quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Oposição quer o socialismo e o comunismo fora da Bolívia. Agentes cubanos e venezuelanos devem sair, diz

Grafitti contra Evo, centro Santa Cruz
Numa data que reaviva “Traumas de um outro 11/9” [queda de Salvador Allende em 1973] segundo “O Globo” (11/9/08) fontes de Itamaraty habitualmente bem informadas do que se passa no miolo do governo boliviano julgam que “a situação está preta” para Evo. (O Estado de S. Paulo, 11/9/08).

Para as mesmas fontes as forças armadas bolivianas “não obedecem a Evo”, como ficou patente na desproteção do gasoduto que exporta gás para o Brasil.

O fornecimento de gás está interrompido em proporções incertas. Cada fonte avança a percentagem que mais lhe serve. Para o Itamaraty “as Forças Armadas estão, na prática, insubordinadas”.

Protestos anti-socialismo, Santa CruzSegundo a “Folha de S. Paulo” (11/9/08) o presidente Lula está muito preocupado com a sorte do seu colega boliviano. O governo oficialmente manifestou que se solidariza com o presidente boliviano

Para o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, que muitas vezes antecipa as posições do presidente Morales, a situação é “grave”.

Evo Morales num gesto de exagero que evoca os últimos dias de Salvador Allende expulsou o embaixador americano. Marco Aurélio, como acostuma o petismo diante de gestos do gênero, achou que esse gesto era “um problema interno” desviou o assunto para o jogo Brasil x Bolívia. (O Estado de S. Paulo, 11/9/08). O 0-0 trouxe certo alivio para o governo de La Paz.

Chávez e socialismoNa Venezuela, o presidente Chávez voltou com seu realejo obsessivo sobre “golpes” americanos ou capitalistas. Em “solidariedade” com o seu pupilo Evo Morales expulsou o embaixador americano na Venezuela (“La Nación”, 11/9/08).

O jornal “Los Tiempos”, de Cochabamba, (8/9/08) informou que os opositores anunciaram a expulsão dos funcionários cubanos e venezuelanos trazidos por Morales. Neste contexto também foram fechadas as fronteiras e alfândegas com Brasil, e ocupados os escritórios de migração, como se temessem que de países vizinhos chegassem ativistas ou subversivos.

Os oposicionistas bloquearam estradas nas regiões de Santa Cruz, Beni, Tarija e Pando. Em revide, partidários de Morales anunciaram que bloqueariam o acesso de alimentos a Santa Cruz.

Oposicionistas em Santa CruzEm Beni, região amazônica, os oposicionistas interditaram entradas e saídas do Brasil.

El presidente da oposicionista Unión Juvenil Cruceñista, David Sejas, disse que foi dado um prazo de três dias aos médicos e pedagogos cubanos e venezuelanos para abandonarem os departamentos de Beni, Pando, Tarija y Santa Cruz para que estes fiquem “territórios livres do comunismo”. A exigência inclui os funcionários consulares.

O dirigente da Unión Juvenil Beniana (UJB) José Luis Peña confirmou que em Trinidad, capital de Beni, já “começou o rastreio” dos cubanos e venezuelanos que estão no departamento com serviços que têm “intenção dupla”. Na Radio Panamericana, Peña acrescentou que esses estrangeiros “têm mentalidade comunista” (“Los Tiempos”, 8/9/08).

Desde Caracas, Chávez bravateou estar disposto a ir defender Morales e acusou os EUA de tramar um golpe contra ele e contra Evo.

Para “Los Tiempos” “o tempo se esgota” e “é urgente frear a acelerada marcha do país para iminentes cenários de gravíssima confrontação interna”.

Oposicionistas de TarijaPara “El Deber” de Santa Cruz de la Sierra (9/9/08) é improcedente falar de “complô”, “golpe civil”, “movimento subversivo” ou outra teoria conspiratória. O que acontece, comenta, é que no cone sul-americano, as forças socialistas estão “tumultuosas e descontroladas. (…) Socialismo y socialistas aparelharam os regimes de governo e os dissidentes estão sendo escorraçados (...) Desse socialismo entronizado no cone sul-americano e mais um pouco ainda, o chefe do governo boliviano, Evo Morales, é o filho mimado, o figurino de filme. Os governantes de países vizinhos que sintonizam na mesma onda vêm no seu colega Evo um enviado providencial, um articulador da grande pátria socialista que na velha Europa teve uma existência rumorosa e esmagadora, mas no fim, efêmera.”

Desfile tipo sovietico, Riberalta, Lula-Evo-ChavezO “Correo del Sur” de Sucre (11/9/08) apresenta um longo e pormenorizado panorama do descontentamento que incendeia dois terços da Bolívia. Já se fala em 8 mortos e dezenas de feridos.

“O povo crucenho é contra a imposição de forma ditatorial de um regime socialista com tendências comunistas”, afirmou Richard Romero, empresário, que participava de uma das manifestações em Santa Cruz de La Sierra, informou “O Estado de S. Paulo” (11/9/08).



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