terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

2016: a estrela petista perde pontas por todo lado. Quem vem?

Perda de rumo petista faz prever fim de uma era.
Perda de rumo petista faz prever fim de uma era.



continuação do post anterior: 2015: bolivarianismo é “estrela cadente” no firmamento latino-americano



3) Brasil: pedalando rumo ao precipício

Em março e abril, manifestações multitudinárias tomaram as ruas em protestos contra o governo federal. De acordo com a PM, em 15 de março participaram 1,9 milhão de cidadãos em 212 municípios, sendo 1 milhão só em São Paulo.

Em 12 de abril os números foram um pouco menores. As multidões, invocando a brasilidade, o hino, a bandeira, o verde-amarelo, patentearam que o governo perdera a credibilidade e, psicologicamente, a condução do País.

As tentativas petistas de efetuar manifestações em sentido contrário fracassaram.

Em agosto, a presidente Dilma Rousseff bateu o recorde histórico de reprovação: 71%. Os frequentes “panelaços” e buzinaços foram um meio habitual de protesto da população.

O discurso da presidente em cadeia nacional foi recebido com panelaços em pelo menos 16 capitais e Brasília. Membros dos governos federal, estaduais e municipais ligados ao PT e aliados, além do ex-presidente Lula, dificilmente podiam comparecer em locais públicos, cerimônias oficiais ou restaurantes sem serem invectivados.



“O panelaço é, em última instância, uma tremenda vaia”, registrou o jornal “O Globo”.

As manifestações de agosto, segundo a PM, mobilizaram cerca de 790 mil pessoas, em 168 cidades de todos os estados do País. Como nos casos anteriores, os organizadores avaliaram que o número real foi muito maior.

“Nossa bandeira jamais será vermelha”
“Nossa bandeira jamais será vermelha”
“Nossa bandeira jamais será vermelha” foi um dos brados característicos da multidão em São Paulo. A ascensão do conservadorismo social e cultural, que foi reconhecida até por intelectuais de esquerda, cristalizou-se nessas grandes manifestações.

Em 13 de dezembro, as manifestações de protesto contra o governo petista tomaram as ruas de uma centena de cidades do País. No Brasil tomou corpo um “crescente movimento de direita” que “dá voz à maioria silenciosa”.

Em setembro, o escândalo da Petrobrás atingiu o Planalto, após o STF aprovar pedido de apuração contra figuras do governo.

Uma incessante torrente de denúncias, delações e prisões de grandes empresários e políticos acentuou a percepção da existência de uma corrupção generalizada nas altas esferas, em especial no esquema de governo montado pelo PT durante mais de uma década.

Os danos causados ao erário público foram estimados em muitas centenas de milhões de reais. No início de dezembro foi iniciado na Câmara Federal o processo que pode desfechar no impeachment da presidente Dilma.

Em meio a esses escândalos, a economia brasileira entrou em recessão. No último ano e meio, o PIB atingiu uma queda de 5,8%, superada apenas pela ocorrida na Rússia e na Ucrânia em guerra, bem como na infeliz Venezuela.

No ranking internacional, nossa economia caiu da sétima colocação para a nona, tendo sido superada pela da Índia. A agência de avaliação de risco Standard & Poor’s retirou do Brasil o grau de investimento — uma espécie de selo de bom pagador.

A inadimplência atingiu mais da metade das empresas em operação, segundo o Serasa.

A ascensão do conservadorismo incluiu o campo religioso e o cultural.

Uma amostra: segundo o Painel Nacional de Televisão (PNT), a imoralíssima Babilônia passou a ser oficialmente a novela das 21 horas menos assistida da rede Globo na história do horário. Ela e o popular Jornal Nacional foram superados pela novela Os Dez Mandamentos, que focalizou temas bíblicos.

A grande incógnita não é quem sai depois do Carnaval, mas quem vem.

4) Bolívia, Equador e Chile

Na Bolívia, o presidente Evo Morales tenta uma reforma legal para se reeleger, mas a ideia é rechaçada por quase 60% dos eleitores.

No Equador, o presidente Rafael Correa, após rápida polêmica com o presidente Macri recém-eleito, anunciou que não vai se recandidatar.

No Chile, a presidente Bachelet tentou aprovar uma impopular reforma constitucional, mas o eleitorado negou-lhe apoio. No mês de outubro, a taxa de rejeição a seu governo atingia 57%, superada apenas pelos governos do Brasil [reprovação de 70,9% em julho, pesquisa CNT ], do kirchnerismo na Argentina e de Maduro na Venezuela.

Compreende-se que o ex-presidente Lula tenha afirmando na Colômbia sentir “um cheiro de retrocesso na América do Sul”.


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