terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O fantasma de Chávez: uma assombração dirigida por Cuba?

De Chávez ficaria um "fantasma" manipulado pelos Castro em Cuba

“O TSJ, [equivalente do STF] essa corte de cartolina fez tudo que o chavismo queria — e mais. Torturou até que se amoldassem aos desígnios oficiais os artigos da Constituição que tratam do exercício da presidência e acrescentou uma barbaridade jurídica que seria hilária se não fosse uma pedra a mais na construção da “ditadura perfeita”, como se dizia do arremedo de democracia no México de tempos idos”. (O Estado de S.Paulo, 11.1.13)


“O chavismo confirmou o que se temia: um golpe de Estado para manter Hugo Chávez no poder, com ele em situação incerta, provavelmente gravíssima, num hospital em Cuba”. (O Globo, 11.1.13)

“A América Latina parece realismo fantástico. A posse de corpo ausente de Hugo Chávez foi um ritual não escrito na Constituição do país, nem de qualquer democracia. A sensação é de que a ficção de Gabriel García Márquez é, na verdade, uma crônica atemporal da região. O enredo vivido poderia se chamar O Governante em seu Labirinto; O Outono do Coronel; ou Ninguém vê o Coronel. Deplorável ver o contorcionismo da diplomacia brasileira para justificar que concorda com a solução ao arrepio da Constituição venezuelana, apesar de ter liderado a suspensão do Paraguai do Mercosul”. (Miriam Leitão, O Globo, 12.1.13)

O presidente fantasma ... que promove reuniões de trabalho e nomeia ministros em circunstâncias igualmente fantasmagóricas” (O Estado de S.Paulo, 17.1.13).

Acumulam-se os comentários claros da inconstitucionalidade estabelecida na Venezuela.

O jornalista José Casado, no Globo 12.1.13, veio a acrescentar um aspecto muito importante e até agora pouco destacado sobre a virtual “cubanização” que estaria sendo feita na Venezuela, enquanto o fantasma de Chávez é mantido em não se sabe quais condições, nas mãos dos irmãos Castro em Havana.

Escreveu ele:

Em Havana, sem lágrimas

Assiste-se a uma inovação nos trópicos — uma subversão do conceito pelo qual o dominador tende a ser o maior e o mais forte: o governo de uma pequena e pobre ilha caribenha passou a ter influência política e militar decisiva sobre uma nação continental sul-americana, com um território oito vezes maior, o triplo de população e uma economia assentada sobre extraordinárias reservas de petróleo.

O general cubano Ramiro Valdés Menéndez
seria o verdadeiro artífice da "transición"...
rumo ao domínio cubano da Venezuela!
Essa foi a proeza política concretizada por Cuba dos Castro na Venezuela de Hugo Chávez.

Alguns historiadores contemplam o fenômeno com assombro. É o caso do mexicano Jorge Castañeda:

“Ser protetorado de uma potência não é muito saudável. Ser de uma ilha empobrecida e envelhecida, com menos da metade de habitantes que o próprio país, é aberrante” — ele escreveu no jornal Reforma, da Cidade do México, ao analisar as cenas de realismo mágico protagonizadas pelos chavistas em Caracas.

“Algum dia”, acrescentou, “alguém terá de explicar como o rumo de uma Venezuela repleta de reservas petrolíferas, com quase 30 milhões de habitantes e uma sociedade civil vibrante e organizada determinou-se sob as ordens de um senhor de nome Ramiro Valdés Menéndez, de 80 anos de idade, durante anos chefe da repressão de Havana.”

Menéndez virou uma espécie de embaixador plenipotenciário de Havana para assuntos venezuelanos.

Comanda uma equipe de “especialistas” em operações de espionagem e controle de população civil, a quem Chávez entregou os serviços de emissão de documentos nacionais de identidade, fiscalização biométrica nos aeroportos, cadastro eleitoral e registro de votação.

Um dos poucos a ostentar o distintivo de “comandante da revolução”, Menéndez é o mais experiente na cúpula militar encarregada dos interesses de Cuba na Venezuela, onde também se destacam os generais Julio Casas Regueiro, ex-chefe de segurança de Fidel e mais recentemente representante de Raúl Castro no Ministério das Forças Armadas; Leonardo Andollo Valdés, vice-chefe do Esta-do Maior; Erminio Hernández Rodríguez, Humberto Francis Pardo e Alejandro Ronda Marrero (na reserva).

Não há números precisos, mas estima-se que sejam responsáveis por operações diversas — desde inteligência militar a assistência social — nas quais estão diretamente envolvidos cerca de 15 mil cubanos, com residência temporária na Venezuela.



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