelano apela ao agronegócio dos EUA para sobreviver

Produtores de arroz de Arkansas exportam toda sua safra para a Venezuela
Produtores de arroz de Arkansas exportam toda sua safra para a Venezuela
Mais uma Reforma Agrária fracassada. Com efeito, a revolução socialista de Hugo Chávez perseguiu os proprietários rurais – e seu fiel prosélito Maduro continua a perseguir – ao expropriar suas terras a fim de dar o fruto da espoliação aos “pobres”. Mas hoje os pobres venezuelanos não têm o que comer.

Desatinado, Maduro perdeu todo escrúpulo e teve de apelar para o “império” sobre o qual vive tripudiando, e à categoria dos oligarcas que tocam o agronegócio americano com notório sucesso, segundo reportagem do “The Wall Street Journal”.

Chávez nacionalizou propriedades agrícolas, redistribuiu terras e impôs controles de preços de alimentos, sempre alegando amor aos pobres. E agora sem arroz nem feijão... Maduro foi de chapéu na mão a mendigar nos “perversos” EUA.


No primeiro semestre de 2013, os EUA exportaram US$ 94 milhões referentes à venda de arroz, ou seja, 62% ante o mesmo período de 2012. A Venezuela tornou-se o quarto maior comprador de arroz americano. No total, as importações da Venezuela quadruplicaram desde que Chávez assumiu o poder.

Prateleiras vazias em Caracas
Prateleiras vazias em Caracas
As carências atingem o inimaginável. Em maio, as autoridades venezuelanas mandaram importar com urgência 50 milhões de rolos de papel higiênico.

Chávez que dizia ser contra os capitalistas deixou o país mais dependente do que nunca. Para o Banco Mundial, 30% das pessoas outrora consideradas “não pobres” caíram na pobreza.

Falta dinheiro para importar. O déficit orçamentário atingiu 12% do PIB em 2012, pior que as economias em crise da zona do euro. A inflação galopa pelos 43%.

Mas Maduro, como Chávez, continua culpando as empresas privadas pela escassez de alimentos, acusando-as de promover “guerra econômica” contra o povo.

O petróleo, produto único de exportação relevante, paga a metade da receita do governo. Se o preço do petróleo cair, o governo terá de reduzir as importações, diz David Rees, especialista em mercados emergentes da Capital Economics, de Londres. E os “pobres” não terão, ao pé da letra, o quê comer.

Maduro invoca o espírito de Chavez,  mas parece que não ouve muita solução
Maduro invoca o espírito de Chavez,
mas parece que não ouve muita solução
O socialismo do século XXI prometeu produção industrial autossuficiente, desinteressada e focada em cooperativas.

Na prática, o governo passou a mão no controle de grande parte das indústrias, incluindo aço e cimento. Hoje, siderúrgicas, mineradoras e construtoras estrangeiras estão tentando salvar o socialismo bolivariano.

“Perdemos nossa soberania nacional no aço, alumínio e bauxita. É uma vergonha”, diz Damian Prat, autor de livro sobre a indústria venezuelana. A produção de bauxita caiu 70% entre 2007 e 2012.

O Brasil tenta tampar o rombo venezuelano exportando US$ 5,1 bilhões em 2012, ante US$ 800 milhões há dez anos, segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil.

Maduro tenta se mostrar “devoto” de Chávez, que lhe falaria de alguma profundeza, e tenta se colar na pregação do Papa Francisco I.

Por outro lado, os agricultores americanos se beneficiam com as compras da Venezuela, embora compartilhem a dor de seus colegas venezuelanos.

Na verdade, só não se importam pelo povo venezuelano os paladinos dos “pobres” e dos “humildes” visceralmente contrários aos “ricos” e aos detentores de qualquer desigualdade legítima.

Em suma, os sectários socialistas de Caracas, e alhures...


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